sábado, 23 de agosto de 2008

Boa noite, Tom Jobim!

A Orquestra tocou a Valsa de Eurídice antes de abrir as cortinas. A valsa é uma das raras composições de Vinicius com letra e música. Vinicius fez pouquíssimas melodias, mas o suficiente para incensá-lo como ótimo compositor. Medo de amar é outro clássico. Achei que haviam mudado a homenagem. Mas logo veio Nelson Mota, que mais fez propaganda do Itaú do que qualquer outra coisa.
A melhor frase do Nelson foi Boa Noite, Tom Jobim!, o suficiente para as cortinas se abrirem e Roberto e Caetano iniciarem juntos o show com Garota de Ipanema. Achei meio chocho, mas não sei se é porque eu já cansei de ouvir essa música ou porque estava meio desencontrado mesmo.
Depois, Daniel Jobim cantou Águas de Março com a voz do avô. E aí Caetano mandou uma série de canções óbvias, a exceção de Caminho de Pedra, valorizada pelo arranjo belíssimo de Jacques Morelembaum. Mas a obviedade não impediu o brilhantismo das interpretações e Caetano fez um Por Toda a Minha Vida no nível de Elis e Nana e um Porque tinha de ser (choro número 1),que só ele pode fazer tão bonito.
Depois Roberto solo, afinadíssimo com a Banda que o acompanha há muitos anos e orquestra regida por Eduardo Lages, mandou Insensatez em espanhol , Por causa de você (choro número 2) e fez dueto virtual com ele mesmo e Tom Jobim em Lígia. Mas seu melhor solo foi um Eu sei que vou te amar emocionadíssimo, com direito ao Soneto de Fidelidade (Vinicius definitivamente, estava ali!)


No final, os dois voltaram pra cantar e pareceram muito mais sinérgicos do que no início. E fizeram muito bem a Teresa da Praia com Roberto fazendo o papel de Lúcio Alves e Caetano o de Dick Farney.
Uma homenagem de primeira grandeza a Tom, no cinquentenário da bossa nova.

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