domingo, 14 de setembro de 2014

I love Paris


Nunca viajei tanto. O tempo todo a trabalho. Continuo me sentindo do mesmo jeito desde sempre. Percebo muito pouco a arquitetura e a paisagem dos lugares. O mar quase sempre é o mesmo. Sinto muito mais os silêncios do mar de manhã cedo. Nada fica em mim, como ficava em Pessoa. Além disso, tenho uma preguiça mental enorme pelo aprendizado das línguas. Mas quando ouço a música do lugar, quando posso entender o piano e a flauta, aí sim, eu me envolvo todo. 
Nunca conheci Paris. Mas a canção de Cole Porter é, para mim, tão familiar, que pareço já ter morado lá uma parte da minha vida. 
É por isso que adoro Buenos Aires. A cidade cheira a música e letra. As livrarias e lojas de discos que minguaram no Rio ainda estão lá, pra gente passear e ficar olhando.
Não há nada mais interessante do que conversar sobre tango com o vendedor (agora esqueci o nome dele) da loja Tango da Rua Lavale. E sair dali cheio de perspectivas.
Recife também me causa esse encanto. Ainda mais quando se vai com Luisa e se pode encontrar com Maciel Melo e andar pelas ruas da Recife velha como foi dessa última vez. E ver o Museu de Luiz Gonzaga no Cais do Sertão e caminhar pelo Paço do Frevo.
E não vou me esquecer nunca da nossa visita à Passadisco, loja do Fábio, que fica nos arredores da cidade. Uma lojinha típica como as lojas da Rua Sete nos anos 80. Ali, sim, me senti dentro de casa.

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