terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Cinco livros
Mínimas
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Noite de paz
Mas me lembro que em 79, havia um cartão de natal com uma foto preta e branca da Usina contendo a seguinte frase: "que o Natal traga a paz necessária ao progresso". Simples assim.
Eu tinha 18 e fiquei encantado com a frase. Nunca esqueci do cartão.
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Nos meus últimos natais, esse cartão tem voltado sempre, como um alumbramento: que mistério daquela frase havia me deixado tão impressionado?
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Eu tinha um certo orgulho do meu pai por ter conseguido levantar a Santa Rosa depois de muito trabalho, esforço pessoal e doação. Uma vida inteira de trabalho coroada com um empreendimento daquela monta. Aquele cartão podia também simbolizar tudo isso.
Eu era um menino completamente sem noção das responsabilidades da vida, tudo que fazia era estudar e ouvir música, não necessariamente nessa ordem. A idéia de trabalhar e ganhar meu próprio dinheiro ainda não havia me contaminado. Eu era feliz e, sim, sabia!
Dava valor às pequenas coisas, como aquele cartão. Esse cacoete de dar valor às pequenas coisas, eu ainda não perdi.
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Hoje sei muito bem que o recado que o menino mandava para si mesmo ao longo desses anos todos, era o de procurar estar sempre em paz. Que a paz é a chave de todas as frases, de todos os recados.
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Em tempos de paz, é possível resgatar aquele menino apaixonado por um simples cartão. É isso que desejo a todos os meus bons amigos.
sábado, 20 de dezembro de 2008
Cinco discos
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Depois pra relaxar, levei Chicó pra ver Madagascar 2. Muito bom!
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Francis Hime Álbum Musical 2 é um dos grandes do ano. Mostra que o lado B do compositor também é de primeira linha e merece ser explorado.
Yamandu Costa, The Tokyo Sessions, parece ter sido gravado com o capricho que não temos ouvido nos álbuns instrumentais desse ano.
Banda Glória convida Cristina Buarque é um excelente disco de samba, talvez o melhor do ano.
Ney Matogrosso, Inclassificáveis, só ratifica a excelência do canto de Ney.
Serrat e Sabina, dos pajaros de un tiro, outro disco ao vivo que cresce aos poucos quanto mais ouvimos. Ótimo!
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Já chegou contando as horas
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
O coração dos homens
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Mas qual!? Renatinha ainda é a mesma de 30 anos atrás quando estudávamos no ABEL e nos estudávamos um ao outro com a curiosidade alegre dos olhos dos jovens. Ainda posso ver claramente que os olhos brilham da mesma forma suave e delicada de 30 anos atrás!
Quando nos abraçamos, ganhamos tempo abraçados, por acreditar que um vai sempre estar ao lado do outro e quer levar dali um pedaço daquele abraço.
Já ando sofrendo por antecedência das férias da Renatinha.
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Mas voltando ao primeiro parágrafo, nada aconteceu de novo, como no verso do livro de Paul Auster, "enquanto gira o Mundo bizarro". Apenas um desapontamento aqui, um aperto ali. O coração dos homens está carente de afetos verdadeiros. Esses que valem mais do que qualquer
outra coisa!
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Time sheet
06:50 - caminhar na chuva
07:00 - pegar a barca apinhada de gente
07:30 - dar uma passada no Cláudio
07:50 - tomar café com pão e manteiga
08:00 - responder e-mails
08:15 - dar dois pareceres, um sobre cateter, outro sobre IgE específica
08:45 - ligar pro consultor reserva
09:00 - iniciar os trabalhos sobre tratamnento da osteoporose
11:00 -fazer matéria sobre consultorias
11:15 - ler a ata do Colégio Nacional de auditores e o material referente à reunião
12:00 - almoçar no Trapiche Rosário
12:30 - dar uma passada no Cláudio
13:00 - continuar os trabalhos sobre dotrecogina alfa
15:15 - dar uma passada nos e-mails pornográficos do Ney
15:30 - responder e-mails novos
16:00 - traduzir um estudo comparando o alendronato com o raloxifeno
17:00 - sair na chuva
17:30 - ir ao terapeuta
18:30 - ir embora na chuva.
19:00 - pegar a barca apinhada de gente
20:00 - chegar em casa cheio de vazios.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Ôu, Nouuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!
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A perda absoluta de tempo (não é, Camila?) levou meu bom humor nesse domingo de manhã chuvisquento.
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Nada que um sorriso da Laura ou um comentário do Chicó não desmonte. Luisa dorme angelicamente. Ela que está certa!
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João Ubaldo tem usado os números muito habitualmente nas suas crônicas dominicais. "A frase os números não mentem nunca deixou de ser verdadeira. Contudo, os números só existem na cabeça do homem, e o homem mente. Ou seja, é fato que os números não mentem, mas há grande fartura de gente que os emprega para mentir. E os números costumam intimidar quem os escuta, principalmente aqueles que, imagino maioria, em que a matemática ressuscita o terror experimentado nos bancos escolares. A precisão do número é mortal e dá sempre a impressão de que quem os utiliza, numa argumentação qualquer, tem razão." Pra quem lida com estatística, sabe que esse raciocínio simples de Ubaldo é por demais, sábio. Ôu, nouuuuuuu!
sábado, 13 de dezembro de 2008
Um dia calmo e um filme besta
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Desafortunadamente, fui atrapalhado pelo filme Cinturão Vermelho. O filme, apesar de contar com Alice Braga (bem) e Rodrigo Santoro (médio) no elenco, é muito ruim. Nem a participação de Luciana Souza cantando a capela numa boate se salva. Absoluta perda de tempo.
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No mais, nada aconteceu de imprevisível. Fico feliz assim. As crias em casa, a polenta da Diô, uma chuvinha intermitente pedindo cama macia.
