Sempre tive um espírito irriquieto para ler, e não é incomum que esteja lendo vários livros ao mesmo tempo. É defeito, eu sei, não vou corrigir agora depois dos 60. Fato é que para manter essa pegada, você não pode se desligar do livro. Por exemplo, A morte do pai (Kar Ove Knausgard) estava estacionado na página 100 até ontem. Tive dificuldade de retomar a leitura e quase volto ao início. Perdi alguns pontos, mas retomei da cem mesmo. O livro é ótimo. Visceral, de uma honestidade contundente.
Três livros de crônica estão sendo degustados à prestação para não acabarem logo. No máximo, duas crônicas por dia. Os sabiás da crônica (Rubem Braga, Vinícius, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Stanislaw e José Carlos Oliveira), Vento vadio (Antônio Maria) e As coisas da vida (Antônio Lobo Antunes). Maria é meu favorito, embora concorde que é muito difícil nominar. Digamos que tenho um carinho diferenciado pelas crônicas de Antônio Maria. Por isso, Vento Vadio é tratado como pérola rara na biblioteca.
Adquiri recente a última edição da antologia poética do Drummond. Não difere em nada da primeira que eu comprei, em 1984 (fotos acimas), mas é espantosamente nova. Tirando os clássicos já decorados (O caso do vestido, A mesa, José), tudo parece renovado, como se estivesse sendo lido pela primeira vez.
Estou com inveja dos paulistas, que têm a bienal às mãos. Há uma estação dedicada a Portugal, que me interessaria muito. Os livros de Antonio Lobo Antunes que ainda não saíram no Brasil, sabe-se lá porque, devem estar lá. A última porta antes da noite, que faltou comprar em janeiro, pode estar lá.
Esse desespero de estar longe dos livros que quero é maior do que o monte que leio ao mesmo tempo. Respondendo à Estante virtual, minha próxima leitura é diversa, mas principalmente a parte que está longe de mim.
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