segunda-feira, 4 de julho de 2022

Sua próxima leitura está aqui

 


Comprei pouca coisa da Estante Virtual. Uma edição antiga d'A saga do cavalo indomado, uns dois livros do Cony (também antigos), nada demais. Mas eles continuam a me mandar e-mails. O último é o inspirado título desse post. Sou ótimo em copiar títulos, mas não esperem muito do texto, já revisado e pobre, redundante, algo exibicionista.

Sempre tive um espírito irriquieto para ler, e não é incomum que esteja lendo vários livros ao mesmo tempo. É defeito, eu sei, não vou corrigir agora depois dos 60. Fato é que para manter essa pegada, você não pode se desligar do livro. Por exemplo, A morte do pai (Kar Ove Knausgard) estava estacionado na página 100 até ontem. Tive dificuldade de retomar a leitura e quase volto ao início. Perdi alguns pontos, mas retomei da cem mesmo. O livro é ótimo. Visceral, de uma honestidade contundente.

Três livros de crônica estão sendo degustados à prestação para não acabarem logo. No máximo, duas crônicas por dia. Os sabiás da crônica (Rubem Braga, Vinícius, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Stanislaw e José Carlos Oliveira), Vento vadio (Antônio Maria) e As coisas da vida (Antônio Lobo Antunes). Maria é meu favorito, embora concorde que é muito difícil nominar. Digamos que tenho um carinho diferenciado pelas crônicas de Antônio Maria. Por isso, Vento Vadio é tratado como pérola rara na biblioteca.

Adquiri recente a última edição da antologia poética do Drummond. Não difere em nada da primeira que eu comprei, em 1984 (fotos acimas), mas é espantosamente nova. Tirando os clássicos já decorados (O caso do vestido, A mesa, José), tudo parece renovado, como se estivesse sendo lido pela primeira vez. 

Estou com inveja dos paulistas, que têm a bienal às mãos. Há uma estação dedicada a Portugal, que me interessaria muito. Os livros de Antonio Lobo Antunes que ainda não saíram no Brasil, sabe-se lá porque, devem estar lá. A última porta antes da noite, que faltou comprar em janeiro, pode estar lá.

Esse desespero de estar longe dos livros que quero é maior do que o monte que leio ao mesmo tempo. Respondendo à Estante virtual, minha próxima leitura é diversa, mas principalmente a parte que está longe de mim. 

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