domingo, 23 de maio de 2010

Com caco de telha, com caco de vidro

A jovem guarda produziu um sem número de canções medíocres que têm sido exploradas por nossos melhores intérpretes. Sim, ouvi muito delas na minha infância, mas hoje não sei se aguento mais. Recentemente, Zé Renato lançou um cd recheado dessas músicas. São canções bobinhas, cheias de só tem amor quem tem amor pra dar. A gente ouve uma vez, gosta, na segunda já começa a enjoar. Mas como disse meu amigo Jadim, qualquer coisa na voz bonita do Zé Renato, vira clássico.
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Luiz Melodia começou o show cantando algumas dessas. Estranhei. Nada demais, mas soaram meio blasé na voz aveludada do Melodia. Até o primeiro acorde de Pérola Negra, tive dúvidas de que o show seria bom. Mas daí ele mandou Farrapo Humano num tom mais acelerado e um Que loucura, com aquele arranjo lisérgico do Renato Piau e pronto: era Melodia de novo! Apoiado pelo violão de Renato e mais um violão e um cavaco corretíssimos, Melodia foi sempre superior quando cantou seu próprio repertório. No bis, com a participação luxuosa da flauta de Alexandre Maionese, montaram um regional para Melodia cantar Fadas e Decisão. A platéia veio abaixo!
Vi Melodia em outras duas ou três oportunidades, uma delas no Teatro da UFF no início dos anos 80. O show, programado pras 21, começou meia noite, quando a banda e 80% da platéia já tinham ido embora. Ele pegou do violão e fez uma sessão inesquecíovel de uma hora de meia. Saí dali extasiado. Estava sozinho? Não me lembro.

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