segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Destino Bocaiuva


Saí pra votar com a patroa em Vila Valqueire cheio de dúvidas. Lembrei daquela cena de Agosto (Rubem Fonseca) em que o Matos é arguido se Lacerda ou Getúlio e responde : mas tem que ser uma dessas merdas? E eram Getúlio e Lacerda!
Bem, eu estava completamente confuso. Já tinha passado por algumas fases: simpatizado com Eduardo Campos um dia antes dele morrer, adotado a bandeira do "basta de continuismo", e até mais simpatizado com Dilma no debate. Tudo isso são reflexões de pura incompetência. Não acompanho a política, não leio essa parte no jornal., entendo pouco das mazelas. Fiquei mais aliviado por ir à Vila Valqueire apenas justificar, pois voto mesmo em Miracema.
A viagem a Valqueire me obrigou a passar pelos subúrbios do Rio e o aleatório das canções insistia em mandar as canções suburbanas.
Na ida, Engomadinho, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz com Aracy de Almeida. Não adianta tentar remedar, só Aracy canta bem o Engomadinho. Talvez já tenha escrito isso, mas vai de novo: eu era menino e Aracy era jurada do Programa Silvio Santos, obrigatório lá em casa aos domingos. Foi dessa forma desajeitada que conheci Aracy. Depois tive que trilhar um caminho espinhoso para reconhecer a grande cantora que foi. Ainda tenho uma certa dificuldade, mas não quando ouço o Engomadinho ou Triste cuíca. Olivia e Sacramento que me desculpem, mas Aracy esgotou essas duas. Qualquer coisa vai ser nada mais do que uma interpretação pálida do que ela deixou.
Em Quintino, me ocorreu o Destino Bocaiúva, da obra menos conhecida de Guinga e Aldir, já decantada por Fátima Guedes. Fátima também daria outro belo parágrafo, mas fica para uma outra.
De volta, só deu Noel. Começou com Dama do Cabaré. A versão que ouvi é da trilha do filme Noel poeta da Vila, não sei o nome do cantor, mas é muito boa.Ouvi também Estátua da Paciência com o Coisas Nossas do antológico Noel inédito e desconhecido, e Amor de parceria com Tatiana Parra.
Quase chegando em casa, Martinho da Vila e Martinália trouxeram Minha viola.
Bela viagem a Valqueire. No segundo turno eu volto.
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Em São Paulo, posso me dar ao luxo passar na Cultura depois do trabalho.. Hoje foi um achado: na sessão de clássicos, Rodolfo Medeiros e Marcelo Ghelfi, Sons do Brasil e Argentina, Selo Sesc São Paulo, por R$16,90. Um luxo! Corra antes que acabe. 

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