Pescadora de pérola
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Além da medicina, conversávamos muito sobre música e literatura. Eu andava ouvindo muito os velhos cantores e tinha uma afeição especial por Carlos Galhardo. É fácil gostar de Galhardo com aquele vozeirão sentimental. Difícil foi aprender a gostar de Orlando Silva. Ouvia o Carinhoso milhares de vezes e não conseguia gostar tanto como gostava de Francisco Alves ou Carlos Galhardo. Até que conheci uma canção chamada Meu Romance, do carioca de Vila Isabel J. Cascata. Orlando despertou para mim e dali pra frente nunca mais deixei de ouvi-lo. Posso dizer com toda tranquilidade que Orlando Silva foi o maior dos nossos cantores. Mesmo no final, quando sua voz foi consumida pelo vício em morfina, cantava bem. Seu Anderson era fascinado por Meu Romance e por Orlando.
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Mais tarde, quando Marcos Sacramento lançou A Modernidade da Tradição, belíssimo cd de uma voz também privilegiada, vi que tinha gravado Meu Romance, mas a gravação está muito longe da interpretação emocionada de Orlando.
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É sabido que Vinícius de Moraes dizia que São Paulo é o túmulo do samba. O tom de deboche hoje ganha contornos de grave injustiça, pois que grandes composições de samba têm saído de São Paulo, através de Eduardo Gudin, Celso Viáfora, Rubens Nogueira, e ainda Vanzolini, Adoniran, etc. Fabiana Cozza, que atualmente canta samba como ninguém, também é de São Paulo.
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Cristina Buarque tem conseguido tirar leite do túmulo. Com sua voz tímida, porém correta, Cristina tem feito os melhores discos de samba dos últimos tempos. Sem contar o carioca Samba de Fato e Cristina Buarque cantam Mauro Duarte, Cristina gravou com o Terreiro Grande, e agora um disco maravilhoso com a Banda Glória, ambos de São Paulo. Cristina vai desfilando seu repertório de pesquisadora incansável, outra atividade que exerce em primeira grandeza. E aí a gente ouve Conversa Fiada, Não me olhes assim, Salve o Américo, Chinelo velho, e muitos outros maxixes e sambas de sair pulando de satisfeito e orgulhoso da nossa música. E uma gravação de Meu Romance, de deixar Orlando satisfeito lá em cima.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Cinco canções
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Outros tempos
Nem imagino quais sejam os critérios de compra de passagem pela minha empresa. Ultimamente, só tenho viajado pela TAM. Minha tarifa TAM oscila entre aquela que colocam um tapete vermelho para você entrar, ou seja, é só chegar no aeroporto e remarcar, e aquela que não tem jeito nem de mexer no assento. Nunca me preocupei muito com isso!
Mas hoje a reunião terminou mais cedo e tentei antecipar o vôo e fui surpreendido pela nova determinação da Gol/Varig. Os tempos são outros e só fazem piorar.
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"Zé Renato interpreta a Jovem Guarda" soa meio equivocado. Zé tem uma voz muito bonita e sempre foi muito bem visto tanto no Boca Livre quanto nas incursões pelo samba (o disco em que canta Zé Keti é clássico). Mas como todo o aparato musical da jovem guarda é medíocre, acho que Zé deveria ter optado por canções mais conhecidas. Vou ouvir outras vezes, mas não gostei da impressão inicial.
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Ontem fui a um evento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardíaca e Hemodinâmica em São Paulo. A ética necessária para o tratamento adequado à indústria vem sendo motivo de grandes polêmicas na classe médica americana. Aqui no Brasil, o que ainda é muito incipiente quer sair do armário. Saí dali satisfeito com o que vi.
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O Hotel Estamplaza Paulista é desses hotéis que não vendem a imagem (por fora parece muito simples), mas tem tudo muito certinho. Cama box excelente, chuveiro funcionando bem, e os controles do ar e da luz são no aparelho de telefone. Um duplo A!
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Mais uma vez, minha noite paulistana resumiu-se ao hotel. Cansaço e velhice em comunhão de bens!
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Cinco filmes
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Aproxima-se o fim do ano e começam as antologias de 2008. Começo pelos filmes. O melhor que vi foi Queime depois de ler. A crítica d'O Globo deu apenas bonequinho sentado para o filme. Como assim????????? Nem vou ficar discutindo com a crítica.
Vi Bárbara Heliodora detonar Vaca de Nariz Sutil e Sérgio Brito achar o máximo! Então quem é o crítico correto? Ou será que a crítica vai me influenciar a ver a adaptação teatral de um dos grandes livros de Campos de Carvalho?
Não tem jeito. Queime depois de ler é o filme de 2008. E não se fala mais nisso!
Em segundo lugar, Senhores do Crime, maravilha de suspense misturado com violência de Cronenberg. Em seguida, quase empatado, Onde os fracos não têm vez, outra pérola dos Cohen. O cavaleiro das trevas e A vida dos outros finalizam a minha seleção. Ainda não vi Vicky Cristina Barcelona, mas tem sido muito bem recomendado. Se for, substituo por um dos cinco acima, não sei qual. Certamente não será Queime depois de ler.
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No cenário nacional, o único que recomendaria é Não por acaso, boa história com atuação melhor ainda de Leonardo Medeiros.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Vazio
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Domingo de filmes inúteis: Arquivo X (fraco), Memórias de uma gueixa (médio) e MR 73, um policial francês com Daniel Auteiul (bom). No fundo, os filmes não têm culpa.
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Nem a inútil comida do Restaurante Dona Santa aqui do Ingá (ruim).
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Nem o empate inútil e chorado do Fluminense com o Ipatinga (ruim).
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Nem a tentativa inútil de encontrar esse ou aquele disco, esse ou aquele livro na estante.
