quinta-feira, 10 de julho de 2008

Impressões de viagem

Até há poucos anos atrás, adorava dormir em hotel e viajar de avião. Hoje acho tudo muito maçante e dolorido, diferente da cama de casa, que já parece conhecer as saliências da minha coluna. O tempo passa e eu vou ficando cada vez mais estrangeiro contrariando minha vontade de ficar quieto.
Eu tinha um hábito interessante que era o de classificar os hotéis e os restaurantes das cidades em que ficava. Alexandre era um companheiro na classificação desde quando viajávamos com nossas mulheres a tiracolo. Acho que a brincadeira começou no velho Hotel Anthurium em Joinvile e daí nunca mais parou. Analisávamos desde a qualidade do papel higiênico até a rouparia.
Infelizmente, hoje, não classifico mais. Mas algumas observações eu posso repassar aos meus cinco leitores.
Um sinal claro de mesquinharia ao chegar num hotel top, é aquela tabuleta que eles pregam nos jornais, impedindo que ele saia do lugar. Eu não tenho nenhum tesão em ler jornal com tabuleta, de forma que passo adiante. Uma vez, num ataque de selvageria, arranquei uma folha da ilustrada que queria ler no quarto sossegado. Aviso número 1: hotel com tabuleta, desconfie!
A FLIP tem revelado o lado crítico da rede em Paraty. Da rede elétrica frágil, sujeita a apagões, da rede de água e esgoto idem, faltou água no Che Bar ano passado, da rede web, difícil de acessar. Os hotéis têm ficado cada vez mais caros e piores em qualidade. E esse ano, o programa da festa, fartamente distribuido em anos anteriores, foi vendido a 5. Depois do segundo dia, entrou em liquidação e caiu pra 2. Lembrou-me a tabuleta do jornal.
Saí de casa hoje às 6 pra pegar o vôo das 8 para Cuiabá. Escala em Brasilia. Pela primeira vez fui a Brasília. Nunca vi nada mais confuso do que o Aeroporto de Brasilia. Parece que o Mundo está lá. Depois de 3 horas assistindo pouso e decolagem, finalmente partimos para Cuiabá. Quando cheguei aqui, descobri que ganhei uma hora em relação ao Rio. Mas não tem jeito. Domingo eu perco ela.
Em Cuiabá, um calor de morte. Os táxis aqui não usam taxímetro. Qualquer corrida deve ser 30. Paguei sem chiar, depois de uma explanação longa do motorista de que o Aeroporto fica na verdade em Várzea, etc, etc. Ele parecia se justificar o tempo todo.
Vim lendo Na Praia de Chesil, Ian McEwann, edição portuguesa, primeiras impressões ótimas.

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