terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Cinco livros

Li muito menos do que deveria em 2008, não mais do que duas dúzias de livros. Quero voltar à minha velha disciplina em 2009.
A ida a FLIP sempre rendeu boas conversas e dessa vez não foi diferente. Os destaques da FLIP foram O Santo Sujo, a vida de Jaime Ovale, Humberto Werneck, que só deu para folhear, e O despenhadeiro, Fernando Valejo, que li e gostei.
Os melhores que li em 2008 foram;
Tarás Bulba, Gogol, nova tradução do russo, excelente, indispensável.
Homem comum, Philip Roth em plena forma literária.
Os detetives selvagens, Roberto Bolaño, um clássico obrigatório.
O conto do amor, Contardo Caligaris, uma grata surpresa.
Homem no escuro, Paul Auster, um ótimo final de ano.

Mínimas

Compro dvds e... não vejo! Vejo quase só os filmes que loco por obrigação de devolver. De forma que só ontem assisti ao excelente Obrigado por fumar. Muito divertido e instigante
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Por falar em diversão, ontem fui na Beringela e tinha um livro chamado Porque o sexo é divertido?. Contrariando o título, confesso que, depois dos 40, aprendi que diversão é das coisas menos importantes no sexo. O mais importante é não ter pressa. É saber explorar as sutilezas da pele e do tato. Sexo é tempo.
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Ontem, último almoço do ano aqui da empresa, fomos almoçar no famoso Casual da Rua do Rosário, esperando que o Chef Santos nos saudasse com um bacalhau de comer ajoelhado. Pura especulação. O bacalhau veio insosso, como o arroz e tudo mais que tinha nele. Categoria 1B, sendo benevolente.
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Passei o natal na casa de dois irmãos de fé: uma parte no Jadim e outra no Alexandre. Deu pra aliviar um pouco a ausência das crianças que passam o natal com as mães (e o ano novo comigo).

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Noite de paz

Meu pai foi sócio nos anos 70 e 80, da Usina Santa Rosa em Miracema. A Usina já fabricou a melhor cachaça do Estado: a Rosa de Prata. Hoje é um arremedo de ferro abandonado.
Mas me lembro que em 79, havia um cartão de natal com uma foto preta e branca da Usina contendo a seguinte frase: "que o Natal traga a paz necessária ao progresso". Simples assim.
Eu tinha 18 e fiquei encantado com a frase. Nunca esqueci do cartão.
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Nos meus últimos natais, esse cartão tem voltado sempre, como um alumbramento: que mistério daquela frase havia me deixado tão impressionado?
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Eu tinha um certo orgulho do meu pai por ter conseguido levantar a Santa Rosa depois de muito trabalho, esforço pessoal e doação. Uma vida inteira de trabalho coroada com um empreendimento daquela monta. Aquele cartão podia também simbolizar tudo isso.
Eu era um menino completamente sem noção das responsabilidades da vida, tudo que fazia era estudar e ouvir música, não necessariamente nessa ordem. A idéia de trabalhar e ganhar meu próprio dinheiro ainda não havia me contaminado. Eu era feliz e, sim, sabia!
Dava valor às pequenas coisas, como aquele cartão. Esse cacoete de dar valor às pequenas coisas, eu ainda não perdi.
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Hoje sei muito bem que o recado que o menino mandava para si mesmo ao longo desses anos todos, era o de procurar estar sempre em paz. Que a paz é a chave de todas as frases, de todos os recados.
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Em tempos de paz, é possível resgatar aquele menino apaixonado por um simples cartão. É isso que desejo a todos os meus bons amigos.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Cinco discos

Estive hoje revendo Perdas e Danos. Deve ser visto, revisto e aprendido. A alma humana é um abismo e filmes como esse ajudam a entendê-la melhor. A cena final com Jeremy Irons é das mais comoventes que já vi. Louis Malle dá mais uma aula de cinema denso.
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Depois pra relaxar, levei Chicó pra ver Madagascar 2. Muito bom!
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Francis Hime Álbum Musical 2 é um dos grandes do ano. Mostra que o lado B do compositor também é de primeira linha e merece ser explorado.
Yamandu Costa, The Tokyo Sessions, parece ter sido gravado com o capricho que não temos ouvido nos álbuns instrumentais desse ano.
Banda Glória convida Cristina Buarque é um excelente disco de samba, talvez o melhor do ano.
Ney Matogrosso, Inclassificáveis, só ratifica a excelência do canto de Ney.
Serrat e Sabina, dos pajaros de un tiro, outro disco ao vivo que cresce aos poucos quanto mais ouvimos. Ótimo!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Já chegou contando as horas


A água transbordou em Santo Antônio de Pádua, deixando filho e amigos próximos semi-desabrigados. Chicó veio pra cá pouco antes do município entrar em calamidade. Não há muito que fazer por enquanto, a não ser estar agradecido ao destino por ter trazido Chicó a tempo e saber que Laura e Luisa estão bem em Miracema.
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Tenho estado ao mesmo tempo em quatro cidades por conta de filhos, trabalho e moradia. São quatro preocupações e nem sempre estou na que mais precisa de mim naquele momento. Mas torço para que tudo se reestabeleça rapidamente, a tempo de termos um natal digno.
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Renatinha se mandou e nem se despediu de mim. Senti falta do abraço das 16, Renatinha! Aproveita bem suas férias. Trabalhar com você em 2008, foi um privilégio.
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A presença de Chicó aqui me transformou num ás do play station, voltei a comer no indefectível Mc Donalds e pretendo assistir Madagascar 2 amanhã. Pouco tempo pra desconversar.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O coração dos homens

Fico apavorado de como as pessoas mudam. Uma pessoa de uma suavidade tão delicada e doce, de repente, a custa de uma ascensão profissional inadequada, se torna uma pessoa fria, competitiva. Aqueles olhos tão sinceros de outrora, cadê? Ou será que fui eu que mudei e estou enxergando desesperança em tudo quanto olho?
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Mas qual!? Renatinha ainda é a mesma de 30 anos atrás quando estudávamos no ABEL e nos estudávamos um ao outro com a curiosidade alegre dos olhos dos jovens. Ainda posso ver claramente que os olhos brilham da mesma forma suave e delicada de 30 anos atrás!
Quando nos abraçamos, ganhamos tempo abraçados, por acreditar que um vai sempre estar ao lado do outro e quer levar dali um pedaço daquele abraço.
Já ando sofrendo por antecedência das férias da Renatinha.
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Mas voltando ao primeiro parágrafo, nada aconteceu de novo, como no verso do livro de Paul Auster, "enquanto gira o Mundo bizarro". Apenas um desapontamento aqui, um aperto ali. O coração dos homens está carente de afetos verdadeiros. Esses que valem mais do que qualquer
outra coisa!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Time sheet

06:30 - levantar
06:50 - caminhar na chuva
07:00 - pegar a barca apinhada de gente
07:30 - dar uma passada no Cláudio
07:50 - tomar café com pão e manteiga
08:00 - responder e-mails
08:15 - dar dois pareceres, um sobre cateter, outro sobre IgE específica
08:45 - ligar pro consultor reserva
09:00 - iniciar os trabalhos sobre tratamnento da osteoporose
11:00 -fazer matéria sobre consultorias
11:15 - ler a ata do Colégio Nacional de auditores e o material referente à reunião
12:00 - almoçar no Trapiche Rosário
12:30 - dar uma passada no Cláudio
13:00 - continuar os trabalhos sobre dotrecogina alfa
15:15 - dar uma passada nos e-mails pornográficos do Ney
15:30 - responder e-mails novos
16:00 - traduzir um estudo comparando o alendronato com o raloxifeno
17:00 - sair na chuva
17:30 - ir ao terapeuta
18:30 - ir embora na chuva.
19:00 - pegar a barca apinhada de gente
20:00 - chegar em casa cheio de vazios.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Ôu, Nouuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!

Não tem nada pior do que copiar um dvd. Chicó queria uma cópia das Tartarugas Ninjas, mas depois de 4 "Ôu,Nouuuuuuuuu!!!!!!!!" (resposta automática que sai do aparelho quando alguma coisa masca lá dentro), e 4 mídias jogadas no lixo, desisto solenemente. Acho que os dvds sobreviverão por conta desse pequeno detalhe. É muito enjoado copiá-los.
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A perda absoluta de tempo (não é, Camila?) levou meu bom humor nesse domingo de manhã chuvisquento.
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Nada que um sorriso da Laura ou um comentário do Chicó não desmonte. Luisa dorme angelicamente. Ela que está certa!
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João Ubaldo tem usado os números muito habitualmente nas suas crônicas dominicais. "A frase os números não mentem nunca deixou de ser verdadeira. Contudo, os números só existem na cabeça do homem, e o homem mente. Ou seja, é fato que os números não mentem, mas há grande fartura de gente que os emprega para mentir. E os números costumam intimidar quem os escuta, principalmente aqueles que, imagino maioria, em que a matemática ressuscita o terror experimentado nos bancos escolares. A precisão do número é mortal e dá sempre a impressão de que quem os utiliza, numa argumentação qualquer, tem razão." Pra quem lida com estatística, sabe que esse raciocínio simples de Ubaldo é por demais, sábio. Ôu, nouuuuuuu!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Um dia calmo e um filme besta

Esse foi um sábado bastante calmo em Miracema com meus filhos. Tento de todo jeito dar a eles o máximo de mim, pra compensar a ausência dos dias úteis. Cada um está numa fase diferente da vida, mas é interessante observar o elo que Luisa (13) mantém com Chicó (7) e Laura (16), cada um em sem tempo.
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Desafortunadamente, fui atrapalhado pelo filme Cinturão Vermelho. O filme, apesar de contar com Alice Braga (bem) e Rodrigo Santoro (médio) no elenco, é muito ruim. Nem a participação de Luciana Souza cantando a capela numa boate se salva. Absoluta perda de tempo.
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No mais, nada aconteceu de imprevisível. Fico feliz assim. As crias em casa, a polenta da Diô, uma chuvinha intermitente pedindo cama macia.

