quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Longe das cercas embandeiradas que separam quintais

Séries inglesas quase sempre são mais interessantes e inteligentes. Não poderia ser diferente com The body farm. Um bando de cientistas esquisitos trabalha numa fazenda estudando cadáveres. Um detetive os contrata para desvendar os assassinatos. Nada poderia ser mais mórbido, denso e bom de ver. Tem uma canção no quinto episódio que me deu um nó. Parece uma canção italiana, sombria, meio Tom Waits. Uma bela obra que ainda não descobri quem escreveu ou quem canta. Tentei o google, mas não veio.
Não sei por que, me lembrei do Ouro de Tolo do Raul Seixas hoje descendo a Baía. Deve ter sido a festa das meninas de Miracema. Minha vida parece estar sintonizada com a do sujeito sentado no trono de um apartamento com a a boca escancarada, esperando a morte chegar. Acostumei-me às séries inglesas, aos silêncios de Laura, aos biscoitos limão e ao sono leve. Sair dessa inércia deve ser um dom do espírito.

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