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Nem essa desvontade inútil de comprar as coisas que a Diô pediu pra Miracema.
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Tudo está meio embaçado nesse domingo. Eu sei bem que o que há de mais embaçado e inútil é o que meus olhos vêm por dentro: vazio.
O tempo da delicadeza
sábado, 6 de dezembro de 2008
Pérolas aos poucos
O SUERJ é um evento político, pouco se tira dali de cunho operacional. Fizemos uma mesa lá para 15 gatos pingados interessados em medicina baseada em evidência e boa prática médica. Lembrou-me de um show de Luiz Melodia que assisti há muitos anos atrás no Teatro da UFF em Niterói. Programado para 21 horas, Melodia apareceu à meia noite, quando quase todo Mundo já tinha ido embora, inclusive a banda. Pois bem, Melodia fez um show belíssimo de voz e violão para uma platéia seleta de 15 gatos pingados! Foi assim, guardadas as devidas proporções, que me senti diante daquela platéia de 15, e agradeço muito o empenho incansável de Sandra Carreirinha e Valéria, pois fomos convidados a fazer essa apresentação há uma semana do evento e nem estava na programação oficial.
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O Club Med é um duplo A com louvor. O louvor se deve às ondas do mar batendo em nossos ouvidos e acalentando nosso sono cansado. Perde no entando, no item comida farta, porém insossa e em outros pequenos detalhes.
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Na sexta de noite dançei muito depois de muitos chopps. Não há nada mais patético para um sujeito que detesta dançar do que... dancar! Ponhamos assim, dancei mais pra queimar o alcool consumido agudamente. Mas, confesso, não vejo qualquer graça naquele bate estaca reluzente e as pessoas se mexendo pra lá e pra cá. Sou efetivamente um sujeito datado, perdido em alguma boa conversa de afundar noite dos anos 80 do século passado!
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Rosecrilda, não há como fugir da verdade: Amandita está se tornando uma Triplo A. Vamos envelhecendo e nossos filhos cada vez mais aparecem aos nossos olhos orgulhosos! E no mais, tudo é menor!
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
O quinto
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Pra Liliane e Longarino pelos 30. Cara, eu nem imagino o que é ter 30 anos de casado. Fui casado algumas vezes e bem sucedido em todas. Bem sucedido a ponto de não me permitir uma continuidade que fosse menor do que a separação. Tenho inveja dos amantes de 30 anos, de como foram solidários e unidos. Bom, agora é tarde para ter inveja. Por tudo isso, meu mais sincero agradecimento por fazer parte dessa familia. Longarino tem sido muito mais do que um bom amigo nos últimos anos. É um parceiro da qual não se pode perder distância nunca. E faz o melhor camarão na moranga da face da terra.
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Como já disse, vou estar num evento em Angra a partir de amanhã, terei muito pouco tempo pra desconversar. Espero que a terra seja leve nesses dias!
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Datas
Chicó é uma incógnita pra mim. Ele fez absoluta questão que eu viesse, não sou dado a esse tipo de evento, na verdade estou bastante angustiado com o tanto que estou acumulando de dívida trabalhista por conta dessa formatura. Mas como recusar, depois de não ter estado aqui pro aniversário, etc, etc? Datas, como são inúteis as datas!
Luisa firme aqui comigo, vai ouvindo meus lamentos, não deixa meu barco afundar de jeito nenhum. É outra que não merece a angústia do pai.
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Vi Um plano brilhante, Demi Moore absolutamente envelhecida, cadê aquela menina de O primeiroano do resto das nossas vidas? Demi Moore tomando banho de banheira já foi um facho de alumbramentos pro menino que fui.
domingo, 30 de novembro de 2008
Amar e escrever à máquina
Andei meio irritado de manhã, perto de ter um ataque de pelanca. Detesto quando estou assim. Fico fragilizado, brigo com todo Mundo, não dou conta de mim. Trata-se de uma inevitável confusão mental movida não sei porque. Leticia consegue perceber isso a 300 km de distância ao telefone (desculpe, Nélis). Meu terapeuta já disse que a irritabilidade é um sintoma clássico da depressão. Vai ver que é porque eu me afoguei na cerveja ontem lá no Alexandre , ou isso ou aquilo que me irritou de manhã, não sei, ou porque eu já esteja pensando nas duas próximas semanas de trabalho duro que vêm por aí. Nesse domingo miracemense, só Luisa o tempo todo comigo. Tento poupá-la dos meus arroubos.
Ontem consegui fazer de tudo um pouco, inclusive trabalhar e antecipar alguns compromissos. Tento fugir das apresentações robotizadas cheias de tela, mas elas têm uma grande importância para minhas crises de ausência. Além disso, os resultados costumam ficar mais bonitos quando bem apresentados.
Resultado mesmo é aquele que você pode tocar. Que cresce aos olhos quando você comenta, que dá orgulho de ser parte. Tem sido assim com as evidências, as consultorias, com minha equipe de trabalho. Não há muita dificuldade em falar sobre isso.
No mais, tudo é menor.
sábado, 29 de novembro de 2008
New malemolência
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Estou em Miracema com minhas filhas, hoje passamos um dia muito tranquilo.
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A internet aqui é movida a mula. Já comentei isso, mas vale repetir. Nem dá vontade de abrir o computador. Nem imagino como é que o Alexandre BB consegue comprar tanta coisa pela rede.
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Ontem vim do Rio tarde/noite chuvoso lamacento depois de "ministrar" aulas na Barra. Adoro o termo ministrar! É ao mesmo tempo pedante e insosso.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Acho bom juntar a fome com a vontade de comer
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Ontem aconteceu uma coisa que só acontece com Francisco José. Cheguei em casa e não consegui abrir minha própria porta. Não, eu não esqueci a chave. A porta é que não abria mesmo. O chaveiro do bairro (sorte do Ingá ter um chaveiro noturno!) levou duas horas para abrir a porta. Quando entrei, fiquei emocionado ao ver que tudo estava no seu lugar. Inclusive a desordem reinante.
