sexta-feira, 16 de julho de 2010

Em casa

Matei a sexta no trabalho (o único jeito de compensar férias atrasadas é matando a sexta de vez em quando), peguei a estrada, estou em casa. Diô me aguardava com um purê de abóbora com carne seca, polentas e um feijão mulatinho que não se come em nenhum lugar a não ser aqui.

O jogo de ontem terminou tarde e acabou atrapalhando meu sono. Lembrou muito aquele joguinho da Holanda. O Grêmio Prudente joga um futebol moderno: violento e no esquema 11-0-0. Na única vez que o técnico abriu mão, o time fez um gol, que acabou coroando a atuação apática do Fluminense.

Queria chegar mais cedo aqui por dois motivos: ficar só e dormir um pouco. A solidão aqui no silêncio do meu quarto em Miracema é como se fosse num pequeno santuário. Botei um filme sonífero na TV, mas o sono não veio.

Vim ouvindo Fátima Guedes. Uma seleção que fiz, sem privilegiar a intérprete ou a compositora, queria as duas. E as duas vieram em canções delicadas como Tanto que aprendi de amor ou Desacostumei de carinho e canções de Gudin, Guinga, Hermínio, todas muito bem costuradas pela voz macia de Fátima. A do Hermínio, que não me lembro o nome, voltei umas quatro vezes. É uma espécie de Atrás da Porta moderna. Ao mesmo tempo, remete ao Bom dia da Dalva. Fátima Guedes anda sumida. Já faz um bom tempo que fui vê-la com Letícia no Rival. Precisa reaparecer porque vive fazendo bem ao coração dos que a ouvem.

Toda vez que venho aqui, penso no caminho da volta. É talvez, o único projeto de vida que me alenta. Meu lugar é aqui.

Um comentário:

Unknown disse...

Deve ser bom pertencer a algum lugar...

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