terça-feira, 26 de maio de 2009

Nem nada

"Talvez que quando eu for velho, reduzido aos meus relógios e aos meus gatos, num terceiro andar sem elevador, conceba o meu desaparecimento não como o de um náufrago submerso por embalagens de comprimidos, chás medicinais e orações ao Divino Espírito Santo, mas sob a forma de um menino, que se erguerá de mim como a alma do corpo nas gravuras do catecismo, para se aproximar, em piruetas inseguras, do negro muito direito, de cabelo esticado a brilhantina, cujos beiços se curvam no sorriso enigmático e infinitamente indulgente de um buda de patins."
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Definitivamente, Os Cus de Judas já está dando liga, aquele viço que os bons livros envolvem as pessoas, muitas vezes de forma inesperada.
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Hoje foi um dia desses de não dar pra cuspir, de ter que esperar a segunda vontade pra ir ao banheiro fazer xixi. Uma reunião atropelando a outra. E cofee break o dia inteiro, muitas calorias digeridas. Nem consegui ler com meu inglês melancólico, uns textos que o Wanderley mandou. Nem consegui almoçar com meu staff, esse almoço de trabalho e boa conversa que fazemos toda terça, toda quarta. Nem uma passada no sebo pra conversar calmamente sobre discos e livros. Nem um capuccino em pé na Quitanda com broinha de milho fresca. Nem os chamegos da Re e da Sandra, nem nossas gargalhadas. Hoje foi um dia seco.
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Rose, onde quer que ele esteja, está melhor do que aqui. Aí no seu coração atravessado pela dor da perda, ele vai sempre morar um pouco. Feliz mais do que sempre esteve nos últimos tempos. Conte comigo. Sempre!

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