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Hoje fui à Feira de Agricultura Familiar na Marina da Glória. Fui para ver Bule Bule, um de nossos melhores repentistas e forrozeiros. Apesar da anasarca, Bule Bule continua em plena forma. Pena não ter cantado o hit A fome com a vontade de comer. Saí de lá extasiado com seu pandeiro e voz afinadíssimos e as sambadeiras que vieram com ele.
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Mas nem só de Bule Bule, esteve a Feira. Um achado! Mil barracas de comestíveis e artesanato brasileiro de fazer a alegria de qualquer curioso. Comprei geléia de caju, cupuaçu, cagaita, granola de licuri, um monte de doce da melhor qualidade.
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Na volta, o taxista fez questão de colocar Ana Carolina pra estragar meu ouvido satisfeito. Como estragar uma canção tão bonita como Beatriz? Um fiasco!
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Receita de ontem
Receita de ontem:
1 - Uma reunião agitada o dia inteiro, com bons resultados ao final;
2 - Almoço na Rosário para 36 famintos;
3 - Uma longa conversa com Leticia, há muito que não conversávamos tanto;
4 - Aniversário do Mário, o afeto que tenho por ele dispensa textos, mas bem que eu podia ter escrito um;
5 - Uma profusão de estudos espalhados sobre a minha mesa sobre dotrecogina alfa. Quanto mais cavo, mais o buraco fica fundo, melhor fica a pesquisa.
6 - Muita dor na minha fascite plantar, essa calcanheira já não está dando muito jeito não, professor.
7 - O último capítulo de Alice no fim da noite.
Recebi, com entusiasmo, a última coletânea de crônicas de Nelson Rodrigues, da Agir: O reacionário. Vale cada centavo!
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Até ficar com dó de mim
Nada disso, nem a chuva, nem um certo mau humor atrapalhou a minha incursão triunfante pela segunda-feira. Sou definitivamente, um homem de segundas.
O trabalho flui como um licor, a comida ruim do Trapiche tem lá os seus predicados, Sandra Carreirinha, o Professor, Longarino, Ronaldo, as flores novas e provisórias da nossa sala (faltou você, é claro!), tudo parece conspirar bem.
Se fosse fazer o meu time sheet de hoje, ia ser um texto longo. As coisas breves renderam maravilhosamente.
Quando entendemos o efêmero da vida, passamos a viver melhor. Hoje estou como Luis Tatit quando escreveu a canção Felicidade. Ser feliz assim é até meio chato.
domingo, 23 de novembro de 2008
Acerto de contas
Em geral, evito best sellers. O tempo é muito curto para eles. O Caçador foi um dos poucos que li nos últimos anos.
O filme procura ser fiel ao livro.
O que mais deixa o leitor(ou o espectador) pensativo é a amizade entre os dois meninos, vista pelos olhos do autor, que procura exorcizar o tempo todo, os males que possivelmente tenha causado à relação, como se o livro fosse um acerto de contas com o passado.
Nas entrelinhas do filme ou na crônica em duas partes de Camila, é possível entender que também a amizade é um processo sofrido e até danoso.
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Gosto de viajar domingo de manhã, chegar aqui em Niterói e ter tempo de arrumar as coisas. Esquentar as turbinas pra segunda. Perco um almoço familiar, mas consigo me organizar melhor.
sábado, 22 de novembro de 2008
Vidinha besta
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Com isso, adiei um pouco a conclusão dos estudos sobre sepse grave que estou trabalhando. Numa primeira avaliação, está claro para mim que, mesmo em bases "confiáveis", pode se colocar o interesse acima da evidência. Gente muito conceituada faz isso.
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Vi um filme de terror com Liv Tyler ontem: Os estranhos. Evite!
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E por aí vai. Chicó me deu um dente de presente, Laura passou o dia ensaiando, a internet daqui continua muito lenta, etc, etc, etc...
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Vizinhos
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Sei também que tem umas moças no oitavo que se mudaram há pouco tempo pra cá. Costumo tratá-las de moças do oitavo mesmo. - Boa noite, moça do oitavo, tento puxar conversa no elevador. A moça ri e quase que ouço um - Boa noite, Tio do sexto.
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O fato é que quando saí de Odete Lima e vim para Miracema, vim morar num prédio de apartamentos também. Um prédio de apartamentos em Miracema é até certo ponto, algo insólito. Em primeiro lugar, porque há até bem pouco tempo, só havia casas aqui. O advento do elevador deve ter chegado por volta de 2005. Depois, numa cidade pequena do interior, onde todo Mundo conhece todo Mundo, um prédio de apartamentos tende a virar uma comunidade.
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Mora aqui comigo a Dona Decima, no bloco B, segundo andar. Ela anda irritada com a S10 porque seu K não conhece curvas, só anda em linha reta e a S10 costuma assustá-la um pouco. Dia desses, quase brigou comigo. Falei cá de baixo: -Fique tranquila, D Decima, a S10 não morde!
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Em cima do meu apartamento, mora um vizinho adoentado, emagrecido, velho amigo do meu pai. Hoje fiquei comovido ao contemplar sua mulher lavando o carro deles, num misto de solidariedade e companheirismo. Os olhos enternecidos do vizinho contemplavam a mulher sorridente, com o esguicho na mão. Olhou-me furtivamente, um pouco envergonhado, até que abriu-se num sorriso. Há esperança, é certo que há esperança!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
It's a long way
Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We're not that strong, my lord
You know we ain't that strong
I hear my voice among others
In the break of day
Hey, brothers
Say, brothers
It's a long way
Essa começa com Circuladô de Fulô com Izabel Padovani e termina com It's a long way, com Célia Porto. São duas canções abismais, duas interpretações viscerais. As músicas parecem ter sido feitas para as duas. E tem Regina Machado cantando Esse amor e Fora de ordem. Sou apaixonado pela voz de Regina. Lamento muito que poucos a conheçam. É difícil explicar por que.
