segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Roteirinho para entender a segunda canção de afeto

"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas."

Fernando Pessoa

Começa com o "Campo de Flores" recitado pelo Paulo Autran, aquela que fala que Deus ou o diabo me deram um amor no tempo de madureza. Eu já tinha lido , mas com Paulo, tenho que admitir, é mais bonito. Além disso, nunca é demais ficar ouvindo Drummond muitas vezes, só faz bem para a alma.
Segue-se a canção "É o amor outra vez", do disco Mundo de dentro, de Dori Caymmi. É a nossa história musicada. Possivelmente eu devo ter me enfronhado na alma do Paulo Cesar Pinheiro para escrever essa letra pra você.
A terceira tem uma história longa e uma relação direta com duas primeiras grandes paixões: o primeiro grande amor e Nana Caymmi. "Mudança dos ventos", de Ivan e Vitor foi um divisor de águas no amadurecimento do meu gosto pela música. Além disso, embalou meu primeiro grande amor. Leitora desse blog, ela vai se achar aqui. Essa história é recorrente, não precisa contar de novo. É alguém que me ensinou a não economizar "eu te amos" quando se ama. E a canção tem a força dos grandes amores.
E daí para "De todas as maneiras", do Chico, aquela que fala solta as unhas do meu coração, ele está apressado, entendeu? Gravei com Bethânia, mas tem outras igualmente interessantes.
E aí "A tua boca", do Itamar Assumpção, postei a letra aqui em baixo, não é preciso mais nada.
"Vem ver", do disco novo de Adriana Calcanhoto, é um samba revelação: por você, faria tudo.
A sétima é um canto triste: "Chuva", gravado por Mariza. Simboliza todos os desesperos do amor impossível.
A oitava é "Lenha" do Zeca Baleiro. Escolhi a gravação da Rita Ribeiro, porque acho a mais cortante, mas também há outras.
E aí aparece o angolano Bonga com "Mona ki ngi xica". Conheci essa música no filme Amores possíveis de 2001. Ela embala uma das cenas mais fortes, entre Carolina Ferraz e Murilo Benício. É pra viajar entre lençóis.
Nessa linha, gravei também "Féte au village", dos ceguinhos do Mali, Amadou e Mariam. Outra viagem.
Uma outra versão de "A linha e o linho" do Gil pra você não esquecer do nosso projeto de vida.
Por fim, o "Texto para uma separação" de e com Elisa Lucinda. Irracional como todas as paixões.



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