Pescadora de pérola

Quando vim pra Miracema em 1987, no primeiro plantão que fiz na Casa de Saúde São Sebastião, atendi a um senhor que acabara de sofrer um acidente vascular cerebral. O nome, posso dizer, que depois de paciente, virou amigo, então vai aqui o nome do amigo: Anderson Alvim. Seu Anderson, como sempre o chamei, foi acompanhado por mim como paciente e amigo por muitos anos de clínica médica e amizade. Recuperou-se muito bem , a custa de um esforço pessoal digno dos grandes homens que dão valor à vida.
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Além da medicina, conversávamos muito sobre música e literatura. Eu andava ouvindo muito os velhos cantores e tinha uma afeição especial por Carlos Galhardo. É fácil gostar de Galhardo com aquele vozeirão sentimental. Difícil foi aprender a gostar de Orlando Silva. Ouvia o Carinhoso milhares de vezes e não conseguia gostar tanto como gostava de Francisco Alves ou Carlos Galhardo. Até que conheci uma canção chamada Meu Romance, do carioca de Vila Isabel J. Cascata. Orlando despertou para mim e dali pra frente nunca mais deixei de ouvi-lo. Posso dizer com toda tranquilidade que Orlando Silva foi o maior dos nossos cantores. Mesmo no final, quando sua voz foi consumida pelo vício em morfina, cantava bem. Seu Anderson era fascinado por Meu Romance e por Orlando.
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Mais tarde, quando Marcos Sacramento lançou A Modernidade da Tradição, belíssimo cd de uma voz também privilegiada, vi que tinha gravado Meu Romance, mas a gravação está muito longe da interpretação emocionada de Orlando.
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É sabido que Vinícius de Moraes dizia que São Paulo é o túmulo do samba. O tom de deboche hoje ganha contornos de grave injustiça, pois que grandes composições de samba têm saído de São Paulo, através de Eduardo Gudin, Celso Viáfora, Rubens Nogueira, e ainda Vanzolini, Adoniran, etc. Fabiana Cozza, que atualmente canta samba como ninguém, também é de São Paulo.
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Cristina Buarque tem conseguido tirar leite do túmulo. Com sua voz tímida, porém correta, Cristina tem feito os melhores discos de samba dos últimos tempos. Sem contar o carioca Samba de Fato e Cristina Buarque cantam Mauro Duarte, Cristina gravou com o Terreiro Grande, e agora um disco maravilhoso com a Banda Glória, ambos de São Paulo. Cristina vai desfilando seu repertório de pesquisadora incansável, outra atividade que exerce em primeira grandeza. E aí a gente ouve Conversa Fiada, Não me olhes assim, Salve o Américo, Chinelo velho, e muitos outros maxixes e sambas de sair pulando de satisfeito e orgulhoso da nossa música. E uma gravação de Meu Romance, de deixar Orlando satisfeito lá em cima.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cinco canções

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
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Chuva, Jorge Fernando
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Nem percebi que é quase natal. Tenho evitado convites festivos, reuniões de fim de ano. Meu trabalho, minha casa, meus filhos, já são uma comemoração diária. Suificientam-me quase sempre.
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Cinco canções de 2008.
Difícil nominar depois de ouvir tantas.
Vamo lá. Chuva, de Jorge Fernando, com Mariza, foi ouvida ao longo do ano todo, chovendo ou fazendo Sol. É um fado moderno tocante.
Louco por você, de Ivan Zigg, do disco de Clara Sandroni (Cassiopéia), com a percussão aquática comovente de Carlos Fucks, não parou de tocar na rádio desconversa FM.
Questão encerrada, de Rubens Nogueira e Paulo César Pinheiro, com Rubens e Juliana Amaral entrou agora na lista e já foi indicada. É um samba canção de primeira.
De terra para humanidade, de Tom Zé, com Tom e Badi Assad, do cd Estudando a bossa. Depois do show de João Gilberto, foi a homenagem mais bonita que a bossa nova recebeu.
Finalmente, a delicadíssima Toada, de Mário Séve e Guilherme Wisnick, com Mõnica Salmaso.
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Contudo, a música que mais ouvi em 2008, em trocentas versões (as que mais ouvi foram as de Gary Burton e Gidon Kremer) foi o Invierno Porteño. É muito reconfortante redescobrir um Piazzolla a cada nota da vida. E essa canção tem o desfecho mais lindo da história da música.
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Descubro lamentoso que meu amigo Flávio abandonou a crônica do blog Flávio Diário. Ultimamente, os blogs têm sido um ótimo refúgio para boas leituras e segundas opiniões. Espero que volte.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Outros tempos

Chegando de São Paulo, passei pela desagradável experiência de não conseguir antecipar meu vôo. Ora, a Gol é uma empresa que fez toda sua história vendendo a imagem da objetividade e da rapidez. O lanche sempre foi uma barra de cereal, agora nem é mais. É um lanche TAM pasteurizado!
Nem imagino quais sejam os critérios de compra de passagem pela minha empresa. Ultimamente, só tenho viajado pela TAM. Minha tarifa TAM oscila entre aquela que colocam um tapete vermelho para você entrar, ou seja, é só chegar no aeroporto e remarcar, e aquela que não tem jeito nem de mexer no assento. Nunca me preocupei muito com isso!
Mas hoje a reunião terminou mais cedo e tentei antecipar o vôo e fui surpreendido pela nova determinação da Gol/Varig. Os tempos são outros e só fazem piorar.
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"Zé Renato interpreta a Jovem Guarda" soa meio equivocado. Zé tem uma voz muito bonita e sempre foi muito bem visto tanto no Boca Livre quanto nas incursões pelo samba (o disco em que canta Zé Keti é clássico). Mas como todo o aparato musical da jovem guarda é medíocre, acho que Zé deveria ter optado por canções mais conhecidas. Vou ouvir outras vezes, mas não gostei da impressão inicial.
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Ontem fui a um evento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardíaca e Hemodinâmica em São Paulo. A ética necessária para o tratamento adequado à indústria vem sendo motivo de grandes polêmicas na classe médica americana. Aqui no Brasil, o que ainda é muito incipiente quer sair do armário. Saí dali satisfeito com o que vi.
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O Hotel Estamplaza Paulista é desses hotéis que não vendem a imagem (por fora parece muito simples), mas tem tudo muito certinho. Cama box excelente, chuveiro funcionando bem, e os controles do ar e da luz são no aparelho de telefone. Um duplo A!
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Mais uma vez, minha noite paulistana resumiu-se ao hotel. Cansaço e velhice em comunhão de bens!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Cinco filmes

Estou cansado. Resolvi andar a pé até minha casa hoje, nem é tão longe assim, mas nas circunstâncias atuais, é uma viagem. Nem posso me dar ao luxo de elogiar essa segunda. Foi uma segunda penosa. De trabalho e compreensão. Sabe, ter amigos ao seu lado no trabalho torna tudo muito mais fácil.
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Aproxima-se o fim do ano e começam as antologias de 2008. Começo pelos filmes. O melhor que vi foi Queime depois de ler. A crítica d'O Globo deu apenas bonequinho sentado para o filme. Como assim????????? Nem vou ficar discutindo com a crítica.
Vi Bárbara Heliodora detonar Vaca de Nariz Sutil e Sérgio Brito achar o máximo! Então quem é o crítico correto? Ou será que a crítica vai me influenciar a ver a adaptação teatral de um dos grandes livros de Campos de Carvalho?
Não tem jeito. Queime depois de ler é o filme de 2008. E não se fala mais nisso!
Em segundo lugar, Senhores do Crime, maravilha de suspense misturado com violência de Cronenberg. Em seguida, quase empatado, Onde os fracos não têm vez, outra pérola dos Cohen. O cavaleiro das trevas e A vida dos outros finalizam a minha seleção. Ainda não vi Vicky Cristina Barcelona, mas tem sido muito bem recomendado. Se for, substituo por um dos cinco acima, não sei qual. Certamente não será Queime depois de ler.
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No cenário nacional, o único que recomendaria é Não por acaso, boa história com atuação melhor ainda de Leonardo Medeiros.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Vazio

Enquanto Laura vai se consagrando lá em Pádua, sigo meu domingo inútil aqui em Niterói.
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Domingo de filmes inúteis: Arquivo X (fraco), Memórias de uma gueixa (médio) e MR 73, um policial francês com Daniel Auteiul (bom). No fundo, os filmes não têm culpa.
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Nem a inútil comida do Restaurante Dona Santa aqui do Ingá (ruim).
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Nem o empate inútil e chorado do Fluminense com o Ipatinga (ruim).
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Nem a tentativa inútil de encontrar esse ou aquele disco, esse ou aquele livro na estante.
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Nem essa desvontade inútil de comprar as coisas que a Diô pediu pra Miracema.
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Tudo está meio embaçado nesse domingo. Eu sei bem que o que há de mais embaçado e inútil é o que meus olhos vêm por dentro: vazio.

