quinta-feira, 23 de abril de 2009

Crônica de um dia a toa

"E aqui vai um conselho pra você que é a bola da vez: não existe imparcialidade - apenas afagos, que mais tarde vão lhe exigir a contra-partida. Se você não for bonzinho, e se você não cumprir o itinerário das bichinhas culturais, ou seja, se não retribuir aos afagos, vai dançar. Não acredite nos elogios, a menos que você seja um verme. Aí, bem , nesse caso qualquer coisa é bem vinda."
................................................................
Hoje está parecendo domingo. O silêncio das ruas chega à janela do meu quarto sem sobressaltos. Dormitei até as 9 e fiz um mini-café na cafeteirinha que o Professor me deu. Aí comecei a arrumar a letra M dos cds. Priorizei o M porque estava espalhado pela casa na poeira das caixas e dos armários. Foi um encontro festivo de Monarcos, Moacyr Luzes, Maciéis Melos e Mahlers. Até agora já arrumei A, B, C, E e M. Esse fim de semana promete!
....................................................................
Depois fui almoçar no Dona Santa, um kilo chique aqui da rua. Quilos são sempre uma mistura de cheiros combinados que nunca resultam num cheiro bom. Fiz o que faço sempre nos quilos: um mexidão, cheirando a nada.
...................................................................
Tudo que posso dizer de "Rec", filme espanhol de terror, que me foi recomendado por um amigo que gosta de filmes de terror, é que não consegui acabar de vê-lo. É muito ruim. Nem comece.
........................................................
Ainda Mariana Aydar: a moça precisa beber mais das fontes do pai, Mário Manga. Não preciso escrever nada sobre Manga aqui. É uma referência pra mim nas cordas. Conseguiu fazer Zé Maurício Machline virar cantor (o disco gravado em dupla com Célia, gordos também amam, é bem audível, graças a Manga!).
.........................................................
Ainda Caetano: essa coisa de transambas é de um mau gosto notório, que foge à qualquer propósito. Quem possivelmente transcendeu ao samba foi Itamar Assumpção, quando releu a obra de Ataulpho Alves. Aquilo sim, foi alguma coisa inovadora e fácil de ouvir.
.........................................................
Com o passar do dia, a solidão vai ficando meio chata e começo a ficar cheio de espectativas que geralmente não redundam em nada. Foi aí que decidi ver Conversas com meu jardineiro. Tinha lido resenhas favoráveis e não. Bom, pensei, qualquer filme com Daniel Auteuil tem valido a pena. Até um enjoado que vi ano passado chamado O adversário, desceu bem, pelo talento e pela competência do ator. Pois bem, achei um filmaço! Delicado, tocante, agradável, um belo filme. E Daniel ganha a companhia de Jean-Pierre Darroussin, igualmente brilhante e a direção sutil do veterano Jean Becker. Triplo A!
.........................................................
Marcelo Mirisola é um dos grandes cronistas brasileiros. O que admiro em Marcelo é sua crueza e objetividade. Nem tudo que ele escreve eu concordo, mas gosto das suas alfinetadas. Aqui Marcelo faz um crônica de si mesmo e conta como se tornou o Bin Laden dos ilustrados. Marcelo está com uma peça no Satyros 1 em São Paulo: "O Monólogo da Velha Apresentadora", que recomendo sem ter visto e espero que chegue ao Rio. O trecho entre aspas aí de cima foi tirado da crônica. Corretíssimo!

Nenhum comentário:

Onde comer bem no Centro do Rio

O tempo tem mostrado que comer no Centro do Rio é tarefa cada vez mais complicada. Ando limitado aos restaurantes antigos que como há mais d...