"É preciso aprender a ficar submerso
por algum tempo. É preciso aprender
Há dias de Sol por cima da prancha
há outros em que tudo é caixote, vaca,
caldo. É preciso aprender a ficar submerso
por algum tempo. É preciso aprender.
a persistir, a não desistir, é preciso
é preciso aprender a ficar submerso
é preciso aprender a ficar lá embaixo
no círculo sem luz, no furacão de água
que o arremessa ainda mais para baixo,
onde estão os desafiadores dos limites
humanos".
Alberto Pucheu
Eis um prazer que me permito uma vez por semana, desde que comecei a trabalhar 100% presencialmente. Eu faço meu horário de almoço na Livraria Beringela. A Beringela é um oásis localizada no Marquês do Herval, ao lado da histórica Leonardo da Vinci. Passo uma hora inteira lá conversando com o Márcio e com a Sílvia e sempre saio com um saco de livros e paz de espírito.
A livraria resistiu ao tempo e permanece intacta desde que o menino que fui, a descobriu. Da poesia de Antônio Cícero (A cidade e os livros), a maior parte dos sebos se extinguiu. Ao contrário das farmácias, que cresceram em proporção geométrica e ocupam metade do centro do Rio. As megas Pachecos e Raias estão em todo canto.
Por isso mesmo, é confortante saber que a Bienal do livro vendeu milhões de livros. Ainda que sejam livros baseados nas canções e nas biografias da cantora Taylor Swift. Não fui, mas sei que Hugo Mãe, Maria Clara Machado, Laurentino Gomes e outros grandes escritores estavam lá.
Na Barca, troquei o alfarrabista John Dunning (Impressões e Provas, mais lento do que Edições Perigosas, mas igualmente ótimo) pelo Malabarista Arnaldo Jabor. As crônicas da infância marejaram meus olhos ontem na Baía. Há muita semelhança entre um menino criado no subúrbio e outro no interior. E também sinto muitas saudade de ligar para minha mãe, mas não lembro mais de como ela me atendia. Só lembro que na sequência, independente da idade, ela perguntaria: tem escovado os dentes? Tem olhado para os lados ao atravessar a rua? Minha mãe partiu há mais de onze anos, mas como me falta.
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Estou revendo, e recomendo, a série Boss. Paguei 14,90 para assinar a Lionsgate só para assistir de novo. Kelsey Grammer, que conheci da série, é um ator excepcional. O elenco todo é afiado e responde bem. A direção (alguns episódios) e produção de Gus Van Sant acrescenta um certo visceralismo ao enredo. Nesse intervalo de séries e filmes ruins, rever Boss é um ensinamento.
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