O tempo da delicadeza

Longarino falou, em seu discurso, que o que os uniu (ele e Liliana) nesses 30 anos foi a delicadeza. Esse discurso delicado e um bocado de prosecco deixou a gente comovido como o diabo. Salve Longa!!!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Pérolas aos poucos

Euclides trouxe de volta o Sol para o Simpósio das Unimeds do Estado do Rio de Janeiro. Desde que entrou para a presidência da empresa, nunca mais choveu no SUERJ, que, antes, era conhecido pelo lazarento nome de CHUVERJ.
O SUERJ é um evento político, pouco se tira dali de cunho operacional. Fizemos uma mesa lá para 15 gatos pingados interessados em medicina baseada em evidência e boa prática médica. Lembrou-me de um show de Luiz Melodia que assisti há muitos anos atrás no Teatro da UFF em Niterói. Programado para 21 horas, Melodia apareceu à meia noite, quando quase todo Mundo já tinha ido embora, inclusive a banda. Pois bem, Melodia fez um show belíssimo de voz e violão para uma platéia seleta de 15 gatos pingados! Foi assim, guardadas as devidas proporções, que me senti diante daquela platéia de 15, e agradeço muito o empenho incansável de Sandra Carreirinha e Valéria, pois fomos convidados a fazer essa apresentação há uma semana do evento e nem estava na programação oficial.
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O Club Med é um duplo A com louvor. O louvor se deve às ondas do mar batendo em nossos ouvidos e acalentando nosso sono cansado. Perde no entando, no item comida farta, porém insossa e em outros pequenos detalhes.
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Na sexta de noite dançei muito depois de muitos chopps. Não há nada mais patético para um sujeito que detesta dançar do que... dancar! Ponhamos assim, dancei mais pra queimar o alcool consumido agudamente. Mas, confesso, não vejo qualquer graça naquele bate estaca reluzente e as pessoas se mexendo pra lá e pra cá. Sou efetivamente um sujeito datado, perdido em alguma boa conversa de afundar noite dos anos 80 do século passado!
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Rosecrilda, não há como fugir da verdade: Amandita está se tornando uma Triplo A. Vamos envelhecendo e nossos filhos cada vez mais aparecem aos nossos olhos orgulhosos! E no mais, tudo é menor!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O quinto

Vou deixando meus abraços afetuosos para Laura, que dança esse domingo em Pádua, sem a minha presença. Isso de sem a minha presença tem me deixado desolado. Que fazer? Trabalho domingo também quando é preciso. E nesse fim de semana, estarei preso num evento em Angra dos Reis. Filha, quando estiver dançando, pode saber que um quinto de mim vai estar lá, esse quinto invisível que se contorce de dor pela ausência do resto. Esse seu velho pai que às vezes, tem vontade de ser só um quinto, só pra te dar um abraço apertado depois da apresentação.No mais, tenho certeza que tudo correrá bem. Espero pelo bis e pela oportunidade.
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Pra Liliane e Longarino pelos 30. Cara, eu nem imagino o que é ter 30 anos de casado. Fui casado algumas vezes e bem sucedido em todas. Bem sucedido a ponto de não me permitir uma continuidade que fosse menor do que a separação. Tenho inveja dos amantes de 30 anos, de como foram solidários e unidos. Bom, agora é tarde para ter inveja. Por tudo isso, meu mais sincero agradecimento por fazer parte dessa familia. Longarino tem sido muito mais do que um bom amigo nos últimos anos. É um parceiro da qual não se pode perder distância nunca. E faz o melhor camarão na moranga da face da terra.
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Como já disse, vou estar num evento em Angra a partir de amanhã, terei muito pouco tempo pra desconversar. Espero que a terra seja leve nesses dias!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Datas

Estou em Miracema hoje pra formatura do Chicó (do CA para a primeira série). Queria alertá-lo sobre a vida, mas o que se pode fazer com um menino de 7, que está apenas começando? Que passos serão seus passos, que esquinas, que prazeres?
Chicó é uma incógnita pra mim. Ele fez absoluta questão que eu viesse, não sou dado a esse tipo de evento, na verdade estou bastante angustiado com o tanto que estou acumulando de dívida trabalhista por conta dessa formatura. Mas como recusar, depois de não ter estado aqui pro aniversário, etc, etc? Datas, como são inúteis as datas!
Luisa firme aqui comigo, vai ouvindo meus lamentos, não deixa meu barco afundar de jeito nenhum. É outra que não merece a angústia do pai.
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Vi Um plano brilhante, Demi Moore absolutamente envelhecida, cadê aquela menina de O primeiroano do resto das nossas vidas? Demi Moore tomando banho de banheira já foi um facho de alumbramentos pro menino que fui.

domingo, 30 de novembro de 2008

Amar e escrever à máquina

Passei o domingo dedicando-me às oito estações de Gidom Kremer. Uma maravilha o que o letão faz com Vivaldi e Piazzolla.
Andei meio irritado de manhã, perto de ter um ataque de pelanca. Detesto quando estou assim. Fico fragilizado, brigo com todo Mundo, não dou conta de mim. Trata-se de uma inevitável confusão mental movida não sei porque. Leticia consegue perceber isso a 300 km de distância ao telefone (desculpe, Nélis). Meu terapeuta já disse que a irritabilidade é um sintoma clássico da depressão. Vai ver que é porque eu me afoguei na cerveja ontem lá no Alexandre , ou isso ou aquilo que me irritou de manhã, não sei, ou porque eu já esteja pensando nas duas próximas semanas de trabalho duro que vêm por aí. Nesse domingo miracemense, só Luisa o tempo todo comigo. Tento poupá-la dos meus arroubos.
Ontem consegui fazer de tudo um pouco, inclusive trabalhar e antecipar alguns compromissos. Tento fugir das apresentações robotizadas cheias de tela, mas elas têm uma grande importância para minhas crises de ausência. Além disso, os resultados costumam ficar mais bonitos quando bem apresentados.
Resultado mesmo é aquele que você pode tocar. Que cresce aos olhos quando você comenta, que dá orgulho de ser parte. Tem sido assim com as evidências, as consultorias, com minha equipe de trabalho. Não há muita dificuldade em falar sobre isso.
No mais, tudo é menor.

sábado, 29 de novembro de 2008

New malemolência

Martinália é a própria encarnação da new malemolência em seu novo disco, Madrugada. Vim ouvindo ontem e não consigo tirá-lo mais. Produzido e bem arranjado por Celso Fonseca, o disco está muito bem recomendado. Destaques para Batendo a porta, clássico de João Nogueira e Paulo César Pinheiro e Sem dizer adeus, de Moska. Martinália brinca até com Don`t worry, be happy e não desaponta.
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Estou em Miracema com minhas filhas, hoje passamos um dia muito tranquilo.
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A internet aqui é movida a mula. Já comentei isso, mas vale repetir. Nem dá vontade de abrir o computador. Nem imagino como é que o Alexandre BB consegue comprar tanta coisa pela rede.
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Ontem vim do Rio tarde/noite chuvoso lamacento depois de "ministrar" aulas na Barra. Adoro o termo ministrar! É ao mesmo tempo pedante e insosso.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Acho bom juntar a fome com a vontade de comer

Hoje é aniversário de Luisa, minha vida. Precisa dizer mais alguma coisa? Obrigado por existir.
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Ontem aconteceu uma coisa que só acontece com Francisco José. Cheguei em casa e não consegui abrir minha própria porta. Não, eu não esqueci a chave. A porta é que não abria mesmo. O chaveiro do bairro (sorte do Ingá ter um chaveiro noturno!) levou duas horas para abrir a porta. Quando entrei, fiquei emocionado ao ver que tudo estava no seu lugar. Inclusive a desordem reinante.
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Hoje fui à Feira de Agricultura Familiar na Marina da Glória. Fui para ver Bule Bule, um de nossos melhores repentistas e forrozeiros. Apesar da anasarca, Bule Bule continua em plena forma. Pena não ter cantado o hit A fome com a vontade de comer. Saí de lá extasiado com seu pandeiro e voz afinadíssimos e as sambadeiras que vieram com ele.
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Mas nem só de Bule Bule, esteve a Feira. Um achado! Mil barracas de comestíveis e artesanato brasileiro de fazer a alegria de qualquer curioso. Comprei geléia de caju, cupuaçu, cagaita, granola de licuri, um monte de doce da melhor qualidade.
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Na volta, o taxista fez questão de colocar Ana Carolina pra estragar meu ouvido satisfeito. Como estragar uma canção tão bonita como Beatriz? Um fiasco!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Receita de ontem

Ontem cheguei aqui disposto e com vontade de escrever, mas o blogger não entrava de jeito nenhum e acabei meio frustrado.
Receita de ontem:
1 - Uma reunião agitada o dia inteiro, com bons resultados ao final;
2 - Almoço na Rosário para 36 famintos;
3 - Uma longa conversa com Leticia, há muito que não conversávamos tanto;
4 - Aniversário do Mário, o afeto que tenho por ele dispensa textos, mas bem que eu podia ter escrito um;
5 - Uma profusão de estudos espalhados sobre a minha mesa sobre dotrecogina alfa. Quanto mais cavo, mais o buraco fica fundo, melhor fica a pesquisa.
6 - Muita dor na minha fascite plantar, essa calcanheira já não está dando muito jeito não, professor.
7 - O último capítulo de Alice no fim da noite.

