terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Trilha para iniciar 2015

Nucky Thompson está morto. Conseguiram um desfecho razoável para o velho Enoch. A mim, não convenceu. Preferia que fosse um final como foi o de Antony Soprano, embora James Gandolfini tenha nos tirado a possibilidade do retorno.
Encontro-me agora (6/1, 9:53) em estado de "mofando" no Aeroporto de Brasilia, aguardando um voo para Araguaina. Parece claro que 2015 começou atropelando.
Entre natal, ano novo e início de ano, fui ao céu e ao inferno algumas vezes. Agora mofo no aeroporto em Brasilia.
O melhor do natal começou na verdade com o pré natal, em Miracema, com amigos, irmãos e filhos. Conversa fácil, comida honesta, e o cavaco do Jadim puxando aquelas canções que só nós sabemos cantar, do tipo Você não parece mais você ou Trato do homem.
Minha sogra fez a melhor comida do natal, preparada com coração e cheiro verde, e ficamos ouvindo velhos boleros surrados, principalmente Chavela.
Também voltei depois de longos anos, à Praia de Camboinhas, com Chicó, Lucas e o amor. Tive que dar 20 para conseguir vaga numa barraca. Está inabitável, bolorenta e fedida, mas o mar continua lindo. Contribuiu para a paz uma cerveja estupida e o encantamento do menino pelo mar.
Como sempre, foi a música que me trouxe à vida nesse fim /início de ano. Eis a lista das primeiras oito canções de afeto da 34ª Canção de Afeto:

1) Divenire, com o pianista holandês Jeroen Van Veen - as canções de Ludovico me remetem à Laura. Comprei essa caixinha em Amsterdan com nove discos do compositor interpretados pelo pianista. Desde novembro, não sai do Itreco.

2) Porta aberta, Camané - ainda ouço muito, Do amor e dos dias, na verdade só agora com a devida atenção. Porta aberta é um fado chorado lindíssimo.

3) La churrasca, Chavela Vargas - do disco gravado ao vivo no Carnegie Hall, com dois violões, com aquela voz, com tudo de bom.

4) Freguês da meia noite, Ney Matogrosso - de Atento aos sinais ao vivo. a música de Criolo, a voz soturna do Ney, aquela coisa Itamar/Gudin/Vanzolini misteriosa de São Paulo.

5) El choclo com Fabio Hagler Sexteto - comprado em Buenos Aires há alguns anos e só agora no osso. Maravilhoso.

6) A lenda do Abaeté com Nana - tentaram mais uma indefectível homenagem ao centenário Caymmi com Chico, Caetano e companhia. É médio. Mas Nana salva como sempre oferecendo sua voz grave numa recriação definitiva da Lagoa.

7) Mil e uma noites de amor - com Céu - Céu ao vivo é desde já o disco mais ouvido desse início de 2015. o cover de Pepeu é tudo de bom e algo mais. Também selecionei...

8) Dez Contados - com Céu.

Estou lendo Chico Buarque (O irmão alemão), ouvindo Fernando Pessoa (recitado por Bethânia e Clarice Berardinelli), e a insônia está com a macaca.
Feliz ano novo.


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