quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Seresta sertaneza

A obra curta de Elomar Figueira de Melo, de quem Henfil se inspirou para criar o bode Francisco Orelana e Vinicius de Moraes alcunhou de Príncipe da Caatinga e que mistura traços do romance medieval e da música nordestina, está saindo em partitura: o cancioneiro Elomar.
Gosto de tudo na música de Elomar. O sofrimento, a dor, a consagração, o escárnio, o prazer, as incelenças. Tenho todos os seus discos, recentemente recuperados pela já extinta gravadora kuarup e masterizados de forma perfeita.
Só tenho a lamentar que a Unversal não seguiu mesmo caminho e algumas de suas preciosidades, como o primeiro disco, o disco gravado ao vivo com o Quarteto Bessler-Reis e o disco com Turíbio Santos foram lançados de forma desleixada, abafados, mal dão para escutar.
Nos anos 90, meus amigos Mário e Marila foram à Casa dos Carneiros (residência de Elomar) no recôncavo baiano e compraram do próprio, alguns cds. Ainda os tenho até hoje muito bem guardados. São preciosidades do meu acervo.
Elomar é o melhor intérprete de si mesmo, mas consegue ter em Eugênio Avelino, o Xangai, um seguidor e intérprete à sua altura. Xangai dedicou um disco inteiro a Elomar e parece querer gravar outro, pelo menos foi o que me disse.
Seu filho João Omar é também um exímio violonista e tem um disco muito bom, que ninguém acha pra comprar.
Elomar tem seu público restrito e seleto, mas nunca chegou ao grande público.
Num país vasto como o nosso, com uma música rica como a nossa, é muito triste perceber que essas pessoas geniais não têm o espaço que merecem!

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