segunda-feira, 15 de julho de 2019

Últimas crônicas 1



"Porque o tempo lhe fugia, entre os últimos dedos lhe fugia,

a mão, o tempo, a mão."

Gonçalo M Tavares

Não dá pra contar o tempo infinito que perdi com a Gol linhas aéreas nos últimos 8 anos.*
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Devagar escuto, com grande prazer, às velhas canções de afeto. De repente me vem a interpretação blueseira que Dr John deu para o Delicado de Waldir Azevedo, e essa pérola Louco por você, de Ivan Zigg, cantado por Clara Sandroni. Castainha do Pará, de um show de Nilson Chaves que vi no Centro Cultural da Justiça Federal. E Moi, je nevis en banlieue (Aznavour) e La valse des regrets (Françoise Hardy)
Sinto saudade de quando ia aos shows. Aprendi a gostar de muita coisa ouvindo ao vivo. Era um rato da velha Sala Sidney Miller na Rua Araújo Pena, do Projeto Pixinguinha, do CCBB. 
Com o tempo, fui ficando casmurro e cada vez mais preferindo ouvir em casa, no carro, no avião.
Só esse ano deixei de ver, apesar de ter comprado ingresso, Jorge Drexler no Teatro Riachuelo, Beth Bruno no Municipal, Carlos do Carmo em São Paulo.
Quem ainda levanta esse defunto noturno é Marila, que, vez ou outra, me leva à Casa do Choro para ver alguma coisa. Mas é raro.
Adquiri uma mania doentia de sair antes do bis nos últimos anos, por medo de enfrentar longas filas de táxi, o amor se irrita comigo.
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Nos últimos tempos, virei um sujeito desinteressante. Toco pra mim, ouço pra mim, não bebo mais, tenho uma particular implicância por grupos no facebook. Ainda mantenho esse blog, apesar de não escrever há mais de ano nele.Não importa, quem lê blog hoje em dia?
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O início dessa conversa era essa frase já escrita há algum tempo como abrideira. Vai ficar pra outra.

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