domingo, 11 de outubro de 2009

Sou que nem Guriatã que morre cantando

A vantagem de estar só em Miracema é o cheiro de limpeza do quarto.
Em Niterói, a conectividade com o resto do mundo.
Em Miracema, estar perto e longe de quem amo.
Em Niterói, longe e perto.

Quando estou só, sinto uma falta imensa do meu trabalho. Meu pai, 73, se realiza quando pega o trator e vai arar a terra. No meu trabalho, nunca estou só. No máximo, sozinho.

A vantagem de estar só nos dois lugares é que posso ouvir Beirut ou Tantinho da Mangueira sem ter que dar explicações.

Já explicamos muito. Vivemos explicando isso e aquilo. Meu bom gosto musical tem graves defeitos e eu gosto de todos eles. Deixa eu quieto com meu ouvido!

Afinal, eu não implico com essas coisas que a mídia impõe e pisa em cima de nós. Sou capaz de passar uma semana na Enseada Azul ouvindo Cesar Marciano e Zé Mennotti e ficar quieto.

Maria Bethânia gravou mais duas obras primas. Ouço com calma. A primeira canção que me chamou atenção foi Guriatã, uma guarânia de Roque Ferreira. Roque Ferreira pensa ecleticamente como eu. É um baiano que compõe inclusive guarânias. E daí?

Quando estou só, vejo filmes. Vi, por exemplo ontem, Beijo roubado e hoje, Sete vidas. O que me atraiu em Beijo roubado foi o fato do roteiro ter sido escrito por Lawrence Block. Acredito que Block seja responsável por tudo de razoável que tem no filme. Norah Jones ainda se procura como cantora, como quer ser atriz? Sete vidas é um filme tristíssimo. Will Smith está fazendo escola de filmes tristes. É possível passar 4 horas sozinho vendo esses dois filmes sem ter a sensação de ter perdido 4 horas de vida.

É domingo de tarde em Miracema, Luisa e Laura estão ensaiando (!!!!!!), Chicó com a mãe. Restou-me Bolívia e Brasil. E a Bolívia acaba de marcar o primeiro gol!

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