sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dia dos Poetas

r.c.

os grandes colecionadores de mantras pessoais não saberão a metade/ do que aprendi nas canções/ é verdade/ nem saberão/ descrever com tanta precisão/ aquela janela da bolha de sabão/meu bem eu li a barsa/ eu li a britannica/ e quando sobrou tempo eu ouvi/ a sinfônica/ eu cresci/ sobrevivi/ a privada de perto/ muitas vezes eu vi/ mas a verdade é que/quase tudo aprendi/ ouvindo as canções do rádio/ as canções do rádio/quando meu bem nem/ a verdadeira maionese/ puder me salvar/ você sabe onde me encontrar/e se a luz faltar/ num cantinho do meu quarto/ eu vou estar/com um panasonic quatro pilhas AAA/ ouvindo as canções do rádio

Angélica Freitas

Hoje foi dia da mesa dos poetas. Procuro não perdê-la em nenhuma FLIP. Dessa vez mais ainda, pela possibilidade de ver Carlito Azevedo (na foto com Laura e Luisa) mediá-la. Carlito é um dos poetas que mais gosto e tem sido difícil acompanhá-lo nos últimos tempos. Sua revista não chega aqui no Rio, pelo menos onde eu compro revistas, seus livros são difíceis de encontrar. Carlito foi muito elegante como mediador e apresentou os colegas como velhos amigos que devem ser. Falou de Francisco Alvim, outro poeta que gosto muito, do fato de sua poesia ter influenciado Heitor Ferraz e da poesia cotidiana dos dois.
Gostei de ver Angélica Freitas, especialmente desse poema aí de cima que ela leu e de Eucanaã Ferraz ter escolhido "Evocação do Recife", um das minhas referências em Bandeira, para ler.
De tarde fomos à pré-estréia de Só 10% é mentira, do diretor Pedro Cézar (presente na exibição), baseado na obra de Manoel de Barros. Belo documentário, mais um na lista dos melhores do ano. Com depoimentos de Fausto Wolf, Elisa Lucinda, atores e familiares do poeta Manoel e do próprio poeta (iluminado como sempre!), Pedro foi costurando momentos de rara beleza, juntando versos aos depoimentos. Levei as meninas comigo, inclusive Marcela e Lorena. Ficamos todos impregnados pelas latas, ciscos e escombros de Manoel de Barros.

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