terça-feira, 27 de maio de 2008

Alê ou a solidariedade


Amanhã Alessandra faz anos. Toda vez que penso em solidariedade, penso em Alê. Alê tem cacoete de boa filha, boa mulher, boa amiga. É das minhas há muito tempo.
Desde que tropecei na corda bamba no interminável ano de 2002, Alê me carregou no colo e não desgrudou de mim. E até hoje quando penso em Alê, penso naquele anjo de pijaminhas na minha casa em Miracema.
Alê me faz lembrar de Luisa. Luisa, do alto dos seus doze anos, vive a tomar conta de mim.

Claro que Alê se dispersou com o tempo. Casou-se, cresceu no trabalho, projetou-se na vida, alçou os vôos que toda pessoa dedicada e inteligente como ela consegue alçar. Mas prefiro lembrá-la como naquele dia em que fui buscá-la em sua casa na Glória, e pegamos a estrada. Prefiro lembrá-la dos chopps no Centro, das voltas pra Niteroi conversando, das viagens para os Fóruns, rindo dos outros, gozando da vida.

Uma vez fui estúpido com Alê. Tive ciúme doentio dela, ao vê-la cada vez mais distante, cada vez indo mais longe. Isso é tão natural como eu não querer que Luisa cresça mais, que continue assim, pequenininha a me tomar conta. Mas, sim, fui estúpido. Alê chorou. Seu choro sincero e autêntico mostrou pra mim o quanto nos amamos. A mim, deu-me vontade de chorar também.

Acompanhei Alê pajeando sua mãe o tempo todo. Sua capacidade de doação, ainda que pouco tivesse, sua pouca política, seu sorriso triste, são coisas que me comovem intensamente e fazem com que eu a ame mais ainda.

Meu amigo Wagner há de me desculpar por estar sendo tão babão, mas a verdade é que quem tem um brilhante desses na mão, tem que se sujeitar a ouvir todos os elogios despretenciosos do Mundo.

Alê é grande. No meu coração, maior ainda!

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