domingo, 1 de novembro de 2009

Essa é minha vida

Há um dia em que se chega à conclusão de que não há mais nada a fazer. Todas as tentativas foram infundadas, todas as pretensões subtraídas.
Telegramas, faxes, e-mails, argumentações orais, de nada mais adiantam.
Caminho pela praia e chega uma chuva fininha aromatizada de mar. Sinto-me o maior dos perdedores.
Perdi.
O trem passou e eu perdi o trem.
A vida passou e eu não soube dosar o tempo, de modo que ele foi indo, ano após ano e levou de mim o que mais eu poderia querer.
Levou de mim o que era óbvio, mas eu não sabia. Eu parecia estar submerso num sentimento misturado de erro e de culpa e não admitia transbordar.
Eu estou aqui no meu apartamento ao lado dessa pessoa que não me reconhece mais. E da qual atualmente, eu nada reconheço.
Quando haverá um novo dia-esperança? Já começo a sentir o cansaço, o desprezo e depois o desespero de tudo isso!
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Olho para a tela. Meu único amigo de qualquer hora é esse velho computador. Posso escrever o que quiser que ele compreenderá. Ah, se pudesse rebobinar a fita e consertar pequenos pontos, erros, esquinas, equívocos. e sair do outro lado do Mundo como se pudesse reverter as ações. Mas é tarde para criar expectativas. Tarde para reencontrar o caminho. Tarde demais para crer.

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