quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Cinco canções de 2011

"É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando, ponto a ponto, nosso dia-a-dia

E fosse aparecendo aos poucos nosso amor
Os nossos sentimentos loucos, nosso amor
O ziguezague do tormento, as cores da alegria
A curva generosa da compreensão
Formando a pétala da rosa da paixão

A sua vida, o meu caminho, nosso amor
Você a linha, e eu o linho, nosso amor
Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa
Reproduzidos no bordado a casa, a estrada, a correnteza
O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza"

Gilberto Gil


A moça ligou (de Boston) pra me entrevistar sobre um novo biomarcador para AVC. Foi uma entrevista às cegas: não conhecia o marcador (ainda não lançado), nem os benefícios, nem os custos, nem a moça. Sei que tinha voz de nem tão moça. Fato é que ficamos 56 exatos minutos ao telefone discorrendo sobre os biomarcadores, a incidência do AVC na população e as maravlhas do diagnóstico precoce. Fiquei besta da minha capacidade de discorrer sobre o que nem faço a menor idéia. E a moça ficou encantada com meus argumentos indefectíveis.
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2011, além de tudo, foi um ano muito musical. Escolher cinco canções entre tantas, também será uma tarefa inglória. Ainda bem que entendo melhor de música do que de biomarcadores.

Tristeza do Zé (Zé Miguel Wisnik e Luiz Tatit) - é a primeira que me vem a cabeça no disco do Wisnik. Embalou os primeiros (e mais tristes) meses do ano e enchi o saco do Lilito até que ele tirasse a música no violão. Passei o ano ouvindo e cantando.

Sinhá (Chico Buarque e João Bosco) - esse afro samba remete a tudo de melhor que Vinicius e Baden fizeram. Um clássico.

Alma boa de lugar nenhum (Carlos Careqa) - auto biografia de Carlos Careqa, um curitibano que devia estar num lugar mais nobre da música brasileira. Fez um disco ótimo em 2011. Escolhi essa, que dá nome ao disco. "Vou fazer uma chacrinha, vou comprar um automóvel, vou fazer um teatrinho para ver se te INCOMODA..."

Olhos do tempo (Rafael Altério e Cristina Saraiva) - do ótimo Manoela Cavallaro canta Cristina Saraiva, essa participação de Rafael Altério numa canção tocante, delicada, cheia de esperanças.

Vem ver (Adriana Calcanhoto) - um dos ótimos sambas do bom Micróbio do samba. Adriana chega a uma maturidade criativa digna dos grandes compositores brasileiros.
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Você pode conferir aqui as cinco canções de 2010, 2009 e 2008.

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