Renato Braz deu a versão definitiva para O amor, poema de Maiakovski musicado por Caetano. E Roberto cantando Como 2 e 2, o próprio Caetano e seu triste José. Para Bethânia, reservei O ciúme e Diamante Verdadeiro, e para Gal, a intérprete definitiva da obra de Caetano, Mãe e Luto, duas das mais delicadas. Aquele frevo axé com Vânia Abreu e Marcelo Quintanilha e Cida Moreira com A outra margem do rio completam a coletânea, se bem me lembro.
Ótimo para ouvir de novo e lembrar que houve um tempo.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Saudade de Odete Lima
Odete Lima está aqui em mim desde os 17, quando meu pai fez uma casa no morro e eu passei a habitá-la. Era meu canto distante do Mundo, uma vitrolinha portátil, um violão desafinado, um punhado de amigos malucos, as primeiras namoradas sérias, tudo foi passando por mim e por Odete Lima.
Eu sei que tudo que eu sou hoje ainda mora um pouco em Odete Lima. Em Odete Lima e em mim.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Recomendatório
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Tenho ouvido aqui, ali e acolá o disco que Jane Duboc revisita a obra de Egberto Gismonti. Um trabalho muito delicado e bonito. Da melhor qualidade.
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Comecei a ver a nova temporada de House sem entender muito. Não assisti metade da quarta. Mas não gostei do que vi. Achei mal trabalhada a possível saída do oncologista.
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Continuo acompanhando Alice com muito prazer.
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Achei por acaso na Livraria da Travessa, uma Antologia do Pastoril Profano. Boa oportunidade pra reouvir o Véio Mangaba e outros Véios. Gosto muito do pastoril, principalmente a parte debochada dele.
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Vi, em DVD, Casamento em dose dupla (Diane Keaton) e Virando a mesa. Ambos razoáveis, dá pra perder duas horas de vida.
sábado, 15 de novembro de 2008
Bons amigos
Nessa segunda fase Niteroiense, nunca tinha recebido ninguém aqui em casa que não fosse família.
Hoje não foi diferente. Esse grupo está tão junto que já virou família. Nem imaginava que pudesse aos 47 anos do segundo tempo, conviver com pessoas tão especiais assim.
E pela segunda vez, pude provar do camarão na moranga do Longarino, uma especiaria para poucos.
É verdade que temos estado muito juntos e sintonizados, mas essa gente excede e vai me deixando cada vez mais distante da sensação de estar só.
Tive que sofrer um pouco com o Fluminense, mas enfim, acabou tudo muito bem. O time fez o seu trabalho e agora é esperar.
Lindo sábado! Que venham outros!
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Terminei a noite vendo 100 escovadas antes de dormir. Exceto pela participação de Geraldine Chaplin, o filme italiano é mais um clássico da pornografia vulgar e da psicologia de boteco.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Os filmes B e os anti-eméticos
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Bom, tenho que confessar, eu também comecei a ver Os Fora da Lei, um filme inglês no estilo vingança com as próprias mãos. O filme foi me deprimindo a medida que a bromoprida fazia efeito, de forma que ainda que insistisse para ver aquilo, ia me deprimindo cada vez mais. Cheguei à metade. O resto, não conto.
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Bom, tenho que confessar também que meu amigo Cláudio tentou me empurrar os discos da Cecília Dale com Roberto Menescal. Claro, não comprei, mas mesmo assim, fiquei deprimido.
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Chego à conclusão definitiva de que os filmes ingleses do tipo B, os anti-eméticos de ação central e os discos da Cecília Dale são potencialmente suicidas. Quando combinados, são tiro certo! Boa noite, Renatinha.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Pneumotórax
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008
O vôo da guará vermelha.
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Mais uma segunda proveitosa! Está ficando clichê.
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Fora a cantareira velha lotada de gente, uma caminha da inútil a um sebo da Cinelândia e o bife duro do Filé e Folhas que recusei de pronto. Meus pés reclamam!
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Perda de tempo: Invisível, um dos filmes do mês da HBO, vi por não ter outra coisa, é muito ruim. E Encurralados, com Pierce Brosnam é um suspense muito B.
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Por outro lado, liguei no Canal Brasil e estava reprisando uma entrevista do Pereio com o Miele, os dois completamente bêbados. Muito bom!
Uma nova canção de afeto ou o que eu tenho ouvido ultimamente.
Saldos do final de semana
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
O apreço não tem preço
Olhando com cuidado, é possível observar entre o Ney e eu, o Sylvio Bailarina com uma auréola na cabeça, reclamando: vou mandar chuva pra glosar esse banquete! E não deu outra: choveu a tarde toda!
Comemoramos assim mesmo, com chuva e muitos mini-bifes numa churrascaria da Rua do Rosário!
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Tres palabras
Com a devida desculpas aos Vascainos, mas o Fluminense abriu as pernas para o Vasco domingo. Teve trelelê ali! Ora, o Fluminense vem bem, recuperando seu futebol, o Vasco numa água danada. Aí o Fluminense fica completamente perdido em campo pro Vasco ganhar. Os idiotas da objetividade vão dizer: é um clássico e clássico tudo é possível. Tudo bem, mas que aquele jogo foi muito esquisito, lá isso foi.
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Terminei de ver O banquete do amor, com Morgan Freeman fazendo um professor debilitado pela perda do filho. Ótimo, gostei da proposta do filme. Ainda tem quem acredite nas coisas do amor. Faz bem olhar pra trás e ver que a gente também teve daqueles momentos. E mulheres belíssimas em cenas idem.
