Só de juntar a voz perturbada de Arnaldo Antunes com a voz limpa de Ná Ozzetti em "Noturno do Mangue" já valeu pelo disco, mas Ná e Zé tem muito mais do que isso.
Na verdade, esperava um disco mais solene, menos experimental. Depois de ouvir umas tantas vezes em várias ordens, não consigo mais tirá-lo da agulha. Faz companhia a Kátia Guerreiro e Zambujo, outros dois que ouço convulsivamente.
E o disco póstumo de Mercedes Sosa (Angel) que comprei em Buenos Aires. Parecia mais uma oportunidade caça níqueis de dar vida à voz de Mercedes, mas é muito mais do que isso.
Feliz com meus discos. São eles que me salvam no trabalho, no avião, na bicicleta.
Enquanto isso a vida passa. Olho para os lados, era preciso que o tempo estacionasse, mas não há jeito.
Acabo de ser notificado da morte de Antonio Abujamra. Foi se uma referência. Sua leitura da Estrela da Manhã dormiu comigo muito tempo. Aprendi a gostar dos poetas ouvindo Autran, Rangel e Abujamra.
Provavelmente nenhum dos Manuéis, nem Pessoa, nem Drummond, teriam um impacto tão significativo na minha vida se não fosse Abu.
Provavelmente nenhum dos Manuéis, nem Pessoa, nem Drummond, teriam um impacto tão significativo na minha vida se não fosse Abu.