quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Trechos da Cantareira


"É que no fim da estrada eu vejo quatro horizontes
Há mar, há montes de histórias, mistérios, sedes distintas.
Aquilo que te sacia pra mim é um três por quatro
O que retrata meu medo pra você não tem segredo.
O que pra ti é degredo pro outro é porto seguro
Seu furo de reportagem pra nós é mera bobagem.
Viagem sem paradeiro nos faz tão perto e distantes
Depois da minha chegada, sua partida, seu antes
Estrada de quatro sentidos
Encruzilhada de destinos
Quanto mais flor mais mulher
Quanto mais velho mais menino "

Pedro Luis, 4 horizontes.

"Às vezes, me levava pra comer fora, mas só quando eu pedia. Entre meus treze e dezesseis anos, mais ou menos, naquela idade em que preferimos não fazer nada na companhia de um pai, eu tratava de combinar um almoço na casa de uma amiga ou um passeio no shopping aos domingos e o deixava desacompanhado, e mesmo assim ele fervia sua feijoada ou assava sua picanha e almoçava sozinho."

Daniel Galera, Cordilheira

Da Barca Martim Afonso, pode se ver nitidamente os 4 horizontes da canção de Pedro Luis, numa versão que saiu agora no disco novo do Lenine (Lenine.doc), ainda mais tocante que a original. Além de Lenine, o aleatório alterna Elvis Costelo, Deneil Laranjeiras, Soledad Vilamil, Zé Ramalho (no bom interpreta Jackson do Pandeiro) e outros que não me lembro. Tento emplacar o livro de Daniel Galera. O trecho acima é delicado e parece que o autor começa a passar por cima das dificuldades de ter escolhido um narrador feminino. Também tento ler O Globo de hoje, só esportes e caderno B (nada de política, desastres, cataclismas). João Máximo escreve sobre os 70 anos de Pelé com a competência de sempre. A baía parece tensa e os 20 minutos correm devagar.

Estou assistindo Boardwalk Empire. Não acredito que teremos nada melhor em 2010 na TV. A cena final do quinto capítulo, sem falas, apenas conduzida pela canção Nights in Balligran (Carrickfergus) é das mais bonitas que já vi em televisão e cinema.

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