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Fui a São Paulo hoje, mas é como se não fosse. Não vou mais aos velhos sebos, não sei mais da programação do Satyros, não durmo mais lá. vou, trabalho e volto. Valeu pelo trabalho.
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Tres palabras, o clássico de Osvaldo Farres, recriada por Brad Mehldau, é a Maria Manoela saindo do banheiro de toalha cheirosinha e chamando pra dança.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Daquilo que me orgulha
Quando Laura nasceu, percebi que a vida estava me dando um outro sentido, uma nova oportunidade. Eu era um sujeito abençoado pela solitude e pela auto-suficiência, virtude defeituosa que Laura e Luisa herdaram agudamente.
Naquele dia, todas as minhas convicções se fragilizaram e senti que aparecera uma razão maior e diferente para dividir e somar.
Tudo que Laura me deu até hoje foi mais que o dobro do que eu esperava dela. Por menos que eu esperasse, ela sempre me surpreendeu com mais.
Mostrou o amadurecimento de chorar comigo quando eu estive absolutamente só no Mundo. Nu. Só Laura me via e chorava comigo. Laura acreditou comigo em todas as bobagens que eu acreditei. Por amor a mim.
Vi Laura crescer e tomar gosto pela vida. Dos primeiros passos acanhados até a dança que tomou conta de Laura, fui observador privilegiado, pai orgulhoso, amigo, cúmplice, entusiasta, apaixonado.
Todo dia quando acordo é de Laura (+ Luisa e Chicó) que busco luminosidade para sentir prazer em fazer o que faço, ter amigos, tomar banho. São eles que me carregam.
Amanhã eu vou estar em São Paulo, longe de Laura. Mas perto de Laura, aqui dentro, pois a carrego comigo em cada parte de mim.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Gula
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Cláudia Ohana continua uma bela mulher, mas ainda há excesso de pelos.
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Faço um esforço para terminar meu Paul Auster, Homem no Escuro. O livro é ótimo e eu vou prorrogando leitura. Li hoje o seguinte (do personagem central relatando que depois de muitos anos voltou a fumar por causa da neta) : " O que conta é a companhia, o vínculo conspiratório, a solidariedade do tipo foda-se dos amaldiçoados."
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Hoje levei uma seleção que tinha trazido de Buenos Aires da Sonora Matancera pro Raimundinho lá do Sebo. Ele quase teve um piripaque de emocionado. Raimundinho ainda conserva seus vinis. É bom conversar com pessoas que gostam de boa música. Você se sente menos maluco.
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Quê mais? 21 e 49 e os biscoitos continuam lá, desafiando minha gula insaciável.
domingo, 2 de novembro de 2008
Velhos domingos
Depois que Senna morreu, abandonei as corridas. Não achei honesto da minha parte continuar acompanhando. Perdeu a graça. Acreditei muito pouco em Felipe Massa pudesse fazer alguma coisa, mas cheguei a acompanhar e até comentei aqui.
Mas hoje, Massa me trouxe de volta a emoção das tardes de domingo em Miracema. Acompanhei de ponta a ponta e não pude evitar uma lagrimazinha na última volta. Belos tempos aqueles, belos tempos. Obrigado, Felipe!
sábado, 1 de novembro de 2008
Sábado útil
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Esse decreto que regulamenta o atendimento telefônico é colírio para meus olhos. Passei uma humilhação com um cartão de crédito que nem vale a menção, que não vou esquecer nunca. Quem sabe agora eles não aprendam a deixar o pobre sujeito trocentas horas na musiquinha como se ele fosse o maior desocupado do Mundo?
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Resolvi voltar hoje mesmo. Aproveitar o domingo pra descansar um pouco. Dormir de preferência.
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Cheguei, liguei a internet e encontrei Luisa e Laura no msn. Meus dois endereços cadastrados online, é muita sorte. E aí conversamos um pouquinho. Que saudade! Rio das Ostras acabou tirando minha ida a Miracema. Mas semana que vem eu tô lá.
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Faz frio em Niterói. O tempo endoidou de vez!
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Antes que o Diabo saiba que você está morto
Direção cirúrgica de Sidney Lumet.
Philip Seymour Hoffman em estado de graça.
Trilha sonora sei lá de quem ajustadinha para o filme.
E ainda Ethan Hawke, Marisa Tomei e principalmente, Albert Finney.
Veja. E tente esquecer depois!
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Olho torto
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Pari a minha primeira revisão crítica de uma metanálise. Rê rê rê. Quando estiver prontinha, prometo postá-la. Sei que não é do interesse dos meus quatro leitores saber dos benefícios e das complicações da vertebroplastia e da cifoplastia, mas essa me deu prazer. Ainda mais que estou podendo dividir o trabalho com quem mais tem me ensinado a fazê-lo.
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O maior problema do esgotamento é a falta de sentir falta. Não sinto falta de nada. Penso só em escovar os dentes e esperar que nenhum deles caia. E tratar desse olho torto.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Seis Tequilas
Me sobran seis tequilas,
No ver para querer,
Malditas sean las pilas
Que me hacen trasnochar
Echándonos de menos,
Echándome de más,
Almíbar y centeno.
Me flata un corazón
Me sobran cinco estrellas
De hoteles de ocasión
Donde dejar mis huellas,
Con nada que ocultar,
Con todo por delante,
Goliat era un patán,
David era un gigante.
Aunque en parte soy juez
De un nunca, de un tal vez
De un no sé, de un después, de un qué
Pronto.
En asuntos de amor
Siempre pierde el mejor,
No me tomes tontita por tonto.
