quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Itinerário de uma semaninha de férias


Cheguei a Miracema na quinta passada disposto a esticar a semana entre o natal e o ano novo porque a) precisava descansar um pouco e b) tinha que resolver alguns pepinos burocráticos que só se resolvem em dias úteis. Programei as coisas bem devagar para não fugir do descanso e entre um banco e uma conta de luz, assisti bons filmes, como Wall Street 2, Red e o excepcional A vida durante a guerra. Também vi a primeira temporada de Justified e um capítulo de Walking Dead. Todd Solontz foi quem mais me impressionou nisso tudo. Seu pesimismo é corrosivo e a retomada dos personagens de Felicidade acabou gerando um filho denso e depressivo. Recomendado para bons estômagos.
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A noite de natal foi meio estranha como tem sido minhas últimas noites de natal dos últimos anos. Já deixei de gostar das noites de natal porque meus filhos costumam ficar comigo só no dia de ano e sempre acontece uma coisa ou outra para atrapalhar o que já é habitualmente, desastroso. Consegui chegar salvo no sábado e passar bem pelo domingo.
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Na segunda, comecei a sentir um formigão pelo corpo, que mais tarde diagnostiquei como sindrome de abstinência de rede. Três dias off line e já comecei a formigar. Não é da rede social que sinto falta. Você não vai me encontrar no twiter, no MSN, no facebook ou em qualquer outro desses que demande dividir. Eu gosto da rede só pra mim.
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As duras experiências com o TIM 3G e depois com o CLARO 3G deixaram-me ressabiado quanto a um possível aproveitamento desse tipo de conexão em Miracema. Enfim, depois de ter cancelado essas traquitanas e passado por um período desplugado aqui no interior, resolvi solicitar um vélox pra minha casa.
Você tem que engolir alguns sapos para solicitar um vélox. Várias ligações na musiquinha, um cinismo na voz do atendente quando você reclama (certamente já devem estar acostumados!), um tempo razoável entre solicitação e entrega, enfim, não é fácil e do jeito que tratam você, é como se fosse tudo de graça.
Finalmente, meu vélox auto-explicativo chegou ontem.
Depois de algumas tentativas, consegui ligar o bicho. E daí, cadê o sinal? Não tem problema, liga-se de novo, ouve-se novamente a musiquinha e depois de uns 15 minutos, você consegue conversar com o técnico. Desliga o cabo, desliga a força, conecta acolá, nada. Bem, todos os testes foram realizados e agora só a presença de um técnico para resolver o problema. Agendado para amanhã (hoje) de manhã.
Ocorreu que o Moura, já com doutorado em Vélox Miracemense, esteve aqui ontem de noite e ficou fuçando aqueles cabos até conseguir um sinal.
E é esse que estou usando pra escrever esse texto. Ele oscila de meia em meia hora e tem que aproveitar o bom tempo.
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A semana se resumiu a dias entediados e noites esplêndidas com E. A boa comidinha da Diô temperou nossos dias, mas sempre aquela sensação de estar longe do Rio me incomodava . Preciso reaprender a descansar só por descansar, a não fazer nada só por não fazer, a não sentir esse comichão de ficar plugado me divertindo e trabalhando ao mesmo tempo. Enfim, são essas coisas que a meia idade e a angústia ajudam ainda mais a atrapalhar.
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Mas o melhor da festa aconteceu ontem de noite. Depois de algum tempo, reuniram-se novamente aqui em casa, o cavaco do Jadim, o bandolim do Moreira, o sete cordas do Batista, o pandeiro do Rafael e um monte de amigos. Foi o melhor furdunço desse ano. Ficamos cantando até de madrugada, um cante descompromissado, de conversa de bons amigos, de fechar o ano em paz. Queria muito colar a foto aí em cima, mas acho que o vélox miracemense não faz upload. Vou ficar tentando até o fim do dia.

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