Recebi, com entusiasmo, a última coletânea de crônicas de Nelson Rodrigues, da Agir: O reacionário. Vale cada centavo!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Até ficar com dó de mim

Ontem de manhã esqueci do excitante, de noite esqueci do calmante, só lembrei quando acordei às duas e aí já era tarde.
Nada disso, nem a chuva, nem um certo mau humor atrapalhou a minha incursão triunfante pela segunda-feira. Sou definitivamente, um homem de segundas.
O trabalho flui como um licor, a comida ruim do Trapiche tem lá os seus predicados, Sandra Carreirinha, o Professor, Longarino, Ronaldo, as flores novas e provisórias da nossa sala (faltou você, é claro!), tudo parece conspirar bem.
Se fosse fazer o meu time sheet de hoje, ia ser um texto longo. As coisas breves renderam maravilhosamente.
Quando entendemos o efêmero da vida, passamos a viver melhor. Hoje estou como Luis Tatit quando escreveu a canção Felicidade. Ser feliz assim é até meio chato.

domingo, 23 de novembro de 2008

Acerto de contas

Duas coisas marcaram o sábado, além das crianças: uma crônica de Camila sobre a amizade e o filme O Caçador de Pipas.
Em geral, evito best sellers. O tempo é muito curto para eles. O Caçador foi um dos poucos que li nos últimos anos.
O filme procura ser fiel ao livro.
O que mais deixa o leitor(ou o espectador) pensativo é a amizade entre os dois meninos, vista pelos olhos do autor, que procura exorcizar o tempo todo, os males que possivelmente tenha causado à relação, como se o livro fosse um acerto de contas com o passado.
Nas entrelinhas do filme ou na crônica em duas partes de Camila, é possível entender que também a amizade é um processo sofrido e até danoso.
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Gosto de viajar domingo de manhã, chegar aqui em Niterói e ter tempo de arrumar as coisas. Esquentar as turbinas pra segunda. Perco um almoço familiar, mas consigo me organizar melhor.

sábado, 22 de novembro de 2008

Vidinha besta

Está virando rotina isso de ir sexta feira com as crianças e os amigos, ao pé sujo mais concorrido de Miracema: o Sebastião Bunda de Fora. São boas as conversas, boa a carne e é o único lugar onde se pode beber uma Original super gelada em Miracema. Ontem ficou chuviscando na nossa conversa. Quem se importa?
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Com isso, adiei um pouco a conclusão dos estudos sobre sepse grave que estou trabalhando. Numa primeira avaliação, está claro para mim que, mesmo em bases "confiáveis", pode se colocar o interesse acima da evidência. Gente muito conceituada faz isso.
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Vi um filme de terror com Liv Tyler ontem: Os estranhos. Evite!
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E por aí vai. Chicó me deu um dente de presente, Laura passou o dia ensaiando, a internet daqui continua muito lenta, etc, etc, etc...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vizinhos

Moro há cerca de 30 anos, alguns interruptos, no mesmo prédio de apartamentos do Ingá e nunca conheci meus vizinhos além de bom dia, boa tarde, boa noite. Sei que tem um médico aqui no 703, porque dividimos o mesmo espaço nas vagas da garagem e vez por outra, tratamos de conversar sobre as vagas. Nada demais.
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Sei também que tem umas moças no oitavo que se mudaram há pouco tempo pra cá. Costumo tratá-las de moças do oitavo mesmo. - Boa noite, moça do oitavo, tento puxar conversa no elevador. A moça ri e quase que ouço um - Boa noite, Tio do sexto.
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O fato é que quando saí de Odete Lima e vim para Miracema, vim morar num prédio de apartamentos também. Um prédio de apartamentos em Miracema é até certo ponto, algo insólito. Em primeiro lugar, porque há até bem pouco tempo, só havia casas aqui. O advento do elevador deve ter chegado por volta de 2005. Depois, numa cidade pequena do interior, onde todo Mundo conhece todo Mundo, um prédio de apartamentos tende a virar uma comunidade.
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Mora aqui comigo a Dona Decima, no bloco B, segundo andar. Ela anda irritada com a S10 porque seu K não conhece curvas, só anda em linha reta e a S10 costuma assustá-la um pouco. Dia desses, quase brigou comigo. Falei cá de baixo: -Fique tranquila, D Decima, a S10 não morde!
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Em cima do meu apartamento, mora um vizinho adoentado, emagrecido, velho amigo do meu pai. Hoje fiquei comovido ao contemplar sua mulher lavando o carro deles, num misto de solidariedade e companheirismo. Os olhos enternecidos do vizinho contemplavam a mulher sorridente, com o esguicho na mão. Olhou-me furtivamente, um pouco envergonhado, até que abriu-se num sorriso. Há esperança, é certo que há esperança!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

It's a long way

Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We're not that strong, my lord
You know we ain't that strong
I hear my voice among others
In the break of day
Hey, brothers
Say, brothers
It's a long way


Passei o dia com as crianças aqui em casa, revi O Mercador de Venesa com Laura, estudei um bocado, vi um filme com Liam Neeson muito bom - Busca implacável.
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O dia veio em ondas de alegria e tristeza como todo dia. Vamos indo. Ir é melhor do que parar e por aí vai. Indo.
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No carro, uma antologia pessoal de Caetano Veloso feita alguns anos atrás. Até há pouco tempo, era douto em fazer antologias pessoais pouco óbvias de grandes compositores.
Essa começa com Circuladô de Fulô com Izabel Padovani e termina com It's a long way, com Célia Porto. São duas canções abismais, duas interpretações viscerais. As músicas parecem ter sido feitas para as duas. E tem Regina Machado cantando Esse amor e Fora de ordem. Sou apaixonado pela voz de Regina. Lamento muito que poucos a conheçam. É difícil explicar por que.
Renato Braz deu a versão definitiva para O amor, poema de Maiakovski musicado por Caetano. E Roberto cantando Como 2 e 2, o próprio Caetano e seu triste José. Para Bethânia, reservei O ciúme e Diamante Verdadeiro, e para Gal, a intérprete definitiva da obra de Caetano, Mãe e Luto, duas das mais delicadas. Aquele frevo axé com Vânia Abreu e Marcelo Quintanilha e Cida Moreira com A outra margem do rio completam a coletânea, se bem me lembro.
Ótimo para ouvir de novo e lembrar que houve um tempo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Saudade de Odete Lima


Esse frio chuvisquento miracemense deu saudade de Odete Lima. Aquilo lá anda meio abandonado desde que voltei a morar aqui nos fins de semana. Saudade daquele silêncio e dos tempos que ocupávamos o silêncio com amigos em torno da mesa farta de boa conversa e boa música. Vontade de juntar os cacos de novo e reunir o Jadim, o Moreira, o Rafael , os amigos e as canções. De ser feliz e simples como conseguíamos ser.
Odete Lima está aqui em mim desde os 17, quando meu pai fez uma casa no morro e eu passei a habitá-la. Era meu canto distante do Mundo, uma vitrolinha portátil, um violão desafinado, um punhado de amigos malucos, as primeiras namoradas sérias, tudo foi passando por mim e por Odete Lima.
Eu sei que tudo que eu sou hoje ainda mora um pouco em Odete Lima. Em Odete Lima e em mim.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Recomendatório

Fui à exposição do Laerte e do Angeli no Centro Cultural do Correios. Imperdível! Dois dos melhores cartunistas brasileiros mostrando seus melhores trabalhos. Fiquei tão envolvido que esqueci de olhar as cobras do Veríssimo.
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Tenho ouvido aqui, ali e acolá o disco que Jane Duboc revisita a obra de Egberto Gismonti. Um trabalho muito delicado e bonito. Da melhor qualidade.
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Comecei a ver a nova temporada de House sem entender muito. Não assisti metade da quarta. Mas não gostei do que vi. Achei mal trabalhada a possível saída do oncologista.
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Continuo acompanhando Alice com muito prazer.
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Achei por acaso na Livraria da Travessa, uma Antologia do Pastoril Profano. Boa oportunidade pra reouvir o Véio Mangaba e outros Véios. Gosto muito do pastoril, principalmente a parte debochada dele.
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Vi, em DVD, Casamento em dose dupla (Diane Keaton) e Virando a mesa. Ambos razoáveis, dá pra perder duas horas de vida.

sábado, 15 de novembro de 2008

Bons amigos


Sábado lindo, meus amigos aqui comigo, o Flu mandando bala, camarão na moranga, cerveja gelada, melhor só se as crianças estivessem aqui, mas não se pode querer tudo.
Nessa segunda fase Niteroiense, nunca tinha recebido ninguém aqui em casa que não fosse família.
Hoje não foi diferente. Esse grupo está tão junto que já virou família. Nem imaginava que pudesse aos 47 anos do segundo tempo, conviver com pessoas tão especiais assim.
E pela segunda vez, pude provar do camarão na moranga do Longarino, uma especiaria para poucos.

