sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Inéditas de Itamar

Francisco José Itamar de Assumpção, o maior gênio da música brasileira surgido depois da geração de 70 para inveja dos ululantes, morto precocemente, estupidamente e lamentavelmente em 2003, escreveu no fim da vida, 11 letras especialmente para o compositor Sergio Molina musicar e chegar ao público na voz de Miriam Maria. Daí nasceu o imprescindível "Sem pensar, nem pensar", mais um petardo deixado com a irreverência, a classe e a verve de Itamar.
De 2003 pra cá, têm aparecido canções derradeiras, inéditas ou não gravadas do compositor. Alice Ruiz tinha uma fita cassete inteira delas. Zélia gravou algumas. Ney Matogrosso tem gravado e Zeca Baleiro produziu o pedaço de disco que Itamar começou a gravar com Naná Vasconcelos, diga-se de passagem, um pedaço de disco que vale por muitos discos inteiros. Conheci Itamar através do vinil Às próprias custas, que depois a Baratos Afins lançou em cd com um som horrível. Depois o Flávio me presenteou com os discos das Orquideas e daí foi crescendo uma paixão arrebatadora pela sua música. Só o vi uma vez aqui no CCBB do Rio com Arrigo Barnabé, quando ele desconstruiu uma canção do Djavan (Boa noite), que deixou a platéia em transe.
Pobre do país que tem gênios e não aprende a valorizá-los. Itamar morreu desconhecido da mídia, é possível que daqui a milênios, alguém mais do que uns cinco ou seis gatos pingados como eu, possam ouví-lo com a atenção que merece.

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