segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Frank Pegador

"Quem não quiser chorar
Finja que vai partir
Tome um lugar no bonde
Não peça que ande
Nem diga por onde seguir
Lembre que só depois
Quando chegar ao fim
Mesmo sem brilho e sem glória
Verá sua história contada assim
Passa em seu passo tranquilo e cansado
De quem já sabe de cor seu destino
Para, suspira e prossegue
Vai percorrendo
Rota de sua rotina de sempre chegando e partindo
Por um caminho traçado no chão
Cantando
Contente
Tin dim dim tin dim dim
Chega ao ponto final
Vê, companheiro e confessa
Que o bonde sem pressa chegava depressa demais
Quem não achava o dinheiro saltava ligeiro
Corria e pegava o de trás
Guardo no meu pensamento transformo em cantiga
Momentos que foram tão meus
E hoje quem passa nem liga
Nem pensa em dizer adeus"


Na sexta de noite retornei à Rua da Capivara, reduto do samba miracemense. Dessa vez o Lilito me presenteou com uma versão d'O bonde, de Tapajós, Costa e Miller (pedaço da letra acima). Lilito tem dessas coisas. De vez em quando ele saca do seis cordas, uma canção inesperada e a noite fica mais leve. Nunca teve um bonde na história minha vida, mas o poema consegue me tranportar prá um lugar que roubei deve ser de algum amigo frequentador do ponto cem réis. No meu bonde imaginário, passeava com a menina pelo Outeiro, pelo Parque Laje, pela Praia de Copacabana e voltava na barca da meia noite sentado na proa, sem peso algum. Ainda há a menina e a paisagem, mas o bonde ficou apenas nas canções de afeto.
No sábado peguei Chicó e passamos o dia no Wii, jogando boliche. Criei o personagem Frank Pegador e bati o record da casa com 5 strikes consecutivos e uma sub luxação. O menino ficou impressionado.
Sábado de noite cantei parabéns pra Laura e retornei domingo a tempo de ver mais uma goleada de dois a um do tricolor.
Dessa vez só me cansou a viagem, que afinal, nem cansou tanto assim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deixamos o bonde passar não uma mas várias vezes sempre com medo de subirmos e desfazer a fantasia.O caminho está sempre no coração , o bonde que parou de passar.

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...