quinta-feira, 16 de julho de 2009

De livro e solidão.

Os donos dos grandes sebos aqui do Rio não são necessariamente simpáticos. Pelo menos os que mais gosto: o Cláudio da Escuta Som e a Sílvia da Beringela. Dificilmente têm uma palavra de agrado, falam quase sempre muito pouco e geralmente não guardam o que você pede, mesmo que você seja um comprador contumaz, um rato de sebo, por assim dizer. O livreiro que não compra da editora, raramente tem o livro que você quer, e quando tem, não o guarda. Quer logo vendê-lo! Principalmente os livros que saem rápido, tipo um Lobo Antunes ou um Philip Roth.Você tem que ter uma espécie de paciência santa misturada com avidez para conseguir o que quer a um preço bom. Estou sempre meio cansado da rotina dos sebos, mas sempre retorno a eles. Como hoje e quase todo dia depois do trabalho.
Quando não se pode contar com a simpatia dos livreiros, há sempre um garimpo honesto de bons livros. No Beringela, tem a vantagem do celular não pegar, o que garante uma privacidade invejável para os dias de hoje. É um santuário aquele sebo!
Do lado da Beringela, no suntuoso Marquês do Herval, tem a livraria Leonardo da Vinci. Já ouvi falar, Antônio Cícero já poetou, que em outras épocas, era uma livraria de grandes livreiros, pessoas que conheciam e estavam sempre dispostas a ajudar. Foram outros tempos. Hoje quando entro na Leonardo, dificilmente consigo discutir com quem quer que seja sobre um novo livro que quero ler.
Um bibliólico é um solitário por natureza. Deve se acostumar com isso.

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