domingo, 9 de março de 2008

A voz do morto

Caixas e caixas de discos de jazz, tudo muito bem escolhido, denunciavam o gosto refinado do dono. Acabaram todos no sebo do Cláudio. Ele deu a mim, o privilégio de peneirar primeiro. Cobrou uma sobre taxa pela primazia, mas tudo bem. Consegui escolher uns cinqüenta discos.
Poderia tranqüilamente ter ficado com mais cinqüenta.

Saí dali pensando no morto, na trabalheira que ele teve para organizar aquela discoteca e no prazer de poder estar com todos ao seu redor. Obras importadas, algumas já esgotadas, outras que jamais pude imaginar que existissem.

Olho pros meus discos aqui do lado, tento não pensar neles como uma caixa jogada no sebo do Cláudio. E que minha vida tem sido uma viagem mais leve por causa dos discos e discos que ouço.

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