quarta-feira, 18 de março de 2009

Peso inútil

James Gandolfini e Marlon Brando já me fizeram torcer por mafiosos politicamente corretos em Familia Soprano e O Poderoso Chefão. Kate Winslet constroi um personagem tão envolvente em O leitor, que quase nos faz vítimas do analfabetismo moral discutido pelo filme e torcer por uma carrasca.
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Confesso que nunca gostei muito da atriz. Acho que a minha implicância deve vir de Titanic e a minha repulsa por essas coisas megalômanas. Nesse filme, ela excede. Está perfeita! Triplo A pra ela e duplo A para O leitor!
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Tento andar sem a minha pasta, mas é difícil. Tenho carregado pesos inúteis uma vida inteira. Contas pagas, papéis reciclados, propaganda de cabaré no centro do Rio. Minha pasta parece fazer parte de mim. Durante muitos anos, usei uma pochete. Até descobrir através da Revista Playboy, que as pochetes são as coisas mais cafonas que um sujeito pode usar. O segundo lugar era manter os plásticos do carro zero pra dizer que é novo, coisa que eu também fiz por algum tempo.
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Mas o peso vai tendo um impacto cada vez mais relevante com a velhice. Hoje na barca fui do lado duma menina, estudante de medicina provavelmente, de posse do livro Histologia Básica, de Carneiro e Juqueira. Velhos tempos! O maior peso inútil que eu carrego é meu tecido adiposo.

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