sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Recordações de um velho flipeiro

E então, como faço todo ano há sete anos, pela segunda vez com as meninas e dessa vez com um dia de atraso, cheguei ontem a Paraty para a FLIP.
Só não estive aqui em 2003, na primeira. Em 2003 eu ainda estava tentando sobreviver. Uma parte amputada de mim no fatídico ano de 2002 ainda teimava em supurar, me perdi de mim. Em 2003, não fui a nada.
Portanto minha primeira FLIP foi a segunda. Vim com Letícia e ficamos aqui mesmo na Pousada das Acácias, na Estrada Paraty-Cunha. Acho que foi a melhor. Pra nós, foi a FLIP da Alice Ruiz, a de Sérgio Santanna, a de José Miguel Wisnick. Foi a FLIP do Casarão do Cunha, onde fizemos uma Oficina de Haicai com Alice Ruiz. De manhã, ficávamos na rede do chalé lendo um para o outro, os contos do Vôo da Madrugada. Éramos felizes para nós e isso já era suficiente.
Em 2005, voltei com Leticia e ficamos numa Pousada mais próxima a Paraty. Ainda existia o Casarão do Cunha e fomos ver Hermínio Belo e Paulo César Pinheiro. 2005 foi também a FLIP de Fabiana Cozza e de Marcelino Freire. E Amós Oz. Foi a Flip que descobrimos que Maria Martha morava em Paraty (foi Fabiana que contou). Foi a primeira vez que fomos ao Margarida Café ver Maria Martha. Foi quando nos apaixonamos por ela.
Em 2006, vieram conosco, Mário e Marila. Foi a FLIP da Maria Valéria Resende. Tínhamos acabado de ler O vôo da guará vermelha e queríamos conhecer de perto a autora. Ela nos apresentou a uma leva de escritores pernambucanos. Foi quando começamos a frequentar o Che Bar. Fomos ver Fabiana no Che Bar.2007 foi o meu ano solitário. Nunca gostei de andar sozinho, mas nesse ano superei o desgosto. Fui ao Festival de Jazz de Ouro Preto e à FLIP. Foi o ano que conheci Camila. Literariamente, foi a mais intensa. Fiquei na Pousada do Cafu, ao lado da Praça da Matriz. Foi a FLIP do Chacal e seus poemas americanos. E de Augusto Boal. O homenageado era Nelson Rodrigues e Boal participou de uma mesa inesquecível, respondendo a uma crônica antiga de Nelson. Dois textos para ficar na história da FLIP. Também foi a FLIP de Jim Dodge e sua Fup. O Che Bar estourava de noite. Vi Marina de la Riva, Thaís Gulin, bebi todas as bohemias pretas na noites ácidas do Che Bar.
Em 2008, voltei com Letícia novamente na Pousada do Cafu. Já não estávamos juntos, era só a boa companhia de sempre. Maria Martha já era uma velha amiga. Já chegávamos e ela já sabia que mudaria seu repertório de sucessos indefectiveis e teria que tocar Vanzolini e Gudin pra nós.
Ano passado, vim pela primeira vez com Laura e Luisa. Voltei à Pousada das Acácias. Foi uma festa ver as meninas encontrando esse ambiente familiar e literário de Paraty dessa época. Foi a FLIP do Manoel de Barros e de Antônio Lobo Antunes. Fomos ver a pré-estréia de Só 10% é mentira. Foi a FLIP de Domingos de Oliveira e Carlito Azevedo.E então, aqui estou de novo. Na esperança de que outras histórias me acolham bem.

Um comentário:

Anônimo disse...

só boas lembranças, né, Nelinho. Que bom que a nossa amizade permanece, assim como a Flip. Pretendo ir ano que vem com a Queridinha, aí nos encontraremos nas tendas, no Che ou no Café Paraty para uma boa conversa. Bj grande da sempre amiga, Leticia

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