terça-feira, 14 de setembro de 2010

Travado


Confesso, tenho travado ultimamente. Vontade de escrever não falta, tenho dificuldade em achar as palavras. E quando as acho, saem tortas. Deleto. Escrevo de novo.
Estou com uma certa vergonha de ser brasileiro. Vergonha de assistir a impunidade, os escândalos serem tratados com panos quentes, de ler jornais e revistas e só ver falcatrua.
Me alivia a idéia de justificar meu voto mais uma vez. Não faço a menor idéia em quem votar. Andei dizendo no Serra, com que convicção? Não assisto debates, não leio resenhas políticas, não me envolvo. Ainda agora li uma crônica cheia de sentimentos justos no blog da Kellen e fiquei com uma certa inveja de não saber escrever aquilo.
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Por outro lado, o Rio continua lá. Agora com essa maravilhosa exposição da obra de Hélio Oiticica na Praça XV. Dá vontade de entrar naquela mala de D. João VI e ficar ali quieto. Passar pela Praça XV, como passo todo dia, nunca foi tão convidativo.
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Também vi A morte e a morte de Quincas Berro D'água. Não é a obra de Jorge Amado, a paisagem deslumbrante, a composição dos personagens. A morte e... é, a meu ver, antes de mais nada, uma homenagem ao cinema de Paulo José. Do grande Paulo José! Ver Paulo José em cena é repensar o primeiro parágrafo desse post. É descobrir que ainda se pode ter esperanças.

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