sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Alguns muchochos e um gramofone

Cheguei cansado de São Paulo ontem. Dor por todo lado, decorrente das ferrugens da idade. Reuniões extensas, responsabilidades cada vez mais mutiladoras. Laura chorando baixinho porque o trocador foi mal educado com ela. Minha mãe ao telefone reclamando do joelho
Desabei.
Mandei uma dose dupla de bola, assisti um episódio de Dexter e apaguei, com vontade de matar o trocador, em dúvida se ia pra Miracema (acordei decidido a não ir) e lembrando de Fernando Pessoa: "a vida prática sempre me pareceu o menos cômodo dos suicídios".
................................................
Hoje acordei e botei a Kora Jazz Band pra tocar na Cantareira, esqueci da planta do pé e peguei a reta. Cheguei no serviço e fui atropelando as tarefas e até toparia uma Baden Baden ale geladinha ao cair da tarde, mas não havia ninguém pra desfrutar da minha conversa chata. Desagradável me ocorrer que há vinte anos atrás, essa mesma conversa pareceria encantadora, mas agora é só um velho muchochando. Foda-se!
E há, sim, coisas interessantíssimas acontecendo. Carolina, meu bem, acabou de dar a luz à Gabriela, renovando nossas limitadas esperanças na humanidade. Fabiana Cozza está lançando disco novo arranjado pelo Paulão. Estou economizando o final de Nemesis, o novo de Philip Roth, mais um extraordinário. Mas o fato mais esquisito que aconteceu essa semana foi o gramofone de 1918 (mais ou menos) adquirido pelo Cláudio e funcionando maravilhosamente. É triste pensar que aquela pequena iguaria foi bater na mão de um comerciante que nem sabe quem é Catulo da Paixão Cearense! Cheguei a oferecer 200, mas ele nem ouviu.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fui descansar da guerra da venda da casa no show do Toquinho. Apareceram duas triplo A para cantar com ele. Se você não conhece, procure ouvir (de preferência ver também) e vai parar de muchochar por um longo tempo. Não entendi os sobrenomes direito: Ana Seton?? e Verônica Ferreira?? Bjs e bom feriado.

Francisco Lima disse...

Verônica Ferriani é uma ótima cantora,tenho os discos dela, a outra não conheço. Tenho ouvido quase nada do Toquinho ultimamente. O artista padece da falta do Vinicius até hoje. Mas se ele cantou Boca da noite, já deve ter valido o show! Beijos!

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...