quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mornas

Levei duas horas do Santos Dumont ao Ingá, retornando de São Paulo. O motorista do táxi insistia em colocar jornais sangrentos da Bandeirantes na televizãosinha do carro, que misturado com meu sono agudo, deu dor de cabeça.
São Paulo estava um Sol ameno, lembrei de Camila. É possível que, dentro da nossa curtíssima convivência, Camila tenha deixado um rastro bom, que começa necessariamente em São Paulo. Difícil não lembrar dela ali. E do vestido preto que usava naquele dia. Mulheres de vestido preto sempre me comovem. Guardei o vestido. De resto, só lembranças virtuais que leio todo dia no seu recordar. E um disco de mornas que fiz pra ela. Não há nada mais delicado e romântico do que fazer um disco de mornas.
Renatinha foi comigo, o que garantiu ótima conversa e companhia. É parceira debaixo d'água, de ponta de aterro, de quina de barranco, essa Renatinha. De vez em quando, empaca num raciocínio meio sem lógica, parece viajar nas suas convicções, faz bico. Mas quase sempre está certa. Já nos falamos por olhos e se eu deixar esse espaço em branco, ela vai ler, tenho certeza disso!



Amanhã começa a Exposição Agropecuária de Miracema. Hora de pagar os pecados. No tempo de Laura e Luisa, amava aquela poeira aguda, aquele cheiro de mijo de égua, aquela perspectiva da noite. Longa noite. Noites de longas conversas e descobertas. Agora tenho que aguentar o tranco por elas.

Nenhum comentário:

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...