É verdade que temos estado muito juntos e sintonizados, mas essa gente excede e vai me deixando cada vez mais distante da sensação de estar só.
Tive que sofrer um pouco com o Fluminense, mas enfim, acabou tudo muito bem. O time fez o seu trabalho e agora é esperar.
Lindo sábado! Que venham outros!
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Terminei a noite vendo 100 escovadas antes de dormir. Exceto pela participação de Geraldine Chaplin, o filme italiano é mais um clássico da pornografia vulgar e da psicologia de boteco.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Os filmes B e os anti-eméticos

Chego à conclusão definitiva de que os anti-eméticos de ação central são potenciais depressores, pelo menos pra mim. Ontem, depois de passar o dia em curso (curso = café, coffe break, almoço, lanche, doce, o dia inteiro), cheguei em casa e mandei uma bromoprida. Meia hora depois quase tentei enfiar a cabeça no vaso e dar descarga.
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Bom, tenho que confessar, eu também comecei a ver Os Fora da Lei, um filme inglês no estilo vingança com as próprias mãos. O filme foi me deprimindo a medida que a bromoprida fazia efeito, de forma que ainda que insistisse para ver aquilo, ia me deprimindo cada vez mais. Cheguei à metade. O resto, não conto.
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Bom, tenho que confessar também que meu amigo Cláudio tentou me empurrar os discos da Cecília Dale com Roberto Menescal. Claro, não comprei, mas mesmo assim, fiquei deprimido.
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Chego à conclusão definitiva de que os filmes ingleses do tipo B, os anti-eméticos de ação central e os discos da Cecília Dale são potencialmente suicidas. Quando combinados, são tiro certo! Boa noite, Renatinha.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pneumotórax


Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
- Respire.
- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
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Manuel Bandeira
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Nenhum poeta entendeu melhor de abismos do que Manuel Bandeira. Não há nada mais verdadeiro do que tocar um tango como último recurso. Hoje não acordei muito bem não. Vou tentar um tango desses de rasgar o coração pra acordar o dia ruim!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O vôo da guará vermelha.

Uma graça a crônica de Fernanda Torres na Veja Rio dessa semana. Tanto que começo a tomar coragem para buscar o tempo perdido e recomeçar Proust aos 47 anos do segundo tempo. Mas, Fernanda, o romance, o romance está vivo! Não deixe de ler os novos romancistas. Farei uma única sugestão a você: O vôo da guará vermelha, Maria Valéria Resende. É um finíssimo biscoito, Fernanda.
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Mais uma segunda proveitosa! Está ficando clichê.
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Fora a cantareira velha lotada de gente, uma caminha da inútil a um sebo da Cinelândia e o bife duro do Filé e Folhas que recusei de pronto. Meus pés reclamam!
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Perda de tempo: Invisível, um dos filmes do mês da HBO, vi por não ter outra coisa, é muito ruim. E Encurralados, com Pierce Brosnam é um suspense muito B.
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Por outro lado, liguei no Canal Brasil e estava reprisando uma entrevista do Pereio com o Miele, os dois completamente bêbados. Muito bom!

Uma nova canção de afeto ou o que eu tenho ouvido ultimamente.

Compro e baixo discos e boto tudo no Itunes, um liquidificador eclético de canção e poesia. Ouço sempre na escolha aleatória, na barca, no avião, no trabalho, em casa.O que gosto filtro e seleciono para ouvir no carro. Quando chega a 18 canções, vira uma canção de afeto. Uma canção de afeto pode ser lapidada e ouvida muitas vezes no carro.
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Essa última canção começa com Rosa Passos, Não sei o que acontece, do álbum Rosa. É um disco delicado que também tem outras canções de afeto, já alocadas em outras seleções anteriores (Molambo, Sutilezas, Duas Contas, etc). Essa, de Alexandre Leão, apareceu do nada. Sou só mais um da turba de apaixonados pela baiana.
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A segunda é do disco novo de Tom Zé, Estudando a Bossa. A canção chama-se de: terra; para humanidade, e é dividida com Badi Assad. Um dueto que remete propositalmente a Esse teu olhar/Só em teus braços. Belíssima! Estudando a bossa é melhor que Estudando o Pagode e bate na porta de Estudando o samba, o disco emblemático de Tom Zé.
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Depois vem Vida em Marte, versão de Life on mars, do novo disco de Adriana Maciel, Dez Canções. Por enquanto, é o que chamou atenção no disco.
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E aí uma grata surpresa do disco do violonista paulista Rubens Nogueira: Questão encerrada, (letra de Paulinho Pinheiro) com Rubens e Juliana Amaral. O disco todo (Quando eu canto meu samba) é muito bom.
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A quinta veio também como quem não quer nada, do primeiro disco de Roberta Sá, Braseiro e chama-se Ah, Se eu vou.
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E aí vêm duas canções portuguesas das minhas musas de além mar: Mariza (Moçambique) e Ana Moura (Portugal) : Chuva e A sós com a noite. Não há o que falar dessas canções. É ouvir e se encantar.
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Eso que llevas aí, de um disco ao vivo de Fito Paez, ainda inédito no Brasil é uma das ótimas do disco.
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Também inédito aqui, o disco Sinatra, em que Michael Feinstein regrava a obra do ícone. Não é um disco desses de Fulano novo interpreta Sinatra velho. Feinstein já tem contribuições muito interessantes sobre a obra dos Gershwinn e de Berling, tendo inclusive trabalhado com Ira. Selecionei Beguin the beguine, linda, delicada. Onde estava Cole Porter quando fez essa canção? E Pixinguinha quando fez o Ingênuo? Creio que no céu.
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Depois Dejame do disco Pasion Bolero de Agustin Lara, que só ouvi recentemente.
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E aí, três canções enraizadas nesses Brasis de Mário de Andrade: Terra do Caranguejo, com A Barca, Queremos Navegar, com o Coral Nossa Senhora do Rosário e Gabiroba, com o Grupo Alumeia. Todas fundamentais.
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Depois uma valsa do disco que Piazzolla gravou com Osvaldo Pugliese: Desde el alma.
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As duas vozes mais bonitas que surgiram aqui nos últimos anos: Mônica Salmaso e Virgínia Rodrigues. Mônica comparece com Toada, de Mário Sève e Guilherme Wisnick, um acalanto que começa com o piano de Benjamin Taubkin e termina na voz de Mônica e na flauta de Mário. Esse disco de Mário (Casa de todo Mundo) é um achado! De Virgínia, selecionei Porto Araújo, de Guinga, do disco novo.
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Depois disso tudo, vem Paranoid Android do Radiohead. Eu sei que meus quatro leitores vão implicar com o fato de colocar uma canção manjada dessa numa seleção pouco óbvia. Quem me conhece sabe que prefiro gastar meu ócio ouvindo as canções da Expedição Mário de Andrade do que as do Radiohead. Mas como há tempo prá tudo, ouvi e gostei dessa música, tirada de uma antologia de dois volumes do conjunto.
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Finalmente, a versão de João Bosco para Pai Grande, do Milton. A canção é uma pérola e Bosco dá um tratamento muito especial a ela.
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Você pode ouvir Beguin the beguine com Michael Feinstein apertando o play aí de cima.

Saldos do final de semana

Minha mãe sofreu um acidente e fraturou o rádio. A fratura dispersou meu fim de semana em Miracema. Voltei à Casa de Saúde onde trabalhei uma vida inteira. Nada mudou. Até as enfermeiras continuam lá, mais encarquilhadas, como eu. Madalena, Elzinha, Tunico, são da época que eu dava plantão duas vezes por semana e continuam segurando o bonde do plantão noturno. Até os clientes parecem ser os mesmos que também já passaram por mim. A Casa parece ter estacionado no tempo. Como tudo por aqui.
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Luisa comemorou antecipado seu aniversário do dia 27, promovendo um halloween na casa da mãe dela só para menores. Na sexta de noite fiquei só com Chicó. Cada vez nos entendemos melhor.
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Voltei ontem a tempo de ver um Fluminense apático perder para o Cruzeiro no Mineirão.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O apreço não tem preço


Um bando de amigos trabalhando junto é mais ou menos isso aí. E quando acontece essa raridade de se encontrarem, que seja para uma reunião de trabalho, é muito bom. É gente com a qual eu já me entendo por gestos, nem precisa de palavras. Gente que carrega o Estado com trabalho honesto e talento para lidar com os limites entre a boa prática e a administração de custos.
Olhando com cuidado, é possível observar entre o Ney e eu, o Sylvio Bailarina com uma auréola na cabeça, reclamando: vou mandar chuva pra glosar esse banquete! E não deu outra: choveu a tarde toda!
Comemoramos assim mesmo, com chuva e muitos mini-bifes numa churrascaria da Rua do Rosário!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tres palabras

