segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Novos rumos



Vou imprimir novos rumos
Ao barco agitado que foi minha vida
Fiz minhas velas ao mar
Disse adeus sem chorar
E estou de partida
Todos os anos vividos
São portos perdidos que eu deixo pra trás
Quero viver diferente
Que a sorte da gente
É a gente que faz


Quando a vida nos cansa
E se perde a esperança
O melhor é partir
Ir procurar outros mares
Onde outros olhares nos façam sorrir
Levo no meu coração
Esta triste lição que contigo aprendi
Tu me ensinaste em verdade
Que a felicidade está longe de ti

Rochinha, Novos Rumos


Refiz minha seleção de cds pra viajar ontem com as meninas. Há muito que não escutava Paulinho da Viola. Melhor dizendo, há muito que não escutava um disco inteiro do Paulinho. A música dele se renova e cada vez que se ouve, acrescenta um dado novo, proveniente das melhores espectativas. E aí veio essa Novos rumos, um samba chorado do bissexto Rochinha. Na sequência a Nova Ilusão do Claudionor Cruz e Pedro Caetano. Foi o suficiente para que as dores fossem anestesiadas e a viagem corresse de forma tranquila e serena. Paulinho funciona bem como intérprete de si mesmo e dos outros.
Ainda ontem conversava com Jadim e lembrava que o que nos aproximou foi o gosto pelo samba, mais especificadamente, pela música de Paulinho.
Meu primeiro Paulinho foi esse disco aí de cima, que tinha Amor à natureza, ouvida exaustivamente (e decorada) na vitrolinha Philips. Antes, lembro de um compacto duplo que ouvi no Boteco do Amado, que começava com Foi um rio que passou em minha vida.
Mas o amor pelo canto e verso de Paulinho deu pega mesmo quando ele lançou o primeiro disco na Warner. aquele que tem Onde a dor não tem razão. Era 1981, eu tinha 20 anos e já podia notar as filigranas de sua música. Esse disco abriu portas para os que vieram depois e o que já haviam sido lançados.
Na minha seleção tinha Coração vulgar (com Teresa Cristina), 14 anos (com Nara), Não é assim (com aquele contra-canto inconfundível da D. Ivone), Ruas que andei, Coração Leviano, Ainda mais, Duas horas da manhã (do Nelson), Coisas do mundo, minha nega, e outras que reouvidas tempos depois, reapareceram novas e com um vigor perturbador.

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