sábado, 15 de agosto de 2009

"Ando tão a flor da pele que até beijo de novela me faz chorar"

Bom, eu bem que queria andar assim como Zeca Baleiro, pelo menos quando ele compôs a canção, mas a verdade, e isso foi o Lourenço Mutarelli quem disse, é que os inibidores da recaptação de serotonina fazem a gente ver o mundo mais azul ou seja: nada de flor da pele e nada de chorar.
Mas não sei se foi a miséria cotidiana, não sei se foi o fato de ser essa, uma casa de muitos quartos para uma pessoa só, não sei se foi a cena teatral do Dan Stulbach, a verdade é que eu chorei no final do filme Tempos de paz, que assisti quase que sozinho no cinemark de Niterói. Se Dan tivesse feito a aposta comigo, também receberia seu salvo conduto.
Chorei ali com os poloneses homenageados no final do filme. Bem sei que nada mudou e nada mudará nem tão cedo. Nem a pouca vergonha nacional, nem o meu desprezo pela humanidade, nem a solidão, nem o Fluminense, nem o fato de ter conseguido tanta coisa e daí(?). Talvez por tudo isso, seja bom, de vez em quando, chorar um pouco. Estarei bem assim? Nem sei dizer. Eu diria que em 72,8% do tempo, eu estou muito bem assim.
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Ah. o filme! É um bom filme, mas talvez tenha se perdido um pouco na passagem do texto teatral para a tela. Tony Ramos e Dan estão muito bem. Gosto do Tony, mesmo achando de um certo mau gosto ele ter a coletânea do Elton John como disco de cabeceira. Gostei muito dele fazendo o policial Guedes em Buffo e Spalanzzani e um personagem secundário muito bem explorado por ele em Pequeno Dicionário Amoroso.
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Matei a minha dor com um prato de medalhão com piamontese do La mole. E ainda acham que eu devo pensar em cirurgia bariátrica. Arre!

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