Foi um sufoco. O narrador e o comentarista do sportv torciam ardorosamente pelo Figueirense, quase botei no mudo. O campo uma poça, pode ter jogo assim? Chuva torrencial e poça!
Com a devida desculpas aos Vascainos, mas o Fluminense abriu as pernas para o Vasco domingo. Teve trelelê ali! Ora, o Fluminense vem bem, recuperando seu futebol, o Vasco numa água danada. Aí o Fluminense fica completamente perdido em campo pro Vasco ganhar. Os idiotas da objetividade vão dizer: é um clássico e clássico tudo é possível. Tudo bem, mas que aquele jogo foi muito esquisito, lá isso foi.
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Terminei de ver O banquete do amor, com Morgan Freeman fazendo um professor debilitado pela perda do filho. Ótimo, gostei da proposta do filme. Ainda tem quem acredite nas coisas do amor. Faz bem olhar pra trás e ver que a gente também teve daqueles momentos. E mulheres belíssimas em cenas idem.
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Fui a São Paulo hoje, mas é como se não fosse. Não vou mais aos velhos sebos, não sei mais da programação do Satyros, não durmo mais lá. vou, trabalho e volto. Valeu pelo trabalho.
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Tres palabras, o clássico de Osvaldo Farres, recriada por Brad Mehldau, é a Maria Manoela saindo do banheiro de toalha cheirosinha e chamando pra dança.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Daquilo que me orgulha


Laura faz 16 amanhã.

Quando Laura nasceu, percebi que a vida estava me dando um outro sentido, uma nova oportunidade. Eu era um sujeito abençoado pela solitude e pela auto-suficiência, virtude defeituosa que Laura e Luisa herdaram agudamente.

Naquele dia, todas as minhas convicções se fragilizaram e senti que aparecera uma razão maior e diferente para dividir e somar.

Tudo que Laura me deu até hoje foi mais que o dobro do que eu esperava dela. Por menos que eu esperasse, ela sempre me surpreendeu com mais.

Mostrou o amadurecimento de chorar comigo quando eu estive absolutamente só no Mundo. Nu. Só Laura me via e chorava comigo. Laura acreditou comigo em todas as bobagens que eu acreditei. Por amor a mim.

Vi Laura crescer e tomar gosto pela vida. Dos primeiros passos acanhados até a dança que tomou conta de Laura, fui observador privilegiado, pai orgulhoso, amigo, cúmplice, entusiasta, apaixonado.

Todo dia quando acordo é de Laura (+ Luisa e Chicó) que busco luminosidade para sentir prazer em fazer o que faço, ter amigos, tomar banho. São eles que me carregam.

Amanhã eu vou estar em São Paulo, longe de Laura. Mas perto de Laura, aqui dentro, pois a carrego comigo em cada parte de mim.
Justificar

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Gula

21 e 38, vontade de detonar os wafer limão da cozinha.
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Não deixa de ser emocionante, apesar de ser apenas um documentário e não o espetáculo, o dvd do show LOVE, do Cirque du soleil e dos Beatles. Peguei hoje no Cláudio e já cheguei com vontade de ver. É contagiante o carinho com que tratam as canções.
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Cláudia Ohana continua uma bela mulher, mas ainda há excesso de pelos.
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Faço um esforço para terminar meu Paul Auster, Homem no Escuro. O livro é ótimo e eu vou prorrogando leitura. Li hoje o seguinte (do personagem central relatando que depois de muitos anos voltou a fumar por causa da neta) : " O que conta é a companhia, o vínculo conspiratório, a solidariedade do tipo foda-se dos amaldiçoados."
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Hoje levei uma seleção que tinha trazido de Buenos Aires da Sonora Matancera pro Raimundinho lá do Sebo. Ele quase teve um piripaque de emocionado. Raimundinho ainda conserva seus vinis. É bom conversar com pessoas que gostam de boa música. Você se sente menos maluco.
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Quê mais? 21 e 49 e os biscoitos continuam lá, desafiando minha gula insaciável.

domingo, 2 de novembro de 2008

Velhos domingos


Faz muito tempo isso. Eu morava na Rua Do Sapo em Miracema, onde moram minhas filhas até hoje e nunca estava só, como tenho andado ultimamente e hoje. Acompanhávamos Piquet e Senna em todas as corridas. De madrugada era sempre festa lá em casa, um rito que se repetia todo ano enquanto Senna viveu. Muita cerveja e uma conversaria honesta, de bons amigos. Vivíamos muito bem com o pouco que ganhávamos. Eram as corridas e os jogos do Fluminense. Lembro daquele gol de barriga do Renato Gaúcho, devia ter uns dezoito na minha sala, todos flamenguistas, menos eu.

Depois que Senna morreu, abandonei as corridas. Não achei honesto da minha parte continuar acompanhando. Perdeu a graça. Acreditei muito pouco em Felipe Massa pudesse fazer alguma coisa, mas cheguei a acompanhar e até comentei aqui.

Mas hoje, Massa me trouxe de volta a emoção das tardes de domingo em Miracema. Acompanhei de ponta a ponta e não pude evitar uma lagrimazinha na última volta. Belos tempos aqueles, belos tempos. Obrigado, Felipe!

sábado, 1 de novembro de 2008

Sábado útil

Fui a Rio das Ostras apresentar um trabalho para um grupo de atendimento. Já falei aqui, gosto desses grupos. Tenho prazer em lidar com essas pessoas. Pessoas de uma simplicidade espontânea, interessadas em aprender. Acostumadas a lidar com a dureza do atendimento.
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Esse decreto que regulamenta o atendimento telefônico é colírio para meus olhos. Passei uma humilhação com um cartão de crédito que nem vale a menção, que não vou esquecer nunca. Quem sabe agora eles não aprendam a deixar o pobre sujeito trocentas horas na musiquinha como se ele fosse o maior desocupado do Mundo?
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Resolvi voltar hoje mesmo. Aproveitar o domingo pra descansar um pouco. Dormir de preferência.
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Cheguei, liguei a internet e encontrei Luisa e Laura no msn. Meus dois endereços cadastrados online, é muita sorte. E aí conversamos um pouquinho. Que saudade! Rio das Ostras acabou tirando minha ida a Miracema. Mas semana que vem eu tô lá.
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Faz frio em Niterói. O tempo endoidou de vez!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Antes que o Diabo saiba que você está morto

Arre! É desses filmes que deixam você com medo e embasbacado de como alguém pode criar uma obra daquela.
Direção cirúrgica de Sidney Lumet.
Philip Seymour Hoffman em estado de graça.
Trilha sonora sei lá de quem ajustadinha para o filme.
E ainda Ethan Hawke, Marisa Tomei e principalmente, Albert Finney.


Veja. E tente esquecer depois!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Olho torto

Semana desgracenta de trabalho apertado, reunião aqui, compromisso ali, nem deu pra desconversar direito. Minha resistência foi lá embaixo e veio uma dor de estômago misturada com tersol e outras urucubacas que tiraram-me um pouco da vista já cansada e do bom humor. Pra compensar, só mesmo uma leitura aqui, uma musiquinha ali, uma volta longa pelos sebos do centro. Hoje teve uma reunião no Rio Comprido. Fiquei imaginando o quanto sou privilegiado de trabalhar aqui no velho centro, longe das barras e dos rios compridos.
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Pari a minha primeira revisão crítica de uma metanálise. Rê rê rê. Quando estiver prontinha, prometo postá-la. Sei que não é do interesse dos meus quatro leitores saber dos benefícios e das complicações da vertebroplastia e da cifoplastia, mas essa me deu prazer. Ainda mais que estou podendo dividir o trabalho com quem mais tem me ensinado a fazê-lo.
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O maior problema do esgotamento é a falta de sentir falta. Não sinto falta de nada. Penso só em escovar os dentes e esperar que nenhum deles caia. E tratar desse olho torto.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Seis Tequilas

Me falta una mujer,
Me sobran seis tequilas,
No ver para querer,
Malditas sean las pilas
Que me hacen trasnochar
Echándonos de menos,
Echándome de más,
Almíbar y centeno.

Me flata un corazón
Me sobran cinco estrellas
De hoteles de ocasión
Donde dejar mis huellas,
Con nada que ocultar,
Con todo por delante,
Goliat era un patán,
David era un gigante.

Aunque en parte soy juez
De un nunca, de un tal vez
De un no sé, de un después, de un qué
Pronto.

En asuntos de amor
Siempre pierde el mejor,
No me tomes tontita por tonto.

Me falta una verdad,
Me sobran cien excusas,
Qué borde es la ansiedad,
Que pérfidas las musas
Que nimban a cualquier
Pelanas con su foco,
Que cobran alquiler,
Con tangas y a lo loco.

Aunque en parte soy juez
De un nunca, de un tal vez
De un no sé, de un después, de un qué pronto.

En asuntos de amor
Siempre pierde el mejor,
No me tomes tontita por tonto.