Me falta una verdad,
Me sobran cien excusas,
Qué borde es la ansiedad,
Que pérfidas las musas
Que nimban a cualquier
Pelanas con su foco,
Que cobran alquiler,
Con tangas y a lo loco.
Aunque en parte soy juez
De un nunca, de un tal vez
De un no sé, de un después, de un qué pronto.
En asuntos de amor
Siempre pierde el mejor,
No me tomes tontita por tonto.
Ni zotal ni arrezú,
Ni luzbel ni mambrú,
Ni alfajor, ni duelo, ni quebranto.
Dame un beso de más
Novia de satanás,
Jezabal que encanalla mi canto.
Casanova es el rey,
Maquiavelo la ley,
Del jersey de la distancia.
Deja, por compasión
Que entone la canción
Del chaval que espcapa de la infancia
En la estación de francia.
Joaquin Sabina
Você pode ouvir clicando aí acima
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Adios Nonino
domingo, 26 de outubro de 2008
Eu e Luisa
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Antes vi um filme chamado A vida por um fio. Fui atraido pelo nome de Lena Olin que fez bonito na Insustentável leveza do ser. Um fiasco o filme!
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Nada melhor para um cenário como esse do que uma empolgante vitória do Fluminense sobre o Palmeiras. Estamos na luta!
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Um clássico instantâneo
As cem canções da Bravo 6
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Terça
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A vertebroplastia é um procedimento relativamente novo que consiste na injeção de cimento numa vértebra fraturada geralmente por osteoporose, com o desfecho principal de melhorar a dor. Tem dado ótimos resultados quando rigorosamente bem indicada. Entenda-se bem indicada como uma opção ao tratamento padrão ouro que consiste em repouso, analgésico, fisioterapia e colete, ou seja, tratamento conservador.
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Uma terça parecendo segunda é o que foi o dia de hoje. No final do dia, estava esgotado e triste. Não sei de onde veio essa tristeza inoportuna. Mas já foi pelas gretas da Cantareira. Cheguei em casa melhor.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
A chama não apagou
Ouvi milhares de vezes A luz do vencedor, disco que Luiz Carlos gravou em homenagem a Candeia e um dos cinco ou seis discos de samba mais bem feitos na década de 90. Impossível não identificar sua recriação d'A luz do vencedor, como uma obra sua retirada de dentro da música de Candeia, assim como fez Cartola com Preciso me encontrar.
É mais um grande que não teve nem um décimo das flores que mereceu em vida.
A primeira LCD a gente nunca esquece
Finalmente liguei a minha Sansumg, 40 polegadas, LCD. Valeu a pena!
Escolhi A vida dos outros pra começar a vida dela. Mais uma ótima escolha.
Um filme tocante, com Ulrich Muri (também nunca tinha ouvido falar, só escrevi para guardar esse nome, impecável no trabalho!) à frente, fazendo um especialista em interrogatórios na Alemanha comunista, que se deixa envolver pelo interrogado. Um tiro de canhão no maniqueismo vigente. Não à toa ganhou o Oscar de melhor estrangeiro.
Bela indicação do Longarino, ótimo jeito de retornar nesse feriado esquisito de segunda.
sábado, 18 de outubro de 2008
Noites no BF
Sempre fui um bebedor contido, mas de uns anos pra cá, nem isso. Bebo muito pouco. Sobram-me garrafas de whisky, que o esperto do meu terapeuta queria que eu aproveitasse o natal e desse algumas de presente. Nada disso! Enquanto há garrafas, há uma espécie de esperança. Esperança do tempo em que eu bebia e acordava muito bem.
Bom, isso tudo é pra dizer que bebi e acordei muito bem. Isso já tinha acontecido na noite em Puerto Iguazu e nas últimas vezes que vim ao BF em Miracema. Conto a de Puerto, porque foram poucas. O segredo é muito simples: boa conversa, bons amigos, nenhuma espectativa, falamos bobagens, contamos histórias e todo mundo sai dali esquecido do que falou. Ninguém promete nada, a crise mundial passa longe, não há nem faisca de vaidade e a carne muito bem servida pelo Sebastião. E os filhos por perto.
São coisas simples, que ninguém repara se não for lembrado dessa forma escrita, mas que têm um valor incremental muito grande para deprimidos em recuperação crônica.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
A canção que chegou
Cartola faria cem anos nos dia 11. Há muitas lembranças da música de Cartola em mim, o que faz com que ele permaneça vivo aqui dentro. Comecei a gostar de Cartola estranhamente pela voz de Raimundo Fagner. Era um disco de 1976 em que Fagner misturava o sete cordas de Dino e o bandolim de Manassés, injetando uma certa nordestinidade ao samba, encontrando com maior nitidez os abismos de As Rosas Não Falam, que só depois fui conhecer na gravação original de Beth Carvalho. Era da época que Fagner fazia ótimos discos. E esse pra mim foi o melhor de todos. Chama-se Eu canto.
Logo depois vieram os discos que Cartola gravou com Marcus Pereira, ambos antológicos. E O Mundo é um Moinho, gravado em dois canais, onde é possível se separar nitidamente o sete cordas de Dino e a voz de Cartola. Furaram de tando ouvir e depois voltaram em edição pouco cuidadosa em cd, que merece atenção maior da Odeon, gravadora que adquiriu o acervo precioso da Marcus Pereira.
Esse ano pelo menos duas homenagens nos chamam a atenção para a genialidade de Cartola: os discos Choro de Cartola, produzido por Henrique Cazes e com Joel Nascimento arrebentando em Sim e Angenor, disco em que Cida Moreira gravou as canções de Cartola. Ambos com um clássico instantâneo quase inédito: A canção que chegou. Linda, tanto na voz de Cida quanto na de Moisés Marques.
