sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cinco canções

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
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Chuva, Jorge Fernando
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Nem percebi que é quase natal. Tenho evitado convites festivos, reuniões de fim de ano. Meu trabalho, minha casa, meus filhos, já são uma comemoração diária. Suificientam-me quase sempre.
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Cinco canções de 2008.
Difícil nominar depois de ouvir tantas.
Vamo lá. Chuva, de Jorge Fernando, com Mariza, foi ouvida ao longo do ano todo, chovendo ou fazendo Sol. É um fado moderno tocante.
Louco por você, de Ivan Zigg, do disco de Clara Sandroni (Cassiopéia), com a percussão aquática comovente de Carlos Fucks, não parou de tocar na rádio desconversa FM.
Questão encerrada, de Rubens Nogueira e Paulo César Pinheiro, com Rubens e Juliana Amaral entrou agora na lista e já foi indicada. É um samba canção de primeira.
De terra para humanidade, de Tom Zé, com Tom e Badi Assad, do cd Estudando a bossa. Depois do show de João Gilberto, foi a homenagem mais bonita que a bossa nova recebeu.
Finalmente, a delicadíssima Toada, de Mário Séve e Guilherme Wisnick, com Mõnica Salmaso.
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Contudo, a música que mais ouvi em 2008, em trocentas versões (as que mais ouvi foram as de Gary Burton e Gidon Kremer) foi o Invierno Porteño. É muito reconfortante redescobrir um Piazzolla a cada nota da vida. E essa canção tem o desfecho mais lindo da história da música.
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Descubro lamentoso que meu amigo Flávio abandonou a crônica do blog Flávio Diário. Ultimamente, os blogs têm sido um ótimo refúgio para boas leituras e segundas opiniões. Espero que volte.

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