Ni zotal ni arrezú,
Ni luzbel ni mambrú,
Ni alfajor, ni duelo, ni quebranto.

Dame un beso de más
Novia de satanás,
Jezabal que encanalla mi canto.

Casanova es el rey,
Maquiavelo la ley,
Del jersey de la distancia.

Deja, por compasión
Que entone la canción
Del chaval que espcapa de la infancia
En la estación de francia.

Joaquin Sabina

Você pode ouvir clicando aí acima

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Adios Nonino

Um achado essa foto tirada do Baú do Marcelino , ilustre miracemense, na Fazenda da Saudade em 1938. A sexta sentada na calçada é minha mãe. E o aleatório do meu Itunes selecionou o Adios Nonino, a canção que Piazzolla mais gostava e feita para seu pai, com Agustin Carlevaro ao violão, para acompanhar a foto e achar meu avô Chiquinho de Freitas jovem, meu velho Vô Chiquim, herói da infância e de toda a minha vida.
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Fizemos hoje mais uma junta médica aqui na empresa. Saio rejuvenescido das juntas. É um momento em que pode se reunir o conhecimento de anos de colegas com o benefício único de melhorar a prática médica. Acho que meu avô ia gostar de ver.

domingo, 26 de outubro de 2008

Eu e Luisa

Luisa passou o fim de semana aqui, o que por si só já é motivo de festa. Festa só no coração, porque nos comportamos como duas pessoas que sempre moraram juntos e que nunca se largaram nesse Mundo. Somos assim. A rotina nos é familiar como qualquer rito. Pedimos China in box, fomos ao cinema, comemos no outback, tratei de sua garganta, ela se apossou do note, eu fiquei só contemplando, nem deu vontade de desconversar. Tudo muito leve e aproximado. E como é bom tê-la aqui!
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Antes vi um filme chamado A vida por um fio. Fui atraido pelo nome de Lena Olin que fez bonito na Insustentável leveza do ser. Um fiasco o filme!
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Nada melhor para um cenário como esse do que uma empolgante vitória do Fluminense sobre o Palmeiras. Estamos na luta!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Um clássico instantâneo

O novo cd de Virgínia Rodrigues e Cristóvão Bastos já nasceu clássico. Recomeço valeu a espera de 5 anos sem disco novo.
De cara, adorei a inclusão de Porto de Araújo, música que já tinha gostado com Guinga e Virgínia deu a interpretação definitiva.
E Por toda a minha vida não fica devendo nada para Nana, Elis ou Mônica, aliás uma dificílima escolha. Prefiro ficar com todas.
É disco pra ouvir sossegado, sem atropelos. Coisa muito intimista, quase operística. Não precisa de vinho pra se embriagar com a voz de Virginia. Você vai levando e ela toma conta de você.
E como Virgínia leva bem a Beatriz!
E termina do mesmo jeito que Elis terminou o seu Elis Regina: com Boa Noite, Amor.
Belo disco!

As cem canções da Bravo 6

Tem alguns acertos na lista da Bravo que merecem destaque.
A inclusão de Detalhes (31) e As Curvas da Estrada de Santos (32), de Roberto e Erasmo é tiro certo. São de longe as duas grandes composições da dupla.
A lista acertou ao elencar canções de compositores que normalmente são esquecidos.
O primeiro acerto é Elomar. Lá da casa dos carneiros, o violeiro tem nos mandado suas canções de amigo de rara beleza. Pena que ultimamente tem se dedicado apenas às óperas.A Bravo escolheu a medieval Cantiga de Amigo. Pra mim, Incelença pro amor retirante (33) e Seresta Sertaneja (34). Eu ainda tenho muito que falar do Elomar nesse blog.
Outro é Itamar Assumpção. Pra mim, o grande compositor brasileiro dos anos 80 e 90. Foi como veio: nunca foi lembrado pela mídia, a não ser por Zélia Duncan, que gravou alguns de seus clássicos. A Bravo escolheu Negro Dito. Eu de cá, escolho Milágrimas (com Alice Ruiz) (35),Vida de artista (36) e Leonor (37).
Tavinho Moura também foi bem lembrado com a indiscutível Cruzada (38).
Arrigo e Clara Crocodilo, não sei se levaria pra minha ilha não. Prefiro Suspeito (39)
E finalmente, um outro crasso esquecimento: Wilson Batista. Minha preferida é Sou de Niterói (40).

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Terça


Hoje se resumiu a apagar incêndios (1) e trabalhar a melhor evidência sobre vertebroplastia (2). Gosto, quando posso (quase nunca) de ficar livre para trabalhar minhas evidências. Essa contou com o luxuozíssimo auxílio do Professor Schott.
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A vertebroplastia é um procedimento relativamente novo que consiste na injeção de cimento numa vértebra fraturada geralmente por osteoporose, com o desfecho principal de melhorar a dor. Tem dado ótimos resultados quando rigorosamente bem indicada. Entenda-se bem indicada como uma opção ao tratamento padrão ouro que consiste em repouso, analgésico, fisioterapia e colete, ou seja, tratamento conservador.
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Uma terça parecendo segunda é o que foi o dia de hoje. No final do dia, estava esgotado e triste. Não sei de onde veio essa tristeza inoportuna. Mas já foi pelas gretas da Cantareira. Cheguei em casa melhor.
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Vi As duas faces da lei. Um absurdo juntar De Niro e Pacino num filme tão medíocre!

Chico e o Flu

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A chama não apagou


A morte de Luiz Carlos da Vila hoje no Hospital do Andaraí deixa mais uma lacuna no samba esse ano. Compositor refinado, cantor elegante, foi um incansável divulgador das nossas raízes. Suas composições poderiam perfeitamente estar entre as cem da Bravo, em especial para mim, as que fez com Moacir Luz: Cabô, meu pai e Benza, Deus.

Ouvi milhares de vezes A luz do vencedor, disco que Luiz Carlos gravou em homenagem a Candeia e um dos cinco ou seis discos de samba mais bem feitos na década de 90. Impossível não identificar sua recriação d'A luz do vencedor, como uma obra sua retirada de dentro da música de Candeia, assim como fez Cartola com Preciso me encontrar.

É mais um grande que não teve nem um décimo das flores que mereceu em vida.

A primeira LCD a gente nunca esquece

Cheguei a Niterói cansado, mas disposto a ligar a LCD. Para tanto, tinha que remover o trambolho da tv de 32 polegadas que reinava sobre a estante. Ajudado pelo faxineiro do prédio, parti para cima do trambolho e levei pra dispensa. Dali pro carro e até Miracema vai ser outra aventura.
Finalmente liguei a minha Sansumg, 40 polegadas, LCD. Valeu a pena!
Escolhi A vida dos outros pra começar a vida dela. Mais uma ótima escolha.
Um filme tocante, com Ulrich Muri (também nunca tinha ouvido falar, só escrevi para guardar esse nome, impecável no trabalho!) à frente, fazendo um especialista em interrogatórios na Alemanha comunista, que se deixa envolver pelo interrogado. Um tiro de canhão no maniqueismo vigente. Não à toa ganhou o Oscar de melhor estrangeiro.
Bela indicação do Longarino, ótimo jeito de retornar nesse feriado esquisito de segunda.

sábado, 18 de outubro de 2008

Noites no BF

Só pra registro, estou anotando as noites que bebo e acordo bem. Um deprimido está mais ou menos condenado à não embriagar-se com vinho, e não é sempre que consigo me embriagar só com poesia ou virtude, como queria Baudelaire.

Sempre fui um bebedor contido, mas de uns anos pra cá, nem isso. Bebo muito pouco. Sobram-me garrafas de whisky, que o esperto do meu terapeuta queria que eu aproveitasse o natal e desse algumas de presente. Nada disso! Enquanto há garrafas, há uma espécie de esperança. Esperança do tempo em que eu bebia e acordava muito bem.

Bom, isso tudo é pra dizer que bebi e acordei muito bem. Isso já tinha acontecido na noite em Puerto Iguazu e nas últimas vezes que vim ao BF em Miracema. Conto a de Puerto, porque foram poucas. O segredo é muito simples: boa conversa, bons amigos, nenhuma espectativa, falamos bobagens, contamos histórias e todo mundo sai dali esquecido do que falou. Ninguém promete nada, a crise mundial passa longe, não há nem faisca de vaidade e a carne muito bem servida pelo Sebastião. E os filhos por perto.

São coisas simples, que ninguém repara se não for lembrado dessa forma escrita, mas que têm um valor incremental muito grande para deprimidos em recuperação crônica.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A canção que chegou

Cartola faria cem anos nos dia 11. Há muitas lembranças da música de Cartola em mim, o que faz com que ele permaneça vivo aqui dentro. Comecei a gostar de Cartola estranhamente pela voz de Raimundo Fagner. Era um disco de 1976 em que Fagner misturava o sete cordas de Dino e o bandolim de Manassés, injetando uma certa nordestinidade ao samba, encontrando com maior nitidez os abismos de As Rosas Não Falam, que só depois fui conhecer na gravação original de Beth Carvalho. Era da época que Fagner fazia ótimos discos. E esse pra mim foi o melhor de todos. Chama-se Eu canto.

