terça-feira, 14 de julho de 2009

A menina dança


"Quando eu cheguei tudo, tudo
Tudo estava virado
Apenas viro me viro
Mas eu mesma viro os olhinhos.

Só entro no jogo porque
Estou mesmo depois
Depois de esgotar
O tempo regulamentar.
......................................

No canto do cisco
No canto do olho
A menina dança
E dentro da menina
A menina dança
E se você fecha o olho
A menina ainda dança
Dentro da menina
Ainda dança

Até o sol raiar
Até o sol raiar
Até dentro de você nascer"

Galvão e Moraes

Existe um tipo de arte que não me apega. Pintura, dança, balé, exposição, moeda, selo, acho tudo muito bonito, mas nunca me envolvo. Certamente será por falta de competência ou porque eu gosto tanto de música e leitura que sobra pouco espaço pras outras.
De fato, não sei de onde Laura tirou esse cacoete, mas é tão encantador vê-la dançar, que parece que os mais primitivos Freitas e Bragas já dançavam avidamente por esse Mundo.
Quando Laura começou a dançar, tratei de fazer algumas importantes atualizações e incluir a dança na minha rotina. Tinha boa memória do Grupo Corpo, do Balé do Teatro Guaíra e de Ivaldo Bertazzo, tudo que ligava música à dança. E sugeri a ela que fizesse o João e Maria nos quinze anos. Ela fez. Acho que Sivuca deve ter se agarrado a alguma santa lá no céu, embestado de ver como sua música podia se tornar tão sublime no corpo de uma menina dançando. Foi muito mágica aquela valsa.
E daí tenho sempre estado com vontade de escrever a ela e dizer o quanto tudo isso me orgulha. E recomendar que ela se entregue da forma mais escancarada possível, pois quando se ama um bem da alma, a natureza dá qualquer coisa de retorno para o viver. Foi assim comigo com música e letra. E assim tem sido. Como uma doença que só tem sintomas bons.
E de que eu só tenho arrependimento do tempo que eu deixei de ler e ouvir , do tempo que me faltou a poesia e a música.
Que nunca lhe falte a dança, minha pequena!

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