Há pessoas que você vê e diz
Só no vaso sanitário, aquele ali é feliz
Abel Silva
De volta ao problema - TENTATIVA E ERRO:
Não vale a pena(!), já me disse isso umas centenas de vezes e para cada uma delas, errei de novo. Possivelmente errarei outras vezes. Possivelmente deixarei os parentes e os amigos mais próximos estarrecidos, como já deixei. Possivelmente enfiarei os pés pelas mãos e sairei envergonhado de mim.
Será o amor? Que coisa mais duradoura é essa que adoece e não cura? Que quantidade de erros bizarros revidados com outros erros mais bizarros ainda? Eu tenho aprendido que a palavra amor pede cuidado. Cuidado no sentido de cuidar um do outro. Antes do sexo bom, do conforto familiar, da perspectiva de ajuda mútua, das viagens internacionais, há o cuidado. É simples como o Peninha: "Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida."
E ali não há o cuidado, nem nunca houve. Houve sim. Lá bem no início, quando até o ar refrigerado do carro era mais frio porque estava calor lá fora, quando nos amávamos ouvindo Chavela Vargas, quando minha cidade estava perto. O amor adorava um cinema, um jantar à luz de velas, flores.
De uns tempos pra cá, continuei mandando flores, mas percebi que o amor era um processo uni lateral. O amor era o que estava guardado em mim e eu brigava por ele. Queria demais o amor. Mas ele já tinha batido em retirada com seus desafetos.
Mas se não foi o amor, não teria sido a vontade de aprender com os erros e não repeti-los? Não. Os erros foram se atropelando em duas semanas de convivência e promessas recíprocas. Uma sequência estúpida de erros repetidos à exaustão ao longo dos anos. Estavam todos ali vivos como feridas que não fecham nunca.
TENTATIVA E ERRO - E agora começa de novo aquele luto que tanto incomodou e que já estava indo embora. Não há muito o que fazer. O jeito é esperar que outros erros não aconteçam
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