Logo depois vieram os discos que Cartola gravou com Marcus Pereira, ambos antológicos. E O Mundo é um Moinho, gravado em dois canais, onde é possível se separar nitidamente o sete cordas de Dino e a voz de Cartola. Furaram de tando ouvir e depois voltaram em edição pouco cuidadosa em cd, que merece atenção maior da Odeon, gravadora que adquiriu o acervo precioso da Marcus Pereira.

Esse ano pelo menos duas homenagens nos chamam a atenção para a genialidade de Cartola: os discos Choro de Cartola, produzido por Henrique Cazes e com Joel Nascimento arrebentando em Sim e Angenor, disco em que Cida Moreira gravou as canções de Cartola. Ambos com um clássico instantâneo quase inédito: A canção que chegou. Linda, tanto na voz de Cida quanto na de Moisés Marques.

Minha seleção pessoal de Cartola começa inevitavelmente com Senões, de preferência cantado por Ney Matogrosso, triste, sofrido, obrigatório. Leny Andrade fez um Corra e Olhe o Céu belíssimo. Cordas de aço deve ser ouvida com Luiz Melodia e Tive sim com D Ivone Lara. Nelson Gonçalves fez a melhor gravação de Peito Vazio. Incluiria os já citados as Rosas não falam com Fagner e O Mundo é um moinho com Cartola. Não quero mais amar a ninguém eu prefiro com Paulinho da Viola, que também faz bonito em Fiz por você o que pude. Com Cida Moreira, Feriado na Roça. Finalmente com Cartola, completariam a seleção, O Inverno do meu tempo, Disfarça e chora, Amor proibido, Autonomia, Fita meus olhos e Que sejam benvindos, além da recriação de Preciso me encontrar, de Candeia. Certamente esqueci alguma coisa, mas aí vai uma boa amostra do gênio.

Tudo isso passa por mim quando atravesso a Rio Branco ou quando estou em Miracema ou em Santiago. Ficou em mim.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Xote de Navegação


Fui ver Zé Renato com Pedro Jóia e o Trio Madeira Brasil ontem no CCBB. A segunda parte do projeto Realeza nos Trópicos. Fui sozinho, talvez o único inconveniente da ida.
Cada vez que vejo, fico mais embasbacado de como esse trio consegue se reinventar. A Santa Morena parece diversa daquela do Brasileirinho e por aí vai.
Não sei se foi o duo de alaúde (Pedro) e bandolim (Ronaldo) em Verdes Anos, ou se a Saudade do brasil em Portugal, outra de Vinicius que me cocei pra botar na lista das cem, mandada por Zé Renato e pelo Trio, mas a verdade é que senti umas glândulas lacrimais se mexendo aqui.
Cheguei na empresa cantarolando o Xote de Navegação, feliz da vida pelo almoço musical.

Clarice (pra não esquecer nunca)

"Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o não pedir e somente acreditar que o silêncio que se crê em você é resposta ao seu mistério."

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Poemínimo

Jantei o resto de sorvete de creme.

As cem canções da Bravo 5

De Tom Jobim, a Bravo escolheu Águas de Março, Chega de saudade, Samba do avião, Garota de Ipanema, Desafinado, Eu te amo, Retrato em branco e preto, Eu sei que vou te amar, Luiza e Insensatez.
De Vinicius de Morais, foram selecionadas pela Bravo, as já citadas Chega de Saudade, Garota de Ipanema e Eu sei que vou te amar, além de Valsinha, Odeon e Minha namorada.
Boa seleção para a dupla, porém acho que a lista pecou um pouco pelo exagero e pela obviedade. É claro que seria possível fazer um compêndio com 100 canções da MPB, só com o repertório do Tom, mas aí seria outra lista.
Na minha memória fóssil, as primeiras canções de Tom que me habitaram foram Eu sei que vou te amar, cantada por Maria Creusa e com Vinicius citando o Soneto de Fidelidade no meio e Águas de março com Elis. Não me lembro de ter ouvido, naquela época, o Sabiá do festival da Record, nem as canções primeiras, principalmente as de Tom com Dolores Duran.
O Retrato em branco e preto, de Tom e Chico, deveria ser atribuido também a João Gilberto, só pela gravação histórica que ele fez no Amoroso. É o clímax da parceria de Tom e Chico.

Pra minha ilha, eu levaria de Tom Jobim, Demais (21), Luiza (22), Falando de amor (23) e Chansong (24). De Vinicius, Medo de Amar (25). De Tom e Vinicius, Eu sei que vou te amar (26). De Tom e Chico, Meninos, eu vi (27) e o Zíngaro (28), com João Gilberto, naturalmente.

Você pode ouvir Demais, na versão abismo de fim de noite de Eduardo Conde e trio, apertando o play aí acima.
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A lista cometeu o impropério de esquecer Djavan e Gonzaguinha. Incluiria Boa Noite (29) do primeiro e Dia de Santos e Silvas (30) do segundo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Alice e outros


Vi de uma enfiada, os quatro primeiros capítulos de Alice, nova série brasileira da HBO. Gostei do que vi. Mais do que Mandrake e Filhos do Carnaval. Mandrake não chegou nem perto do célebre personagem de Rubem Fonseca e Filhos.., eu vi só um pedaço. A produção brasileira televisiva precisa de alternativas ao padrão global estenuante. Alice é um bom exemplo. E Andréa Horta, além de linda (2,5A) é uma atriz promissora. Boa direção, bom roteiro, imagem impecável, é a história de uma menina do interior que vem pra São Paulo e aí vai crescendo com os bons e os ruins da cidade. Clichê? Um pouco, mas tem suas originalidades.
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Hoje almoçamos numa churrascaria perto da empresa, na Rosário, que está beirando o padrão duplo A em excelência culinária. É pena que o colesterol não permita mais do que uma vez por . mês. Mas hoje teve um motivo especial. Foi a primeira despedida de um colega que está nos deixando. Infelizmente.
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Outra segunda bem resolvida. Vamos andando!

domingo, 12 de outubro de 2008

Dia das crianças


O fim de semana, foi por assim dizer, perfeito em Miracema, não fosse uma piriri herdada da minha pressa de ir embora e passar rapidamente no Alemão e comer um pão com linguiça e queijo. Mas logo o do Alemão??
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Sinal claro de perfeição: Laura o tempo todo conosco. Laura por perto é sinal de que tudo está bem e nada falta.
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Os programas de sempre: pizza no Vitor, bife no BDF, conversa com Alex e Gisele, filme infantil, chocolates, comidinhas da Diô, descompromisso generalizado. Até a TIM web contribuiu, mas só pra olhadas rápidas.
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Voltei de ônibus, porque semana que vem, eu tô de volta. Tem um feriado esquisito sa segunda, acho que é dia do comerciário. Deixei a S10 lá descansando. A viagem vista do ônibus é mais suave.
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Tenho descoberto que cada dia mais que passo com minhas crianças, renovo minhas espectativas com a humanidade. O menino é o pai do homem, não é mesmo?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Paisagem de interior

Acordar às 6 com Luisa do meu lado pelo despertador do celular dela. Preparar seu leite. comprar pão pra ela, tirar o carro da garagem pra levá-la no colégio, mesmo que o colégio seja a cem metros daqui. Êta, cumpadi véi!! Isso é cagado e cuspido, Paisagem de Interior!
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Tomei a dianteira depois de cinco horas aula em pé e dois pés inchados ontem, e vim direto pra Miracema. Cheguei aqui esbodegado, Luisa quis ir comer uma pizza no Vitor e fomos. Ainda pude assistir um duo de violão e flauta de Luisa e Laura tocando Green Day.
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Essas coisas pequenas, somadas aos abraços, à boa conversa de pai e filhas, como me faltam! Estava engasgado há muito tempo sem vir aqui por conta dos compromissos assumidos nos últimos sábados.
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Essa casa é um palacete bem organizado se comparado ao pardieirozinho do Ingá. A cama bem posta, cheirosa, convidando pra deitar e dormir. A cozinha limpa, dá vontade de nem tomar água pra não atrapalhar o ambiente. Tudo aqui é muito leve e aconchegante.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Carlos Paredes em ótima companhia


Fui com Nelinha assistir Carlos Mendes Pereira no CCBB ontem de noite. Carlos é um estudioso de cordas portuguesas, além de exímio tocador de guitarra (portuguesa, de Coimbra) e braguinha. Foi acompanhado por Henrique Cazes (cavaquinho), Luís Barcellos (bandolim), Luis Filipe de Lima (sete cordas) e Beto Cazes (percussão). Quer melhor??
Misturaram choro com fado, Jacob do Bandolim com Carlos Paredes, Língua de Preto com Verdes Anos. Quer melhor??
Jacob bebeu do fado pra chegar ao choro, seu bandolim se assemelhava a uma guitarra portuguesa e seu choro teve influência direta do Tejo. Quando tocaram Vascaíno, cuja abertura lembra um fado corrido, entendemos tudo isso. Quer melhor?
E o Verdes anos de Carlos Paredces, repetido no bis, em começo lento e depois chorado. Fez chorar todo mundo. Quer melhor?
Melhor que tudo isso, só a companhia de Nelinha e um pão com bife num pé sujo do centro no final da festa.

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...