quarta-feira, 1 de outubro de 2008

As cem canções da Bravo 1

A revista Bravo editou no ano passado uma especial com Cem canções essenciais da MPB. Já comentei aqui do meu avesso às listas, mas essa merece comentário , por se tratar de uma lista que foge aos padrões normais de alocar apenas nossos compositores clássicos. Há ali merecidas menções ao samba, ao maxixe, à velha guarda em geral, à música do recôncavo baiano, à lira paulistana, só pra citar alguns exemplos corajosos.

Não encontrei referências a quem elaborou a lista, apenas um prefácio de Almir de Freitas, editor da revista. Acho um erro grave. Marca não escolhe! Mas enfim, continuo achando uma boa lista. A medida que vou comentando, vou fazendo a minha própria. Tenho achado esse blog um confessionário arrastado e cansativo. Assim, posso dar alguma informação do meu (pobre) espírito crítico aos meus 4 leitores e matar essa insônia recorrente.

Comento primeiro dos erros e esquecimentos da lista. O primeiro grande injustiçado, a meu ver, foi Ivan Lins. Nenhuma música foi lembrada. Como assim? Ivan é compositor consagrado inclusive no cenário internacional e não pode faltar em nenhuma lista de melhores canções que se preze. Eu incluiria Somos todos iguais nessa noite (com Vítor Martins) (1) e Instante eterno ( com Moacir Luz e Aldir Blanc) (2). Passaram raspando na minha lista, Mãos de afeto e Mudança dos ventos.

O segundo foi Paulo César Pinheiro. Um dos 3 ou 4 maiores letristas vivos da música brasileira, não mandou nenhuma pra Bravo. Eu diria O samba é meu dom (com Wilson das Neves) (4) e Senhorinha (com Guinga) (5). Pelo meu gosto, iriam mais umas dez canções (como deixar, por exemplo, Matita Perê para trás, ou Mordaça (?)), mas aí ia engordar muito essa lista.

Eduardo Gudin e Moacir Luz também foram esquecidos. De Gudin, incluiria Luzes da mesma luz (com Sérgio Natureza) (5) e Ainda mais (com Paulinho da Viola) (6), só pra citar duas. De Moacir, Anjo da velha guarda ( com Aldir Blanc) (7), uma oração que tem que ser rezado diariamente por quem gosta de música brasileira, e Saudades da Guanabara (com Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro) (8). Esses dois são muito ouvidos aqui na minha vitrola. Devo ter cometido alguma injustiça com a Medalha de São Jorge (que faz chorar até um ateu como eu), o Obrigado do Gudin e muitas outras. Continua amanhã ou depois.

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