segunda-feira, 28 de abril de 2008

Porcas e parafusos

"Todos os dias, os americanos são expostos a uma sucessão interminável de publicidade da indústria farmacêutica. Associada a recomendações de algum medicamento específico - que geralmente bota pessoas de bela aparência divertindo-se ao ar livre -, vem uma mensagem mais abrangente. Reduzida à sua essência, ela diz o seguinte: "É verdade, os remédios são caros mesmos, mas isso só mostra como são valiosos. Além disso, nossos custos de pesquisa e desenvolvimento são enormes, e precisamos cobri-los de algum modo. Vocês são os beneficiários desse sucesso constante do sistema americano de livre iniciativa. Portanto, sejam gratos, parem de resmungar e paguem o valor devido." Em termos prosaicos, o que a indústria está dizendo é que você paga pelo que recebe."

Tenho ocupado meu tempo de barca com "A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos" de Marcia Angel. É meia hora de desapontamento todo dia. Quanto mais eu conheço o homem, mais eu gosto do meu cão. Hoje estou pleno de citações, essa do Ataulfo.
Mas a verdade é que a humanidade caminha a passos largos para seu fim. o que eu mais possa dizer, será clichê do clichê.
E aqui no Brasil, esse país rico de proporções continentais, a coisa é muito pior. Vão chegando a cada dia, novas e caríssimas tecnologias. O melhor parafuso da última semana nem esquentou cadeira, já está obsoleto.
Exageros a parte, o governo apóia, com plenos pulmões, as entradas dessas ferramentas e joga o peso do custo para as operadoras. Até quando? Quem vai sobreviver a essa avalanche de sofisticação e custo?
A melhor prática médica começa na relação com o paciente. Está em escutar, tocar, tratar a ferida. O médico sabe disso. Perder essa noção é cair no abismo.

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