sexta-feira, 26 de março de 2010

Destroçando Cole Porter


Déo Rian interpreta Roberto Carlos, Count Basie encontra os Beatles, houve um tempo em que grandes músicos podiam passear por obras mais populares sem qualquer pudor ou necessidade de fazer um trabalho comercialmente interessante, mesmo com essas capas esquisitas. Hoje é mais difícil. Ninguém espera por um Hamilton de Holanda toca Roberto ou um os Cohen tocam os Beatles. Esse tipo de comemoração ficou aviltada por exploradores caça-níqueis, que querem apresentar não uma revisão da obra do artista, mas uma forma de ganhar dinheiro chafurdando canções alheias. Isso explica o fato de Rod Stewart só ter passado a ser um campeão de vendas depois que debulhou em 4 cds, os standarts do cancioneiro americano. E pode explicar também o aparecimento de tenores e barítonos, como Michel Bublê, que vendem milhões de discos destroçando Gershwinn ou enterrando Cole Porter.
Os tempos são outros. Já não existem mais bobos. Todo Mundo quer ganhar o seu na ponta. E se ganhar o seu significa explorar perniciosamente a obra do outro, pouco importa. Há muitos espertos esperando ávidos para escutar!
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Cheguei em casa, abri o chuveiro e deixei a água fria escorrer sem pressa. Enquanto isso, fiquei remoendo o dia inteiro.

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