Minha seleção pessoal de Cartola começa inevitavelmente com Senões, de preferência cantado por Ney Matogrosso, triste, sofrido, obrigatório. Leny Andrade fez um Corra e Olhe o Céu belíssimo. Cordas de aço deve ser ouvida com Luiz Melodia e Tive sim com D Ivone Lara. Nelson Gonçalves fez a melhor gravação de Peito Vazio. Incluiria os já citados as Rosas não falam com Fagner e O Mundo é um moinho com Cartola. Não quero mais amar a ninguém eu prefiro com Paulinho da Viola, que também faz bonito em Fiz por você o que pude. Com Cida Moreira, Feriado na Roça. Finalmente com Cartola, completariam a seleção, O Inverno do meu tempo, Disfarça e chora, Amor proibido, Autonomia, Fita meus olhos e Que sejam benvindos, além da recriação de Preciso me encontrar, de Candeia. Certamente esqueci alguma coisa, mas aí vai uma boa amostra do gênio.
Tudo isso passa por mim quando atravesso a Rio Branco ou quando estou em Miracema ou em Santiago. Ficou em mim.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Xote de Navegação
Fui ver Zé Renato com Pedro Jóia e o Trio Madeira Brasil ontem no CCBB. A segunda parte do projeto Realeza nos Trópicos. Fui sozinho, talvez o único inconveniente da ida.
Clarice (pra não esquecer nunca)
terça-feira, 14 de outubro de 2008
As cem canções da Bravo 5
De Vinicius de Morais, foram selecionadas pela Bravo, as já citadas Chega de Saudade, Garota de Ipanema e Eu sei que vou te amar, além de Valsinha, Odeon e Minha namorada.
Boa seleção para a dupla, porém acho que a lista pecou um pouco pelo exagero e pela obviedade. É claro que seria possível fazer um compêndio com 100 canções da MPB, só com o repertório do Tom, mas aí seria outra lista.
Na minha memória fóssil, as primeiras canções de Tom que me habitaram foram Eu sei que vou te amar, cantada por Maria Creusa e com Vinicius citando o Soneto de Fidelidade no meio e Águas de março com Elis. Não me lembro de ter ouvido, naquela época, o Sabiá do festival da Record, nem as canções primeiras, principalmente as de Tom com Dolores Duran.
O Retrato em branco e preto, de Tom e Chico, deveria ser atribuido também a João Gilberto, só pela gravação histórica que ele fez no Amoroso. É o clímax da parceria de Tom e Chico.
Pra minha ilha, eu levaria de Tom Jobim, Demais (21), Luiza (22), Falando de amor (23) e Chansong (24). De Vinicius, Medo de Amar (25). De Tom e Vinicius, Eu sei que vou te amar (26). De Tom e Chico, Meninos, eu vi (27) e o Zíngaro (28), com João Gilberto, naturalmente.
Você pode ouvir Demais, na versão abismo de fim de noite de Eduardo Conde e trio, apertando o play aí acima.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Alice e outros
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Hoje almoçamos numa churrascaria perto da empresa, na Rosário, que está beirando o padrão duplo A em excelência culinária. É pena que o colesterol não permita mais do que uma vez por . mês. Mas hoje teve um motivo especial. Foi a primeira despedida de um colega que está nos deixando. Infelizmente.
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Outra segunda bem resolvida. Vamos andando!
domingo, 12 de outubro de 2008
Dia das crianças
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Sinal claro de perfeição: Laura o tempo todo conosco. Laura por perto é sinal de que tudo está bem e nada falta.
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Os programas de sempre: pizza no Vitor, bife no BDF, conversa com Alex e Gisele, filme infantil, chocolates, comidinhas da Diô, descompromisso generalizado. Até a TIM web contribuiu, mas só pra olhadas rápidas.
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Voltei de ônibus, porque semana que vem, eu tô de volta. Tem um feriado esquisito sa segunda, acho que é dia do comerciário. Deixei a S10 lá descansando. A viagem vista do ônibus é mais suave.
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Tenho descoberto que cada dia mais que passo com minhas crianças, renovo minhas espectativas com a humanidade. O menino é o pai do homem, não é mesmo?
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Paisagem de interior
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Tomei a dianteira depois de cinco horas aula em pé e dois pés inchados ontem, e vim direto pra Miracema. Cheguei aqui esbodegado, Luisa quis ir comer uma pizza no Vitor e fomos. Ainda pude assistir um duo de violão e flauta de Luisa e Laura tocando Green Day.
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Essas coisas pequenas, somadas aos abraços, à boa conversa de pai e filhas, como me faltam! Estava engasgado há muito tempo sem vir aqui por conta dos compromissos assumidos nos últimos sábados.
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Essa casa é um palacete bem organizado se comparado ao pardieirozinho do Ingá. A cama bem posta, cheirosa, convidando pra deitar e dormir. A cozinha limpa, dá vontade de nem tomar água pra não atrapalhar o ambiente. Tudo aqui é muito leve e aconchegante.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Carlos Paredes em ótima companhia
Fui com Nelinha assistir Carlos Mendes Pereira no CCBB ontem de noite. Carlos é um estudioso de cordas portuguesas, além de exímio tocador de guitarra (portuguesa, de Coimbra) e braguinha. Foi acompanhado por Henrique Cazes (cavaquinho), Luís Barcellos (bandolim), Luis Filipe de Lima (sete cordas) e Beto Cazes (percussão). Quer melhor??
Misturaram choro com fado, Jacob do Bandolim com Carlos Paredes, Língua de Preto com Verdes Anos. Quer melhor??
Travado
"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...
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Tive muitas dúvidas antes de sair de casa para ver o jogo. O Flamengo com esse time de estrelas entrou ganhando de dois a zero, o Fluminen...
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"É preciso aprender a ficar submerso por algum tempo. É preciso aprender Há dias de Sol por cima da prancha há outros em que tudo é cai...