terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Longos anos em busca de paz



O choro está vindo.

Até beijo de novela e fundo musical do Kenny G.

No táxi, indo para a empresa, o locutor da Rádio Tupi lê a carta postada pela filha do cinegrafista morto. Choro. Por dois motivos: o pai que sou, o filho que fui. 

Meu pai ensinou me o silêncio e o gesto sobrepondo a necessidade do verbo. Ainda domingo, atravessei a ponte com Luisa. Fomos silentes. O dedo nervoso passava rapidamente as canções que não interessavam para nós. Falamos de muita coisa, sem uma única palavra. 
Foram poucas as pessoas que compartilharam esses silêncios comigo. Essas eu sei que fiquei um pouco nelas e elas em mim.

Enquanto isso, o calor piora a cada dia, o prefeito insiste em mudar o trânsito da cidade,  a Rio Branco espera atenta. O Itreco não para de tocar Andy Bey, The world according to.  Encontrei um barbeirinho muito bom na Rua da Quitanda, voltei ao Nova Capela, mas não consigo mais ir aos sebos com a velha assiduidade. Qualquer hora é muito quente.

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