sexta-feira, 14 de maio de 2010

A single man


A single man encanta pela direção segura do estilista Tom Ford, pela atuação irrepreensível de Colin Firth, pela delicadeza com que o assunto é colocado e como se desenvolve muito bem. O assunto a que me refiro é perda. A single man, idiotamente traduzido no Brasil como Direito de amar, é essencialmente um filme sobre a perda e suas consequências desastrosas. O fato de ser uma perda homossexual talvez torne a questão ainda mais delicada, mas influi pouco no desfecho.
Um sujeito que perde desatrosamente algo que lhe é tão caro, acaba perdendo mesmo o sentido da vida. Disso, eu sei muito bem.
Como o filme é passado em 62 e ainda não se conhecia as maravilhas do prozac, o luto é tratado com destilados fortes em altas doses, uma amizade improvável (Juliane Moore ótima também!) e a preocupação em manter a aparência sadia. Tudo isso é um peso para George Falconer.
A single man é uma reflexão dolorida, sombria e reveladora sobre a incapacidade de como lidamos com nossos abismos.

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