segunda-feira, 4 de abril de 2011

Oi Nélis


"E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
Há tempos são os jovens que adoecem
Há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
E só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção."

Renato Russo

Entro segunda manhã disperso dispersivo encontro Nélis no café. Oi Nélis. Um oi meio chocho de quem já tá pensando na próxima tarefa. Muito distante daquele velho Oooooooiiiiii Néééélis.
Da minha sala, vejo Nélis trabalhando e penso num átimo que bom seria se pudéssemos jogar conversa furada tola remelenta fora como em outros tempos. Mas já vem uma enxurrada de e-mails para responder e outros assuntos para discutir e reuniões de nem sair pra almoçar e o dia passa relâmpago. Volto pra casa, tchau Nélis. Nem sei quem sou mais.
Sou o que me mandam aos ouvidos. Como a Valsa de um subúrbio mandada por Carlos Navas do ótimo Junte tudo que é seu, ou Las doce de la noche por Lidia Borda. Sou essa correria de gente pra pegar um lugar na Cantareira na triste Baía de Guanabara. E um monte de citações, referências, desacordos.
E voltei a ouvir Dalva de Oliveira. Dalva ainda tem muito que ensinar de dor e prazer. Chego em casa pensando em escrever tudo isso.
Queria que Nélis soubesse o quanto me é cara e o quanto sou grato por estar com ela às segundas no trabalho mesmo que seja para um vago e dispersivo Oi nélis.

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