sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vida

É possível que Wilder Alvim esteja agora comendo um peixe fresco com Seu Carlos em Dunas de Itaúna, como na sua canção mais bonita.
Nesses últimos anos, só tenho contabilizado perdas. Wilder foi a última. Irmão de um melhor amigo, meu irmão, nascido em 61 como eu, Wilder despertava no menino que fui, uma certa inveja, pela maneira fácil com que se entendia com o violão e com as mulheres.
Crescemos juntos, seguimos nossos caminhos, mas havia um respeito mútuo que nos aproximava, que quase sempre se realçava quando falávamos das canções.
Numa última oportunidade, mostrei pra ele as Ilhas Cristais do Tito Madi,
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Interessante lembrar desse disco agora. É um dos últimos do Tito. Tudo nele cheira a Chove lá fora. Melancólico, noturno, dolorido, talhado com as notas de um dos nossos grandes melodistas. E tem uma canção chamada Águas Passadas, de Tito e Mário Teles, de fazer qualquer um recordar uma dor boa de recordar. Pena que seja atravessado por um teclado meio insosso o disco todo. Tito merecia um naipe de cordas, uma orquestra inteira a seu dispor.
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Wilder Alvim também mereceu uma projeção a altura do seu talento. Mas é possível que ele tivesse trocado carreira, dinheiro, estabilidade, por uma vida mais cheia de vida. É isso mesmo. Enquanto teve chance, Wilder viveu simplesmente.

Um comentário:

André Alvim disse...

"Chico Brasil" que massa seu blog. Pôxa quanta informação boa. Só o Wilder pra me trazer até aqui. estava em casa ouvindo "Dunas de Itaúnas" e saí em busca de algumas informações do nosso amigo e do belo lugar de dunas brancas e verde mar.Parabéns pelo blog. Agora vou passar sempre por aqui. Grande abraço, Xôxô.

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