segunda-feira, 28 de março de 2011
Águas de março
sexta-feira, 25 de março de 2011
Ignaras vedetas
Hoje
andei na rua de megafone
a apregoar o teu nome
e o amor que sinto por ti.
Hoje
cuspi fogo à porta do metro
e entreguei mais de mil panfletos
e todos diziam assim:
Hoje o mundo venera
todo o destemido pateta
que faz pouco de si
E se eu for ignara vedeta,
será que na rua deserta
tu reparas em mim?
Hoje
declarei-me em todas as praças
grafitei na rua onde passas
"o meu amor passou aqui"
Hoje
fiz o pino e uma canção
e hei-de ir à televisão
só para que ouças assim:
Hoje o mundo venera
todo o destemido pateta
que faz pouco de si
E se eu for ignara vedeta,
será que na rua deserta
tu reparas em mim?
Pedro da Silva Martins
Um pequeno fado pode também me salvar dos abismos. Ainda mais um delicado como esse do Deolinda e sua vocalista Ana Bacalhau. O grupo português parece querer renovar o fado e até certo ponto consegue, mesmo que você torça um pouco a orelha. Dois selos e um carimbo vale uma espiada.
Porque hoje é sábado, é provável que dois ou três amigos do choro venham aqui pra casa chorar um pouco. Combinei com Jadim umas traíras. Passei a tarde de lombra e assisti Como você sabe?. O filme é uma pequena lástima e dá saudade do Nicholson de Um estranho no ninho, O informante e até Melhor é impossível, do mesmo diretor. Mas o melhor mesmo foi passar a tarde de lombra com Didi. Valeu a vinda. Aqui tudo é silêncio bem vindo e nada fazer.
Try a little tenderness
quinta-feira, 24 de março de 2011
Artroplastia total de joelho
Certo mesmo é que sempre fugi da cirurgia por falta de mão e talento, naturalmente. Instado a entrar num centro cirúrgico, estranho aquele cheiro, aquele habitat natural de toda equipe cirúrgica, fico pouco à vontade.
Hoje minha mãe colocou uma prótese no joelho direito. Chamado à responsabilidade de filho e médico, lá fui eu.
Não é uma experiência muito confortável assistir uma artroplastia de joelho. O instrumental é de carpintaria de luxo: martelo, serra elétrica, furadeira. E o ortopedista não pode ter cerimônia em martelar, furar e serrar. A perna, depois de isolada por muitos panos, parece amputada. Mas flete, estica e roda como qualquer perna. E o cirurgião tem prazer em ficar fazendo movimentos com a perna esquecida do resto do corpo temporariamente.
Garanto, não tive engulhos, mas saí de lá convicto de que no meu, não!!! Meu joelho vai apodrecer do jeito que está. Sem ferrolho.
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Sempre acreditei no futebol do Deco. Para os mais céticos (inclusive Chicó) argumentava que um dia ele revertia essa onda de contusões e jogava bola. O dia foi ontem. 30 minutos de Deco, Fluminense 3x2 América do México. Chicó nem atendeu o telefone. Devia estar comemorando!
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Vejo outra vez, com inenarrável prazer, a primeira temporada de Deadwood. Alone again. Deadwood parece aqueles velhos filmes que você faz questão de ver de novo e sempre aparecem de modo diferente.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Joel Santana
sábado, 19 de março de 2011
Cartas de amor para Julieta
Também assisti ao simpático e, menos doce, Away we go, aqui terrivelmente alcunhado de Por uma vida melhor, do diretor Sam Mendes. Passa longe de Beleza americana ou Foi apenas um sonho, mas tem seus encantos.
Fato é que... deu vontade de escrever (!!!), coisa que não tem acontecido ultimamente, ando atravessando um período manoel-de-barros de árvore.
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Dia desses liguei para Clai Coelho do Nascimento. Clai é uma amiga dos anos 80, que morava em Paraíso do Tobias, próximo à Odete Lima, onde habitei dos 17 aos 21. Muitos anos depois, revi Clai no Hospital do Andaraí no internato e depois nunca mais. Tomei coragem e perguntei ao Rê, cabelereiro das meninas e ele me passou o telefone. Liguei. É a mesma Clai de sempre, é possível reconhecer pela voz: solícita, de bem com a vida, e trabalha perto de mim. Armamos um café, mas acabei desistindo. Pouco importa, velhos amigos nunca deixam de ser amigos. Clai tem seu espaço num dos meus ventrículos, provavelmente o esquerdo.
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Foi assim também que reencontrei Renatinha 30 anos depois e parece que tinha sido ontem. Mas essa não deixei que me escapasse. Trouxe para minha sala.
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Não sei não, mas esse reencontro de Franco e Vanessa me deixou comovido como o diabo.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Indagatório inútil
Adriana Calcanhoto parece estar lançando um disco chamado Micróbio do Samba. Não seria uma referência ao explêndido Micróbio do Frevo, de Silvério Pessoa?
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Peguei uma série brasileira na estante pra ver: Amazônia, de Galvez a Chico Mendes. A série parece boa, mas quem aguenta 25 horas ininterruptas de história?
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sábado, 12 de março de 2011
Carnaval na Ilha
Vi a Vila do Abraão e intuí que deviam ter avisado que é só uma vila, que para se ir à praia tem que ser de barco, e que os lugares mais bonitos da Ilha são lagoas profundas, nos longes da Ilha.
Vi o barco Papyk 1 ser alugado para passar os 4 dias por nossa conta. Vi o Saco do céu, a Feiticeira, Abrãozinho, as Lagoas Verde e Azul, o Caxadaço, e outros tantos pedaços de Ilha que terei de ir ao mapa pra recordar tanto nome. Não encontrei mar mais bonito do que o da Lagoa Verde.
Vi a farra honesta de sempre transbordar-se em churrascos intermináveis no barco, histórias de rir e chorar, conversas de fim de noite no carteado e a saudável convivência de amigos e filhos que vieram aqui para conversar e se divertir.
Vi Laura dançar leve e solta na muvuca da Ilha num carnaval agitado como o meu dos dezoito e Luisa preferir a leitura solitária no quarto da pousada. Nem faço idéia da parte que me toca na linha que separa esses dois comportamentos imprevistos.
Vi Chicó se esbaldar na água e sambar desajeitado na rua e imaginei que devem ter sido assim os meus 9.
Vi uma mulher dedicada, uma dona de pousada sizuda, um sujeito idêntico ao Seu Madruga, uma loja que tinha camisa tamanho urso, o sorvete a kilo mais caro do Mundo, o cheiro azedo das ruas carnavalescas, a insônia e a constipação e pela internet, o Fluminense ganhar dois jogos do carioca.
Vi tudo isso flutuar pela Ilha Grande no indefectível carnaval dos meus anos cinquenta.
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Até bem pouco tempo atrás, nunca tinha ouvido falar em Peter Siemsen. Já Muricy Ramalho, conheço de muitos anos.
quinta-feira, 3 de março de 2011
A dama indigna
terça-feira, 1 de março de 2011
Patrão, o trem atrasou
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Pra quem se interessar (se é que existe), os discos ouvidos em fevereiro já foram postados lá.
O amor acaba
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos p...
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"O pauloleminski é um cachorro louco que deve ser morto a pau e pedra a fogo a pique senão é bem capaz o filhadaputa de fazer chover em...
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Depois desse hiato de muitos dias, tento retirar a trava e voltar a escrever. Ficar travado, em geral, é como respondo ao luto. Não choro, n...